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Os desafios socioemocionais do pós-pandemia nas organizações

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O cenário pós-pandemia trouxe uma série de desafios inesperados para as organizações em todo o mundo. Enquanto a busca por estratégias racionais de adaptação, como o trabalho híbrido e a tecnologia, está em pleno andamento, um aspecto muitas vezes negligenciado ganha destaque: os fatores socioemocionais.

O consultor internacional e CEO da EXO Excelência Organizacional, Joaquim Santini, afirma que o isolamento social intensificou a ansiedade e o estresse, exigindo que líderes compreendam melhor as dinâmicas humanas.

“A construção de relações sólidas e a promoção da confiança tornaram-se essenciais para o bem-estar emocional dos funcionários. Líderes empáticos são agora indispensáveis para lidar com as emoções e traumas causados pela pandemia, auxiliando na adaptação a novas realidades”, observa Santini, que já atuou em empresas como Vale, Natura e Heineken.

Diferentemente de dinâmicas psicossociais e outros desenvolvidos geralmente pelo setor de recursos humanos, o trabalho de Santini se destaca por sua abordagem binocular, que considera simultaneamente as forças racionais e socioemocionais presentes na vida organizacional.

Enquanto os aspectos racionais de envolvimento, estratégias, políticas, procedimentos e tecnologia, os fatores socioemocionais dizem respeito ao engajamento das pessoas, vínculos emocionais, conflitos e dinâmicas inconscientes dentro das organizações.

“Todos os nossos projetos são desenvolvidos por meio dessa abordagem binocular, que confirma a importância crucial dos fatores socioemocionais, muitas vezes invisíveis, mas sempre presentes na vida organizacional”, afirma Santini.

Ele enfatiza que empresas que priorizam os aspectos socioemocionais, focando conexões e apoio emocional, estão aumentando suas chances de sucesso no ambiente de trabalho pós-pandemia. Essa abordagem holística não se limita à racionalidade, abraçando também o lado humano, social, emocional e inconsciente das mudanças organizacionais.

Mas não é fácil realizar esse tipo de trabalho. Santini destaca que as barreiras incluem desconfiança, imagens mentais negativas e experiências passadas com consultorias. Além disso, ele identifica fontes de resistência menos discutidas, como a sabotagem não intencional, a falta de protagonismo e a formação de coalizões informais que se opõem à mudança.

O consultor também partilha a sua observação de problemas típicos entre funcionários que surgem com frequência em empresas. Esses problemas incluem lutas por poder, diferenças de opiniões, tratamento injusto e fofocas no local de trabalho.

“Esses problemas são inerentes à natureza humana e à dinâmica das organizações, podendo ser exacerbados por condições de trabalho estressantes e uma cultura organizacional onde as emoções não podem ser exploradas abertamente”, explica.

Finalmente, Santini ressalta que empresas que investem na resolução construtiva de conflitos tendem a prosperar mais. Conflitos não resolvidos podem criar ambientes tóxicos, prejudicando a produtividade. Por outro lado, organizações que enfrentam conflitos de maneira construtiva cultivam ambientes mais positivos, fortalecendo os laços emocionais e sociais entre os colaboradores, o que, por sua vez, aumenta o engajamento com a empresa.

Em resumo, o cenário pós-pandemia desafia as organizações a adotar uma abordagem holística que considera não apenas os aspectos racionais, mas também os fatores socioemocionais. Aquelas que compreendem a importância das dinâmicas humanas e emocionais e investem na resolução construtiva de seus conflitos bem posicionadas para prosperar nesta nova era empresarial.

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