A escalada das tensões no Oriente Médio voltou a acender um sinal de alerta em todo o mundo — e, especialmente, entre os imigrantes que vivem nos Estados Unidos ou planejam iniciar sua jornada rumo ao país. Na noite de sábado (21), os Estados Unidos realizaram ataques a três instalações nucleares no Irã, entrando oficialmente no conflito entre Israel e Irã. Em resposta, o Parlamento iraniano aprovou o bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde trafegam 30% das exportações mundiais de petróleo — uma medida que ainda precisa da aprovação final do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Ali Khamenei.
Diante desse cenário, o governo americano emitiu um alerta de segurança global, recomendando que cidadãos e residentes redobrem a cautela, especialmente em viagens internacionais e em locais públicos, devido à possibilidade de manifestações hostis ou atentados direcionados a interesses norte-americanos.
Apesar do clima de tensão, não há, até o momento, alterações nas políticas de imigração dos EUA. Processos de vistos, green cards e solicitações de asilo seguem funcionando normalmente. Contudo, especialistas alertam que conflitos dessa magnitude tendem a gerar repercussões que vão além da diplomacia e do campo militar.
“O alerta de segurança não significa, por enquanto, uma mudança nas regras de imigração. Mas quem conhece a história dos Estados Unidos sabe que todo grande conflito internacional tem potencial para gerar impacto no controle migratório”, explica o advogado e professor Dr. Vinicius Bicalho, membro da American Immigration Lawyers Association (AILA).
Bicalho destaca que, após os atentados de 11 de setembro de 2001, o sistema migratório americano foi completamente redesenhado, com endurecimento nas regras, aumento da burocracia e um rigoroso controle sobre quem entra e permanece no país.
Curiosamente, o cenário de insegurança global não costuma desmotivar quem busca uma nova vida nos EUA. Pelo contrário, segundo Bicalho, muitas vezes reforça a percepção de que os Estados Unidos são um porto seguro, justamente por sua postura firme contra ameaças internacionais.“O cenário que estamos presenciando não altera o desejo de quem quer imigrar. Para muitos, é até um reforço da imagem dos EUA como uma nação que combate o extremismo e oferece estabilidade e oportunidades”, afirma.
Por outro lado, ele faz um alerta importante: “O envolvimento direto em qualquer conflito internacional, especialmente no Oriente Médio, eleva sim o risco de atentados internos, o que pode gerar consequências indiretas para os imigrantes. Historicamente, em momentos assim, o país adota medidas mais rigorosas de segurança.