Alana Crilanovichs, mestra em Língua Portuguesa (UFRJ), pedagoga e professora e sua filha Marina Crilanovichs que adora ler, cantar e brincar no mar.
Aleteia Daneluz, artista visual e atriz.
Alexia Twister, drag queen, vencedora do Prêmio Shell de Melhor Ator (2025).
Anna Muylaert, diretora de cinema, premiada dentro e fora do país.
Clarissa Croisfelt, cantora, escritora, PCD.
Elle Ferraz, modelo, mulher trans.
Ligia Francilino, escritora, artista visual, autista.
Nisete Sampaio, artista visual, graduada em Filosofia (UFRJ).
Preta Evelin, doutoranda em Artes Cênicas (Unirio).
Premiado pelo Museu Casa de Portinari (2024) pela fotografia “Travessias” e no 10º Salão Internacional de Artes Visuais SINAP/AIAP (2020) pela obra em arte digital “Tus Labios” — exposta em Paris e em Barcelona (2022), e em Turim (2024).
É vencedor de prêmios também no cinema pelo documentário “Olhar Nisete Sampaio”. Em 2023, lançou na Flip seu primeiro livro: “Mal secreto”. Em 2025, publicou “Que será, será”.

FEMININOS
Mulheres não podem ser reduzidas ao feminino. Mas o que é ser feminino? Ou, o que pode ser feminino? Artistas, professoras, cantoras, drag queens, escritoras, modelos, engenheiras, cientistas, boxeadoras, presidentas, mães, casadas, solteiras, jovens, anciãs. E até ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino, como cantou na década de 80 Pepeu Gomes.
O feminino pode estar em todos nós. Embora seja a mulher quem é educada a expressá-lo em nossa cultura. E se assim é, a quem interessa a pressão estética que mulheres cis e trans recebem para buscarem caros procedimentos de “feminização”? Talvez aprender com o feminino seja o caminho para fazermos menos guerras.
MAMMA
Quando chegamos próximos à comemoração do Dia das Mães, nos deparamos com a noção de que ainda no século XXI ser mãe talvez seja a figura máxima da “natureza feminina”. Visto que um amor incondicional, superior estaria ligado a esse papel. Já que poucos se lembram que homens trans também podem gerar filhos (…)
Dois elementos foram essenciais: uma única fotografia que tirei da mãe — sem qualquer produção, usando uma câmera digital de baixa resolução da época —, e sobre a qual pós-produziu digitalmente, criando diversas personas; e registros que fez de uma pintura autoral que fora perdida para sempre em um lixão por motivos que se abstem de declarar.
Naquele momento, no entanto, sua máquina não correspondia aos seus anseios artísticos. Vinte anos depois, só agora pode então finalizar esse trabalho.
O FEMININO EM MIM
“Desde criança tenho preferência por retratar personas femininas. Desenhos e mais desenhos. Às vezes atribuía-lhes nomes e histórias. Meus cadernos escolares estavam cheios delas. Ao iniciar na pintura, vi-me no abstracionismo. As figuras só voltaram a aparecer junto à arte digital. Foi então que comecei a produzir de novo representações dos femininos.
Por isso, trago também obras do meu acervo particular. “Uau!” (2020), inspirado na atriz Maria Flor, a partir de sua personagem “Flor Pistola”, que personifica o embate entre a raiva e o humor frente à tragédia, evoca a “in” consciência coletiva da pandemia. E os objetos criados com sapatos categorizados como “femininos”, retomando a série “Chamada em Caminhada” que apresentei pela primeira vez em 2015 em São Paulo, discutem questões acerca da comunicação e da tecnologia.”, explica.