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Economista afirma reforma aprovada no Senado pode ocasionar incremento na carga tributária ao consumidor: “Se não for bem ajustada e conduzida”

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Para Wagner Moraes, o Brasil deu passo importante para modernização fiscal, mas é preciso atenção especial para a população

O Senado aprovou o texto-base da reforma tributária sobre o consumo. Tanto no primeiro quanto no segundo turno o placar foi o mesmo: 53 a 24. A aprovação da PEC exigia o voto de pelo menos 49 dos 81 senadores. As principais mudanças são a criação de um teto para a carga tributária, a revisão a cada cinco anos dos regimes especiais de tributos e a ampliação do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), criado para incentivar o desenvolvimento de regiões de menor renda.

A reforma propõe a fusão de cinco tributos sobre o consumo em um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), dividido em Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) – que integra PIS, Cofins e IPI a nível federal – e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unifica ICMS e ISS nos níveis estadual e municipal.

Para o economista, especialista em macroeconomia, mercado financeiro e CEO da A&S Partners, Wagner Moraes, a reforma tributária aprovada no senado ainda gera preocupações substanciais. “Se não for bem ajustado e conduzido, essa reforma pode ocasionar um incremento na carga tributária imposta ao consumidor. A transição para o IVA, apesar de teoricamente neutra em termos de receita, abre margem para que novas alíquotas resultem em maior arrecadação tributária sem uma correspondente melhoria nos serviços públicos”, disse.

Para Moraes, há temores de que a redistribuição dos tributos entre os estados federativos não seja equitativa, algo que poderia intensificar desigualdades regionais. “Além disso, o ajuste dos novos impostos poderia sobrecarregar os setores econômicos menos favorecidos, pressionando os preços ao consumidor final”, explicou.

Como a PEC passou por mudanças no Senado, terá de voltar à Câmara dos Deputados para uma nova votação. Os parlamentares esperam concluir a tramitação nas duas Casas até o final do ano. Por causa da complexidade da proposta, os senadores optaram por não fatiar o texto.

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