Por Daniel Venancio
Com a proximidade do fim do ano, as empresas se preparam para definir suas estratégias e estabelecer seus orçamentos para 2025, a fim de alocar os recursos de maneira a garantir um crescimento sustentável. Embora métodos tradicionais de financiamento, como os empréstimos, continuem sendo opções, o consórcio cada vez mais desponta como uma alternativa mais estratégica e acessível, principalmente para empresas que buscam expandir operações ou adquirir ativos sem comprometer a saúde financeira.
Diferentemente dos créditos tradicionais, que costumam ser acompanhados de taxas de juros elevadas, o consórcio conta com apenas uma taxa de administração, significativamente inferior aos juros do mercado financeiro. Isso torna essa uma modalidade mais barata e previsível para empresas, que reduzem o custo do produto e podem se beneficiar com melhor preço ou maior rentabilidade.
Ao planejar a aquisição de um bem por meio de um consórcio, as empresas também podem se valer de uma previsibilidade financeira, pois o consórcio possui parcelas fixas com reajustes programados com base em indexadores de mercado ou em produtos de montadoras.
Além disso, uma vez estabelecido o cronograma de contemplações dentro das premissas possíveis, após a contemplação, o crédito é disponibilizado para que os ativos adquiridos comecem a gerar receita, resultando em um retorno sobre o investimento mais rápido e com menor impacto inicial no caixa.
Sustentabilidade financeira
A sustentabilidade financeira proporcionada pelo consórcio, que já tem 60 anos de mercado, se destaca ainda mais em momentos de instabilidade econômica, já que o produto não sofre influência do mercado externo, garantindo a solidez do valor investido. Com mais de 11 milhões de consorciados ativos no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, o segmento cresce de maneira sólida e é regulado pelo Banco Central, proporcionando transparência e segurança às empresas que optam pela modalidade.
Em um cenário em que o controle de despesas e o acesso a crédito mais barato são fundamentais para a competitividade, o consórcio emerge como uma estratégia diferenciada. Afinal, empresas que conseguem adquirir bens e ativos produtivos com um custo mais baixo tornam-se mais competitivas, seja pela possibilidade de oferecer preços mais atrativos ou por aumentar sua margem de rentabilidade.
Setores como transporte, construção civil e serviços já têm amplamente se beneficiado da modalidade, com destaque para a renovação de frotas e aquisição de imóveis por construtoras. Com um leque variado de ativos, o consórcio permite às empresas diversificarem suas aquisições e planejarem suas expansões de maneira estratégica, contando com a flexibilidade para adaptar os planejamentos ao fluxo de caixa e às necessidades operacionais.
Investimento estratégico
No momento atual, em que muitas empresas estão finalizando seus orçamentos para 2025, o consórcio deve ser considerado como parte do planejamento de capital. O produto tem crescido em popularidade não apenas como uma ferramenta de aquisição de bens, mas como parte de uma estratégia de longo prazo, que visa distribuir investimentos e garantir maior segurança na gestão de ativos.
A Resolução 285, recentemente divulgada pelo Banco Central, regulamenta pontos importantes para garantir a saúde financeira dos grupos de consórcio, reforçando ainda mais a segurança. Isso demonstra que a entidade reguladora está comprometida em qualificar o segmento, assegurando que o consórcio continue sendo uma opção viável e vantajosa para as empresas.
Diante de um cenário econômico instável e a necessidade de inovação nos métodos de aquisição de ativos, incluir o consórcio no planejamento estratégico de 2025 é uma decisão que pode trazer grandes benefícios às empresas. A previsibilidade de custos, o baixo impacto no caixa e a flexibilidade na aquisição fazem do consórcio uma ferramenta ideal para empresas que querem se manter competitivas e crescer de forma sustentável.
Daniel Venancio é Diretor Estratégico na Âncora Consórcios, uma das 15 maiores administradoras independentes de consórcios do Brasil.