Diversidade
Vícios e Tratamentos: Da Identificação à Recuperação
O vício é uma condição crônica e progressiva que compromete o bem-estar físico, mental e emocional da pessoa. Muitas vezes invisível aos olhos de quem sofre, ele se instala silenciosamente, tornando-se, aos poucos, o centro das decisões, do comportamento e da vida cotidiana.
Engana-se quem acredita que a dependência está ligada apenas ao uso de substâncias ilícitas. O vício pode surgir a partir de comportamentos aparentemente inofensivos, como o uso excessivo de tecnologia, jogos, ou até de substâncias legalizadas, como álcool, medicamentos e cigarros. A dependência não escolhe idade, classe social ou gênero — pode afetar qualquer pessoa.
Como os vícios se manifestam
O vício vai além do uso frequente de uma substância ou da repetição de um comportamento. Ele se caracteriza principalmente pela perda de controle, pela compulsão e pelos prejuízos causados à vida pessoal, profissional e social.
As principais formas de vício incluem:
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Químicos: envolvem substâncias como álcool, cocaína, crack, medicamentos controlados e drogas consideradas “leves”, como a maconha.
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Comportamentais: englobam compulsões como jogos de azar, sexo, compras, internet e redes sociais.
Independente da categoria, todas as formas de vício compartilham um elemento comum: a incapacidade de interromper o comportamento, mesmo diante de consequências negativas.
O impacto na saúde e nos relacionamentos
O vício compromete a saúde de maneira ampla. Em termos físicos, pode causar doenças hepáticas, pulmonares, cardiovasculares e neurológicas. No campo emocional, favorece o surgimento de quadros de ansiedade, depressão, isolamento, crises de pânico e até ideação suicida.
Nos relacionamentos, o dependente frequentemente se afasta da família e dos amigos, perde o emprego ou abandona estudos. A dependência afeta não apenas quem consome, mas também quem está ao redor — cônjuges, filhos e colegas também sofrem com os efeitos colaterais da desestrutura emocional.
Por que é difícil parar sozinho?
O cérebro de uma pessoa com vício sofre alterações químicas que impactam sua capacidade de tomar decisões, lidar com frustrações e adiar recompensas. Em vez de enxergar os riscos do comportamento, a mente passa a priorizar apenas o alívio momentâneo da substância ou atividade viciante.
É por isso que muitas pessoas querem parar, mas não conseguem. Não é falta de força de vontade, e sim uma necessidade física e psicológica. Em casos como o uso abusivo de comprar skunk colombian, por exemplo, a dependência pode ser mais emocional do que física, mas ainda assim compromete a autonomia e a qualidade de vida.
Como funciona o tratamento para vícios
A boa notícia é que o tratamento é possível — e eficaz. Ele deve ser personalizado, considerando o tipo de dependência, o histórico de vida do paciente, e sua rede de apoio. Veja as abordagens mais comuns:
Avaliação multidisciplinar
Antes de iniciar qualquer tratamento, é feita uma avaliação médica, psicológica e social. Esse passo é essencial para definir o melhor plano de recuperação.
Terapia psicológica
A psicoterapia é o principal instrumento no enfrentamento do vício. Ela ajuda o paciente a identificar os gatilhos emocionais que levam ao consumo ou ao comportamento compulsivo. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, é amplamente utilizada nesses casos por trabalhar diretamente a mudança de padrões mentais e hábitos prejudiciais.
Medicação
Quando necessário, medicamentos podem ser usados para reduzir sintomas de abstinência, controlar crises de ansiedade ou depressão e estabilizar o humor. A prescrição sempre deve ser feita por um médico psiquiatra, com acompanhamento contínuo.
Internação
Nos casos mais graves, a internação em uma clínica de reabilitação pode ser indicada. O ambiente controlado e a assistência 24 horas favorecem a desintoxicação, o equilíbrio emocional e a reeducação comportamental.
Grupos de apoio
Participar de grupos como Alcoólicos Anônimos (AA), Narcóticos Anônimos (NA) ou outros grupos voltados à dependência comportamental ajuda a manter o comprometimento com a recuperação. Compartilhar experiências com pessoas que enfrentam desafios semelhantes é fortalecedor.
