Ampliar participação de mulheres negras, ciganas, quilombolas e indígenas na ciência. Com esse objetivo principal, foi lançado nesta quinta-feira, em Belém, no Pará, o Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência.
Com a presença da ministra Anielle Franco, um auditório lotado na Universidade Federal do Pará testemunhou o nascimento do programa que tem tudo para mudar a realidade das mulheres acadêmicas e da ciência.
A nossa luta é todo dia. Ela é uma luta coletiva e essa luta perpassa, sem dúvida, pela educação. Eu acredito em uma educação mais digna, mais humana, mais diversa, não dispersa. E que cada vez mais a gente possa fortalecer, abrir portas”, disse a ministra.
A parceria entre MIR, Ministério dos Povos Indígenas, Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério das Mulheres, CNPq e CAPES vai investir R$ 8 milhões em bolsas de doutorado – sanduíche e pós – doutorado no exterior. Além disso, estão previstos auxílios para a obtenção de passaporte e vistos, por exemplo.
“Sabemos que a presença de mulheres negras que conseguem desenvolver suas pesquisas no exterior ainda é muito baixa”, explica a secretária de Políticas de Ações Afirmativas e Combate e Superação do Racismo, Márcia Lima.
Também estava presente a Luena Nascimento, antropóloga e sobrinha de Beatriz Nascimento, a historiadora, escritora, poeta e pesquisadora que dá nome ao programa.
“As balas que mataram a minha tia e a Marielle são da mesma ordem da violência, da misoginia, do patriarcado que também nos silenciou, que colocou nós mulheres em lugares subalternos e muitas vezes tem sido um espaço de silenciamento, interrupção, desencorajamento e um espaço de perplexidade e surpresa quando os nossos trabalhos, nossas pesquisas, nossas trajetórias, encontram reconhecimento vindo de outros lugares”, disse.
Os editais para que as mulheres possam concorrer vai ser lançado até o final do ano e a expectativa é de que sejam contempladas uma média de 45 bolsas.