Os linfomas podem ocorrer em qualquer idade, porém envelhecer ainda é um forte fator de risco para o linfoma em geral
Os linfomas são neoplasias que se originam no sistema linfático, que desempenha papel fundamental no funcionamento do sistema imunológico. O sistema linfático inclui os gânglios linfáticos, baço, o Timo e a medula óssea. O linfoma pode afetar todas essas áreas, bem como outros órgãos do corpo.
Com o envelhecimento da população mundial, é muito importante que seja abordada a relação entre os linfomas e o grupo dos 60 anos ou mais. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o número estimado de casos novos de linfoma não Hodgkin (LNH) para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 12.040 casos, o que corresponde a um risco estimado de 5,57 por 100 mil habitantes, sendo 6.420 casos em homens e 5.620 casos em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 6,08 casos novos a cada 100 mil homens e 5,08 a cada 100 mil mulheres.
De acordo com Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – Abrale, nos últimos 25 anos, o número de novos casos de linfoma não-Hodgkin duplicou, em especial em pessoas acima dos 60 anos de idade. O dia 15 de setembro foi instituído como Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas para maior esclarecimento à população sobre a doença.
A incidência de linfomas tende a aumentar com a idade, portanto é essencial que seja feito um diagnóstico precoce e a conscientização para um envelhecimento saudável. “Estima-se que, até 2050, a população idosa do Brasil salte de 31 milhões de pessoas atualmente para 60 milhões, o que representará quase 30% da população do Brasil e precisamos garantir que elas tenham uma ótima qualidade de vida, isso inclui a conscientização sobre os linfomas, já que um diagnóstico precoce pode levar a um tratamento eficaz e a uma maior expectativa de vida”, afirma Dra. Morgani Rodrigues, médica hematologista e cofundadora do canal Longidade.
Existem dois tipos de Linfoma: linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH). O LH é caracterizado pela presença de células grandes e facilmente identificáveis no linfonodo acometido, conhecidas como células de Reed-Sternberg. É uma doença adquirida, e não hereditária. Compreende cerca de 20% dos casos da doença e pode ocorrer em qualquer idade, no entanto, é mais comum aparecer entre os jovens de 25 a 30 anos.
Já o LNH não tem um tipo celular característico. Trata-se de um grupo complexo de tipos diferentes da doença. Após o diagnóstico, ele é classificado de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra. Ele pode surgir em diferentes partes do corpo e representa 80% dos casos de linfoma, pode ocorrer em qualquer idade sendo mais comum em pessoas acima dos 60 anos.
“É importante estar atendo aos sinais e possíveis sintomas para que o diagnóstico seja feito o quanto antes. Alguns deles são: inchaço dos gânglios linfáticos, principalmente na região da virilha, pescoço e axila, fadiga inexplicável, perda de peso sem intenção, febre persistente, coceira na pele, falta de ar”, explica Dra. Morgani.
A especialista ainda reforça que consultas médicas regulares e exames de rotina são fundamentais para identificar problemas de saúde de uma forma geral, incluindo linfomas em estágios iniciais. O tratamento mais comum é a quimioterapia, podendo ser complementado, em alguns casos, com a radioterapia.
“Adotar um estilo de vida saudável com uma dieta equilibrada, com maior consumo de alimentos naturais ao invés dos ultraprocessados, exercícios regulares e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool pode reduzir o risco de desenvolver linfomas e outras doenças relacionadas à idade”, conclui a médica.
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