Home Notícias Piraporiando Edtech & Instituto: nota de posicionamento Dia Internacional dos Povos Indígenas
Notícias

Piraporiando Edtech & Instituto: nota de posicionamento Dia Internacional dos Povos Indígenas

Envie
Piraporiando Edtech & Instituto: nota de posicionamento Dia Internacional dos Povos Indígenas
Foto: Divulgação
Envie

Hoje celebramos o Dia Internacional dos Povos Indígenas, marco instituído pela UNESCO que contribuiu para o reconhecimento das identidades e da cidadania de povos indígenas de todo o planeta no âmbito do direito internacional. Enquanto organização que atua em defesa da educação como um direito e pela construção de uma política nacional de educação antirracista no Brasil, nosso desejo é de sempre contribuir com a difusão de conhecimento para a celebração da diversidade étnica, cultural, de saberes e modos de vida das populações negras e indígenas e de sua atuação histórica inegável para a formação social, cultural, política e econômica do Brasil.

Infelizmente, em razão da conjuntura política que vivenciamos neste momento, escrevemos hoje para reiterar nosso compromisso com a defesa da vida e dos direitos dos povos indígenas no Brasil, ameaçados com a possibilidade de aprovação do PL do Marco Temporal. Este tema foi colocado com relatório favorável na pauta de discussão de hoje no Senado, representando uma grave ameaça à vida das pessoas indígenas no Brasil e sua permanência em seus territórios ancestrais.

A PL 490 representa a perpetuação e a legitimação das políticas de genocídio contra os primeiros habitantes deste território, que marca a nossa história ao longo dos últimos 523 anos desde a invasão do nosso continente, e que nos últimos anos tem se fortalecido com as invasões sistemáticas aos territórios indígenas, culminando no assassinato de crianças, jovens e lideranças locais.

Da mesma forma, a insegurança jurídica com relação à revisão da Lei 12.711/2012 – Lei de Cotas (que estabelece cotas para pessoas pretas, pardas e indígenas nas universidades e institutos federais de educação, ciência e tecnologia) é mais uma ameaça contundente aos direitos de pessoas negras e indígenas acessarem os espaços de formação educacional. Direito este conquistado pela resistência histórica destes grupos contra o racismo estrutural, a escravidão e o genocídio
O reconhecimento e garantia constitucional dos direitos dos povos originários permanecerem em seus territórios ancestrais, com acesso à saúde e à educação, são instrumentos legais mínimos de reparação histórica para a garantia de futuro dessas populações e da nossa sociedade.

Considerando este cenário, enquanto organização comprometida com o combate ao racismo e com a luta em defesa da educação como um direito inalienável de todas as pessoas, reafirmamos nosso posicionamento contra a aprovação do Marco Temporal e em defesa da Lei de Cotas, com a participação ativa dos movimentos negros e indígenas em sua revisão, garantindo que esta política pública seja permanente e que o estado se comprometa com seu aperfeiçoamento como instrumento jurídico efetivo de combate as desigualdades no Brasil.

Envie
Artigo relacionado
Jovens do Sul Global ganham voz ao terem delegação na COP 29
Notícias

Jovens do Sul Global ganham voz ao terem delegação na COP 29

Assim como outras organizações de defesa dos direitos humanos, o Instituto Alana...

Barroso diz que excesso de judicialização é característica do Brasil
Notícias

Barroso diz que excesso de judicialização é característica do Brasil

Durante participação no 28º Congresso da Associação Brasileira dos Planos de Saúde...

STF determina que governo de SP informe sobre câmeras corporais
Notícias

STF determina que governo de SP informe sobre câmeras corporais

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou nesta...

STF mantém acordo de delação premiada de Mauro Cid 
Notícias

STF mantém acordo de delação premiada de Mauro Cid 

Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo...