Home Estilo de vida Comportamento Filosofia e comportamento social: conceitos entre fé e razão
Comportamento

Filosofia e comportamento social: conceitos entre fé e razão

Envie
Filosofia e comportamento social: conceitos entre fé e razão
Imagem: Joseph Atwill Foto: Divulgação
Envie

A relação harmoniosa entre fé e razão dentro das possibilidades dos novos conceitos culturais e teocráticos do mundo

*Por Lívia Ikeda

O Cristianismo e a filosofia

O cristianismo é a doutrina centrada na vida de Jesus Cristo. O mesmo, é defendido pelo Evangelho de João como o Logos feito carne, ou seja, um ser divino aprisionado, em carne e osso, que necessita deixar esse mundo para alcançar a salvação.

Logos significa “o verbo”, e em concordata com Heráclito, filósofo grego, o termo passou a ser interpretado como algo mais amplo, como um princípio cósmico da ordem e da beleza, a capacidade de racionalização individual enquanto razão humana e, também, como a verdadeira Palavra, pois para o Evangelho de João, é de Deus a Palavra, considerada como o próprio Jesus Cristo.

Da mesma forma, O Logos pode ser interpretado como o motivo e a causa que explica o anseio existencial humano, o que é tão discutido pela filosofia, constituindo: Jesus (Deus), a causa física, um dia encarnada, das alegrias humanas, e o motivo inicial de sua existência.

Como a filosofia interpreta a religião

A palavra filosofia, que tem origem grega, volta seu significado ao amor à sabedoria. Foi a explicação criada pelos antigos pensadores para o que era considerado mito. A filosofia tem o cunho de testemunhar e indagar os fatos e a lógica real das coisas.

Neste século, com a experiência vivenciada pelo sujeito que retorna ao centro das discussões sociais, trazendo consigo os dados históricos e religiosos diante de informações facilitadas por ferramentas tecnológicas, resumem um grande número de discussões que envolvem Jesus e o cristianismo, em paralelo com a filosofia.

Dentro deste tema, o conhecimento filosófico sistematizado e suas bases do conhecimento específico, cuja responsabilidade é não se contentar com questões sem embasamento e validez, vêm sendo o complemento do senso comum para muitas pessoas que buscam por respostas mais aprofundadas.

Esse aprofundamento se intensifica a cada dia junto ao conhecimento espiritual, com o objetivo de encontrar os porquês específicos para os males da vida, como dores, aflições, medos, acontecimentos, tristezas, felicidades e alegrias.

O teólogo e a fé

De acordo com a base dos conhecimentos filosóficos, em tudo podemos encontrar explicações plausíveis. Joseph Atwill, teólogo americano especializado na Bíblia, teve suas explicações plausíveis apresentadas em uma reportagem da Revista Galileu online. Atwill defende que o Novo Testamento foi um mito criado pelos romanos, no Século I.

De acordo com a revista, o autor conta que houve uma estratégia política utilizada pelos romanos para justificar a história de Jesus, que objetivava acalmar os ânimos violentos dos judeus, à época naturais da Palestina.

De acordo com os estudos de Atwill, como o uso de armas não estava adiantando, passaram a utilizar falas retóricas sobre o mito do judeu pacifista, para encorajar o hábito de “dar a outra face” e pagar os impostos que Caesar impunha.

O autor defende, também, que o objetivo de sua teoria é ajudar aqueles que têm sido reprimidos pela religião de alguma forma. Para Atwill, Jesus é um revolucionário que desafiou o Estado, e não um pacifista.

Seria possível uma relação harmoniosa entre fé e razão?

Filosofia e cristianismo protegem as iniciais da lógica da evolução humana, a que busca a perfeição do homem; em outras palavras, defende, no todo, os valores éticos e morais que devem ser mantidos.

Subentende-se, nessa teoria de Atwill, que a defesa da desunião entre fé e razão, imposta pelo homem a si mesmo, tem o objetivo real de proteger a lógica relacionada à uma vida moral em abundância que esteja longe das imposições da fé, ou seja, desmistificar a questão de que o homem atual precisa da religião para criar e seguir um conceito de vida.

O teólogo quer mostrar, de certa forma, que as pessoas podem se bastar do conhecimento metódico e específico para vivenciar um dia a dia saudável. Porém, diante dos estudos filosóficos, constata-se que a união com a religião pode resultar de maneira somatória, se houver um equilíbrio.

De acordo com Heráclito, devemos acreditar em nossa própria capacidade de racionalização individual, de nos revestirmos com a adequada e oportuna coerência de vida.

Heráclito continua atual. Se estivesse vivo, ele certamente defenderia a insatisfação de experienciar apenas um lado da história, pois estaria ciente de que a verdadeira lógica acontece quando ambos os raciocínios, religioso e filosófico, unem-se e somam entre si.
Para a filosofia, se atualmente fosse interpretada à risca, a ideia geral seria criar algo novo daquilo que um dia nos foi passado. No momento em que isto acontecer, sem dúvida haverá harmonia entre fé e razão.

Referências
ATWILL, Joseph. Caesar´s Messiah. Editora Saraiva, 2011. Historiador: Jesus não existiu e o Cristianismo tem sido uma catástrofe. Terra, 18 de out de 2013. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/pesquisa/historiador-jesus-nao-existiu-e-cristianismo-tem-sido-uma-catastrofe,6b39f4113ccc1410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

´Jesus não era um pacifista que pregava a palavra de Deus, mas um revolucionário que desafiou o Estado´. Revista Galileu. Disponível em: < https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2014/02/o-jesus-como-figura-humana-e-mais-acessivel-do-que-sua-versao-divina.html >

KAHN, Charles H. A Arte e o Pensamento de Heráclito. Paulus Editora, 2009.
O Evangelho Segundo João. Disponível em: https://www.apostolas.org.br/2010/capela/biblia/novo/evangelhos/Evangelho_segundo_Joao.pdf

*Lívia Ikeda Martins é comunicadora social, especialista em análise de marketing, comunicação organizacional e redação. É redatora há 13 anos e também atua como assessora de imprensa.

Envie
Artigo relacionado