Home Notícias Jurídico e Direito Repatriação de crianças não pode ser de forma automática, decide STF
Jurídico e Direito

Repatriação de crianças não pode ser de forma automática, decide STF

Envie
© Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo
Envie

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quinta-feira (21) maioria de votos para impedir a entrega imediata de crianças para pais estrangeiros.

Os votos foram proferidos durante o julgamento sobre a validade de regras sobre o sequestro internacional. As normas estão previstas na Convenção de Haia, ratificada pelo Brasil em 2000, para determinar a entrega de crianças a pais estrangeiros. 

Conforme o entendimento formado, a convenção está de acordo com a Constituição. No entanto, a entrega de menores não pode ocorrer de forma automática quando existirem “indícios comprováveis de violência doméstica” contra a mãe ou as crianças. 

O julgamento começou na semana passada e foi finalizado na sessão de hoje. Prevaleceu o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, que foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, Flávio Dino, Cristiano Zanin, André Mendonça, Alexandre de Mores, Luiz Fux, Edson Fachin e Nunes Marques.

Os votos de Cármen Lúcia e Gilmar Mendes serão proferidos na próxima quarta-feira (27), quando o julgamento será finalizado.

Entenda

No Brasil, as regras da convenção são alvo de questionamentos por permitirem a entrega de crianças e adolescentes a pais que vivem no exterior mesmo após denúncias de violência doméstica. A situação envolve principalmente mulheres que retornam ao Brasil com os filhos para fugir de episódios de violência e são acusadas pelo ex-companheiros de sequestro internacional de crianças.

As regras de Haia foram contestadas no STF pelo antigo partido DEM  (atual União Brasil), em uma ação protocolada em 2009. Para a legenda, o retorno imediato de crianças ao país de origem, principal regra da convenção, deve respeitar as garantias constitucionais brasileiras do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

A legenda afirmou que a Justiça brasileira determina o retorno imediato de crianças após ser acionada por pais ou países signatários da norma internacional sem investigação prévia sobre a condição dos menores e as razões pelas quais elas foram trazidas ao Brasil pelas mães. 

Fonte

Envie
Artigo relacionado
Álvaro Santos Advocacia
Jurídico e Direito

Doação em vida é alternativa para sucessão e perpetuidade das propriedades rurais

Com um planejamento bem estruturado, classe produtora pode definir a forma de...

Brasileiro é o único citado na lista internacional
Jurídico e Direito

Dr. Vinicius Bicalho entre os advogados mais influentes de 2025, segundo o Los Angeles Times

O advogado e professor de pós-graduação, membro da American Immigration Lawyers Association...

Freepix
Jurídico e Direito

LGPD em foco: o que as pequenas empresas ainda estão deixando de fazer?

Desde que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em...

Imagem de Drazen Zigic no Freepik
Jurídico e Direito

Seguro desemprego 2025: valores, parcelas e quem recebe

Seguro desemprego 2025: valores, parcelas e quem recebe Seguro desemprego é um...