O papel da família
A família é uma peça-chave na recuperação. No entanto, ela também pode se encontrar fragilizada, exausta ou perdida diante da situação. É importante que os familiares recebam orientação adequada, para que saibam como apoiar de forma construtiva, evitando atitudes que alimentem a dependência, como o excesso de cobrança ou a superproteção.
A presença, o acolhimento e o limite saudável são os pilares do apoio familiar durante todo o processo.
Prevenção é a melhor estratégia
Prevenir vícios é tão importante quanto tratá-los. Para isso, é necessário criar ambientes seguros emocionalmente, onde crianças e adolescentes possam falar sobre sentimentos, dúvidas e dificuldades sem medo de julgamentos.
Além disso, escolas, famílias e instituições devem oferecer informações claras sobre os riscos das substâncias e comportamentos viciantes. Muitas vezes, o uso de drogas, como a maconha, começa na adolescência, em contextos de pressão social ou busca por aceitação. Quando há diálogo e suporte emocional, o jovem tende a fazer escolhas mais conscientes.
A vida após o vício
Recuperar-se de um vício é um processo — e não um evento. Requer esforço contínuo, paciência e, sobretudo, um novo estilo de vida. A pessoa em recuperação aprende a lidar com frustrações de forma saudável, a reconstruir relações e a reencontrar seu valor próprio.
Muitas pessoas que passaram por esse processo relatam ter descoberto uma versão mais forte, consciente e presente de si mesmas. Cada dia de sobriedade é uma conquista — e merece ser reconhecida como tal.
Conclusão
Os vícios são problemas reais, mas não definitivos. Há tratamento, há suporte, e principalmente, há esperança. Reconhecer a dependência é o primeiro passo de uma jornada que pode levar à liberdade, à reconexão com a própria vida e ao resgate do que realmente importa.
Se você ou alguém próximo enfrenta essa realidade, saiba: buscar ajuda não é sinal de fraqueza, é um ato de coragem.
Diversidade
Parada LGBTQIAP+ do Rio celebra 30 anos com festa histórica em Copacabana
Grupo Arco-Íris organiza evento com apoio da OAB-RJ em campanha de segurança
A 30ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+ do Rio vai ocupar a orla de Copacabana neste domingo, 23 de novembro, às 11h. Organizado pelo Grupo Arco-Íris, o evento marca três décadas da primeira manifestação do tipo no Brasil, que começou em 1995 com a Marcha da Cidadania, após a conferência mundial da Associação Internacional de Gays e Lésbicas.
Além da festa, a Parada conta com o apoio da OAB-RJ na divulgação de uma cartilha de segurança. Desenvolvida pela Secretaria de Turismo, em parceria com o Grupo Arco-Íris, a OAB e as mais diversas instituições, incluindo a Polícia Civil, com a delegada titular da Delegacia Especializada para o Turismo. “O que o Rio de Janeiro quer? O que o Estado quer? Acarinhar as pessoas”, explica Nélio Georgini, diretor da Defesa da Diversidade na OAB-RJ.
Cidadania e direitos em pauta
Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador geral da Parada, reforça o peso político do evento. “Somos milhões, estamos em todas as partes e não dá mais pra esconder a nossa pauta, a nossa agenda, que chegou a hora. Sem a comunidade LGBTI+ não tem democracia, não tem cidadania”, afirma. Segundo ele, a manifestação vai além da celebração. “É preciso reconhecer que essa comunidade sofre muita discriminação e precisa de reconhecimento de direitos.”
A Parada deste ano funciona também como um espaço de informação. Diversos órgãos e entidades estarão presentes oferecendo orientações sobre políticas públicas, direitos e cidadania. “É um momento que a gente aproveita para poder informar sobre direitos, cidadania. Para a gente é fundamental também que se tenha cumprimento de leis, que as pessoas acessem os direitos das políticas públicas”, destaca Cláudio.
