O “golpe do amor” se destaca entre as modalidades de cibercrimes com maior evolução de casos nos últimos tempos. Nesse tipo de crime, os golpistas se utilizam das redes sociais e de aplicativos de relacionamento para tentar auferir vantagem indevida de suas vítimas. Na noite desta sexta-feira, na cidade de Osasco, cidade próxima a capital paulista, mais uma pessoa foi vítima de um golpe que soma cerca de 30 ocorrências somente na Região Metropolitana de São Paulo.
Para o especialista em comportamento humano Alex Rosseti, as pessoas passaram a cair nesse tipo de golpe, em virtude da busca pelo chamado pertencimento, ou seja, o acolhimento de um outro alguém. “É possível perceber a carência emocional que envolve homens e mulheres que caíram no golpe do amor. A associação a frustrações ligadas a relacionamentos e traumas de infância fazem com que as vítimas enxerguem os ‘golpistas’ como uma forma de cura e também de apego”, explica Rosseti..
“Quando encontram alguém que proporciona algo afetivo, geralmente, fazem uma distorção da realidade e passam a acreditar somente na maneira de como a pessoa com quem está interagindo, virtualmente, a tratar. A frustração das pessoas não está na questão financeira, mas sim na perda do carinho que recebia do “golpista”. É possível perceber que nas declarações das vítimas elas associam o ocorrido como ingenuidade e não com as perdas financeiras. Para as vítimas o emocional e o sentimental resultam em uma perda maior que a relação financeira”, ressalta.
O crime ocorre de duas formas formas: na primeira, o criminoso seduz a vítima após conhecê-la e, depois dos primeiros contatos, mesmo sem tê-la conhecido pessoalmente, alega problemas financeiros e pede empréstimos por transferências bancárias e, posteriormente, some com o dinheiro. Na segunda modalidade, a vítima é atraída para o encontro e, chegando ao local, é sequestrada e forçada a transferir altas quantias para os golpistas.
“Isso leva a vítima a uma calamidade psicológica, pois a pessoa tira proveito de sua necessidade emocional. A vítima passa a associar o interesse das pessoas. O maior dano está na chamada afirmação da dor afetiva que a pessoa já possui. Como consequência abalos à saúde mental resultante em depressão e até suicídio”, finaliza o especialista.