Poluição do ar e fumo passivo podem ser responsáveis pelo adoecimento desse público
Quando se fala em câncer de pulmão, é comum associá-lo ao tabagismo, mas a realidade é que entre 20% e 25% dos casos da doença ocorrem em pessoas que nunca fumaram. O dado, do National Institutes of Health (NIH), desafia a crença de que apenas fumantes estão vulneráveis à condição, levantando também questionamentos sobre outras possíveis causas da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pulmão é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células no tecido pulmonar, podendo dar origem a tumores malignos e, em alguns casos, metastatizar para outras partes do corpo. Apesar de o tabagismo ser o principal fator de risco, há outras causas, e conhecê-las é fundamental para a prevenção da doença.
Ainda conforme o Ministério da Saúde, boa parte das pessoas descobre a doença já em estágios avançados, quando as chances de cura são menores. Mesmo sendo considerada uma condição grave, existem diferentes tipos de tratamentos do câncer de pulmão, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo.
Fatores de risco para o câncer de pulmão
Em caixas de cigarros e em anúncios relacionados ao tabagismo, é comum ver alertas sobre os riscos desse hábito na incidência do câncer de pulmão. Conforme o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por cerca de 80% dos diagnósticos, pois a fumaça do cigarro contém substâncias cancerígenas que danificam o DNA das células pulmonares.
Mas fumar não é o único fator de risco. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que aqueles que não fumam, mas são expostos à fumaça do cigarro, têm 30% mais riscos de desenvolverem a doença. Essas pessoas podem inalar substâncias químicas presentes no cigarro, principalmente quando estão em ambientes fechados, ao lado de fumantes.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) explica que a exposição ocupacional a agentes carcinogênicos, como amianto, arsênico, berílio e cádmio, também pode favorecer o surgimento de células cancerígenas no pulmão. O risco está relacionado ao tempo de exposição, ao ambiente de trabalho e a fatores genéticos.
Pesquisas recentes evidenciaram o aumento dos casos de câncer de pulmão entre não fumantes. Um estudo da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), publicado na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, revela que esse grupo está crescendo e já corresponde à quinta maior causa de morte relacionada ao câncer no mundo.
Para os pesquisadores, a poluição do ar é um dos principais fatores para o aumento do número de casos entre não fumantes. Ainda segundo a pesquisa, esse tipo de impureza foi responsável por, pelo menos, 194 mil diagnósticos de adenocarcinoma.
Além do fumo passivo e da exposição a substâncias tóxicas, a OMS também destaca que o histórico de infecções pulmonares crônicas e fatores genéticos são considerados fatores de risco para a doença.
Doença grave, mas com tratamento
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, em relação à mortalidade, o câncer de pulmão é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres, conforme estimativas mundiais de 2020. A doença é considerada grave, e boa parte dos diagnosticados só descobre o tumor quando ele já está em estágio avançado.
Diante desse cenário, os avanços na medicina têm sido fundamentais para oferecer alternativas de tratamento. Entre as opções disponíveis, destacam-se a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia e abordagens mais inovadoras, como a imunoterapia e o tratamento com ablação.
A cirurgia, segundo o Ministério da Saúde, costuma ser indicada para tumores em estágios iniciais. Radioterapia e quimioterapia, por sua vez, podem ser usadas em estágios iniciais ou em tratamentos mais avançados. Enquanto a radioterapia utiliza radiação para tratar a doença, a quimioterapia é conduzida com medicamentos químicos.
O tratamento com imunoterapia também é indicado em alguns casos de câncer de pulmão. Conforme explica o Ministério da Saúde, o método estimula o sistema imunológico do paciente a combater as células cancerígenas.
Outra técnica é a ablação que, de acordo com o Rede D’or São Luiz, é um procedimento médico minimamente invasivo usado para tratar várias condições, incluindo o câncer de pulmão. O procedimento envolve a destruição ou modificação de tecido doente ou anormal por meio de calor ou frio.