Segurança em primeiro lugar
A cartilha de segurança desenvolvida pela Secretaria de Turismo traz informações práticas para quem visita o Rio durante grandes eventos. Nélio Georgini destaca a importância do cuidado. “É importante, consigo e com outro, saber o contexto social e como as coisas funcionam em qualquer tipo de problema. Discar o 190, buscar o poder de segurança, o judiciário.”
Para o diretor da Defesa da Diversidade da OAB-RJ, a celebração precisa vir acompanhada de responsabilidade. “Até mesmo na alegria, que a gente tenha cuidado para não ultrapassar os limites que a gente passa no controle do nosso próprio corpo”, alerta. A iniciativa reúne esforços da Delegacia Especializada para o Turismo e outras instituições para garantir que o evento transcorra com tranquilidade.
Programação artística e valorização de novos talentos
A edição de 2025 conta com mais de 100 artistas. Entre os destaques confirmados estão Daniela Mercury, Tereza Cristina, DJ Hitmaker, Lorena Simpson e Romero Ferro. Mas a programação vai além dos grandes nomes. “Selecionamos 30 DJs, 30 cantores e 30 Drags que também estão começando as suas carreiras para se apresentarem e quem sabe daí não ser uma oportunidade para que elas se lancem e se visibilizem”, conta Cláudio Nascimento. A estratégia valoriza artistas da comunidade LGBTQIAP+ que nem sempre encontram espaço para mostrar seu trabalho.
Tema celebra história e futuro
Com o tema “30 anos fazendo história: das primeiras lutas pelo direito de existir à construção de futuros sustentáveis”, a Parada olha para trás e para frente ao mesmo tempo. O evento resgata a trajetória de mobilização que começou timidamente, com menos de 30 pessoas em 1993, até se tornar uma das principais manifestações democráticas do país.
“O recado que a gente quer passar é que a nossa história vem de longe, que foram muitas pessoas que tombaram no meio do caminho para reivindicar respeito e cidadania”, diz Cláudio. Para ele, a luta continua. “Estamos aqui de cabeça erguida reivindicando os direitos à cidadania e compreendendo que nós não queremos nenhum privilégio, nós queremos direitos iguais, nem menos nem mais.”
Uma festa à luz do dia
A escolha de Copacabana como palco não é por acaso. “A Parada é um momento de uma grande festa da cidadania, onde a gente vai, à luz do dia, celebrar a nossa existência, quando parte da sociedade vai dizer que a gente só deve existir entre quatro paredes ou na noite”, explica o coordenador do evento. A manifestação acontece em plena orla carioca, ocupando o espaço público como gesto de resistência e afirmação.
A primeira Parada aconteceu em 25 de junho de 1995, logo após a 17ª Conferência Mundial da Ilga (sigla para Associação Internacional de Gays e Lésbicas em inglês), que trouxe visibilidade internacional para o movimento brasileiro. Desde então, o evento se consolidou como marco na luta por direitos. Pautas discutidas naquela época, como o casamento homoafetivo e a criminalização da discriminação, só foram reconhecidas legalmente anos depois, em 2011 e 2019, respectivamente.
Três décadas depois, a Parada do Rio segue firme, mostrando que a celebração da diversidade é também um ato político essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Fonte: IG Queer
Diversidade
Nélio Georgini recebe Menção Honrosa do Grupo Arco-Íris por atuação na causa LGBTQIAP+
O idealizador do primeiro abrigo para população LGBTQIAP+ do Rio será homenageado na cerimônia dos 30 anos da Parada do Orgulho
O diretor da Defesa da Diversidade da OAB-RJ, Nélio Georgini, receberá uma Menção Honrosa do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+ na categoria Políticas Públicas na próxima sexta-feira. A honraria reconhece sua atuação na promoção dos direitos humanos e da cidadania LGBTQIAP+ na cidade do Rio de Janeiro, com destaque para a idealização do CPA4, primeiro centro de acolhimento exclusivo para a população LGBTQIAP+ em situação de rua na capital fluminense.
O prêmio será entregue durante a cerimônia oficial no dia 21 de novembro, às 18h, no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes. A edição especial celebra os 30 anos da Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro e homenageia pessoas, empresas e instituições que se destacaram na luta pelos direitos da comunidade.
