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Médico sexologista João Borzino dá sete dicas de como fazer sexo anal sem dor

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O terapeuta sexual também fala sobre os tabus e os riscos da prática

O sexo anal sempre foi envolto em tabus culturais, religiosos e morais. Em muitas sociedades, já foi visto como pecado, crime ou até mesmo um comportamento desviante. No entanto, ao longo da história e com o avanço da ciência e da sexologia, a compreensão sobre o sexo anal mudou, tornando-se um tema mais debatido e aceito, ainda que envolto em precon

Segundo o médico sexologista e terapeuta sexual João Borzino, sexo anal tem registros em culturas antigas, desde o Egito Antigo até a Grécia e Roma, onde era praticado tanto por casais heterossexuais quanto por relações homoafetivas.

“Na Grécia, por exemplo, o sexo entre homens mais velhos e jovens aprendizes fazia parte de um modelo de educação aristocrática.Com o crescimento do cristianismo, práticas sexuais que não tinham fins reprodutivos passaram a ser condenadas, e o sexo anal foi criminalizado em muitos países. Durante a Idade Média, a Igreja Católica o considerava um pecado grave, punido em alguns casos com a pena de morte”, conta.

“Nos tempos modernos, a visão sobre o sexo anal tem variado de acordo com fatores culturais e políticos. Em alguns países ocidentais, ele passou a ser desmistificado, enquanto em outros continua sendo um tema proibido, com leis que criminalizam sua prática”, completa.

No Brasil, de acordo com João Borzino, o sexo anal foi por muito tempo um grande tabu, principalmente devido à forte influência da Igreja Católica e à moral conservadora que dominava o país até meados do século XX. “Nos anos 1970 e 1980, com a revolução sexual e a liberação da pornografia, o sexo anal começou a ser mais discutido e explorado, mas ainda sob um viés pejorativo e muitas vezes fetichizado.Hoje, com o acesso à informação e a crescente abertura para diálogos sobre prazer e sexualidade, muitas pessoas heterossexuais passaram a ver o sexo anal como uma prática natural dentro da vida sexual, e estudos indicam que sua aceitação tem crescido”, relata,

Anatomia e Fisiologia do Sexo Anal vs. Sexo Vaginal

O médico diz que ânus e a vagina são estruturas anatômicas completamente diferentes, e entender suas distinções é essencial para uma prática segura e prazerosa.

“Vagina
• A vagina é um órgão flexível e elástico, projetado para expandir e se contrair durante a penetração e o parto.
• Possui lubrificação natural, facilitando o ato sexual.
• Tem um pH ácido, que protege contra infecções”

“Ânus
• O ânus é uma estrutura de tecido muscular com dois esfíncteres (interno e externo) que controlam a saída de fezes.
• Não possui lubrificação natural, o que exige o uso de lubrificantes para evitar dor e lesões.
• Suas paredes são mais sensíveis e suscetíveis a microfissuras”

Estudos recentes apontam que o sexo anal é mais comum do que se imagina: Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) revelou que cerca de 36% das mulheres e 44% dos homens heterossexuais já praticaram sexo anal pelo menos uma vez na vida.

No Brasil, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa de Mercado (2019) mostrou que cerca de 30% dos casais heterossexuais já experimentaram sexo anal, sendo que 15% o praticam regularmente.Outra pesquisa, publicada no Journal of Sexual Medicine (2022), aponta que o prazer no sexo anal depende diretamente do preparo adequado e da comunicação entre os parceiros.

Apesar de ser uma prática comum, o sexo anal apresenta alguns riscos se não for realizado corretamente: O médico listou eles:

1. Risco de fissuras e lesões – A ausência de lubrificação natural pode causar microfissuras no ânus, levando a dor e sangramentos.
2. Maior risco de infecções – O ânus tem uma mucosa mais sensível e propensa a infecções, incluindo DSTs como HPV, sífilis e HIV.
3. Incontinência anal – Práticas frequentes sem o devido preparo podem enfraquecer o esfíncter anal, levando a problemas de controle fecal em longo prazo.
É necessário usar preservativo e lubrificante?
Sim, o uso de preservativo e lubrificante é fundamental para a segurança e o conforto:
• Preservativo: Evita DSTs e reduz o contato com bactérias presentes no ânus.
• Lubrificante: Deve ser à base de água ou silicone, pois evita dor e lesões. Lubrificantes à base de óleo devem ser evitados, pois podem danificar o preservativo.

1. Comunicação e Consentimento

O sexo anal deve ser uma escolha mútua, sem pressões. Converse com seu parceiro(a) sobre expectativas e limites.

2. Relaxamento e Preparo
O ânus deve estar relaxado para evitar dor. Técnicas como massagens ou a estimulação manual podem ajudar.

3. Lubrificação Adequada
o Use lubrificantes à base de água ou silicone para reduzir atrito e desconforto.

4. Introdução Gradual
o Comece com estímulos leves, como os dedos ou um plug anal, antes da penetração.

5. Posições Confortáveis
o Algumas posições, como de lado ou de quatro apoios, ajudam a manter o ânus relaxado e permitem mais controle sobre a profundidade e velocidade.

6. Evite Troca Entre Sexo Anal e Vaginal Sem Higienização
A troca direta pode causar infecções vaginais. Caso haja mudança, lave bem o pênis ou troque o preservativo.

7. Cuidados Pós-Sexo
o Após o sexo anal, é recomendável urinar e lavar a região com água morna e sabão neutro para evitar infecções.

João Borzino esclarece que sexo anal é uma prática comum e, quando feita de forma consciente e respeitosa, pode ser uma experiência prazerosa. “No entanto, ele exige cuidados específicos para garantir a segurança e o conforto dos parceiros. O tabu sobre o tema ainda persiste, mas com mais informações e educação sexual, é possível promover uma vivência mais saudável e sem preconceitos sobre a sexualidade.
Se houver dúvidas ou desconforto, buscar um especialista em saúde sexual pode ser uma excelente alternativa para orientações personalizadas”, finaiiza

 

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