Inaugurado em 28 de junho de 2020, em plena pandemia de COVID-19, o CPA4 foi idealizado por Nélio Georgini quando exercia a função de coordenador especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio. O espaço ofereceu 50 vagas exclusivas para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social, tornando-se referência no acolhimento especializado.
“O abrigo com vagas direcionadas para o público LGBTQIAP+ chega em um dos momentos mais críticos, economicamente falando. É um projeto que estamos trabalhando com a Assistência Social para fazer dele uma oportunidade permanente para essas pessoas que precisam de suporte”, afirmou Nélio na época da inauguração, destacando o aumento de casos de agressões durante a pandemia.
Em 2023, o CPA4 foi oficialmente renomeado para Albergue David Miranda, numa homenagem póstuma ao ex-deputado federal e ativista dos direitos LGBTQIAP+. O espaço consolidou seu papel como marco importante nas políticas públicas de acolhimento à população LGBTQIAP+ em situação de rua no Rio de Janeiro.
A Menção Honrosa do Grupo Arco-Íris representa o reconhecimento da trajetória de Nélio Georgini como idealizador de uma política pública que fortaleceu a dignidade, a inclusão e a cidadania LGBTQIAP+ na cidade, contribuindo para uma sociedade mais justa e democrática.
Diversidade
Instituto AnnÁfrica inspira protagonismo negro e feminino no Mês da Consciência Negra
Em novembro, mês da Consciência Negra (20/11) e do Empreendedorismo Feminino (21/11), o Instituto AnnÁfrica celebra a força das mulheres negras que fazem da beleza uma forma de resistência, expressão e transformação social. Criado há 14 anos por Ana Paula Gonçalves, especialista em cabelos crespos e trançados, o Instituto se consolidou como um espaço de aprendizado, empoderamento e reconstrução de identidades, um verdadeiro símbolo do poder da ancestralidade em movimento.
De um pequeno quintal na Vila Ipiranga, no Fonseca, em Niterói, nasceu um projeto que hoje é referência na formação de profissionais da beleza afro-brasileira. Com sede no Centro da cidade, o Instituto AnnÁfrica oferece cursos, mentorias e experiências que unem técnica, cultura e propósito, contribuindo para a autonomia financeira e o fortalecimento da autoestima de centenas de mulheres.
Para Ana Paula, conhecida como AnnÁfrica, empreender sempre foi um ato de fé e resistência.
“Comecei com as tranças como uma forma de sustentar meu filho e me reconectar com quem eu sou. Hoje, cada mulher que passa pelo Instituto carrega uma parte dessa história. Acredito que a beleza pode ser um instrumento de libertação — e o conhecimento, nossa principal herança”, afirma a fundadora e CEO do Instituto.
Mais do que um negócio, o AnnÁfrica é um movimento de valorização da beleza negra e do empreendedorismo feminino, que reafirma o lugar das mulheres negras como criadoras, líderes e agentes de mudança. O Instituto promove um modelo de desenvolvimento que combina autonomia econômica e pertencimento cultural, estimulando que mais pessoas invistam em negócios com propósito e identidade.
Neste mês simbólico, o Instituto reforça a importância de apoiar o empreendedorismo negro e feminino, pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e diversa.
“O Instituto AnnÁfrica nasceu pequeno, mas com um propósito gigante: mostrar que a beleza afro é poder, elegância e identidade. Nossa missão é seguir abrindo caminhos, formando profissionais e inspirando outras mulheres a acreditarem em si mesmas”, completa Ana Paula.
Com planos de expansão, o Instituto busca novas parcerias e patrocínios para levar seus cursos e projetos a outras regiões do estado, ampliando o impacto positivo da formação afrocentrada e do empreendedorismo com propósito.
Sobre Ana Paula Gonçalves
Formada em Comunicação Social e especialista em estética afro, Ana Paula Gonçalves iniciou sua jornada nas tranças após o nascimento do filho, um bebê prematuro extremo. Transformou uma necessidade em missão: promover autoestima, identidade e autonomia financeira por meio da valorização da cultura afro-brasileira e do protagonismo feminino negro.
Serviço
Instagram: @institutoannafrica
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