Práticas de upskilling e reskilling são essenciais para aumentar a competitividade no mercado
O desenvolvimento de novas tecnologias está transformando o mercado de trabalho e exigindo novas habilidades dos funcionários. Segundo pesquisa realizada pela edX, plataforma de educação das universidades Harvard e MIT, executivos acreditam que 49% das competências da força de trabalho que existem hoje não serão relevantes em 2025, devido à inteligência artificial (IA).
Ao impactar diretamente o setor de recursos humanos (RH), a IA passa a direcionar empregos e perspectivas de carreiras. O estudo mostra que 92% dos executivos acham importante melhorar as suas competências em IA até 2025 e a mesma porcentagem já usa a tecnologia nas suas funções.
Os profissionais também acreditam que, até 2028, mais da metade (56%) das funções de profissionais de nível inicial serão eliminadas graças à IA. Esse cenário torna as práticas de upskilling e reskilling essenciais para aqueles que desejam se manter competitivos no mercado.
O primeiro conceito diz respeito ao aprimoramento e desenvolvimento de habilidades dentro da área de atuação do profissional. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) explica que isso não implica em uma mudança na direção da carreira, mas ao aperfeiçoamento de habilidades já existentes.
Dessa forma, o indivíduo pode atuar com maior eficiência em sua atual posição, tornando sua carreira mais sólida. Um profissional que trabalha com governança corporativa e compliance, por exemplo, pode adquirir conhecimentos em novas regulamentações e tecnologias na área para garantir maior assertividade na conformidade com a legislação.
Já o reskilling ocorre quando o profissional decide adquirir novas competências para se reposicionar no mercado de trabalho, conforme explica a Gupy, plataforma de gestão de RH. A prática também pode acontecer quando a empresa percebe ser capaz de desenvolver talentos internos por meio de treinamentos para preencher novas funções.
Se uma empresa deseja aproveitar um profissional do setor de finanças em uma função de auditoria de compliance, ela precisa oferecer treinamentos para que ele possa se aprofundar sobre o que é compliance e se capacitar na área, estando preparado para enfrentar as exigências e responsabilidades dessa nova posição.
Como aplicar esses conceitos em uma empresa?
De acordo com o Sebrae, para inserir práticas de upskilling e reskilling nas estratégias de uma empresa é preciso que haja uma cultura voltada para o aprendizado contínuo, incluindo colaboradores e gestores.
Também é fundamental levar em conta os objetivos pessoais de cada funcionário, bem como suas aspirações de carreira, para que eles sejam guiados de maneira que se sintam mais realizados e motivados a permanecer na organização.
O primeiro passo é mapear as habilidades atuais dos colaboradores e quais precisam ser desenvolvidas. Dessa forma, é possível criar um plano de capacitação, com um cronograma de treinamentos, cursos ou workshops, para desenvolver as novas competências.
O Sebrae destaca que é importante acompanhar o progresso, usando a tecnologia para facilitar esse processo, assim como analisar o custo de cada ação. O upskilling e o reskilling podem trazer benefícios como aumentar a produtividade, a competitividade e a melhoria da qualidade do trabalho, além de possibilitar a realocação dos funcionários em resposta a possíveis mudanças no mercado ou ainda para reduzir custos.
Veja outras tendências do RH para o próximo ano
Além das práticas de upskilling e reskilling, outras tendências também prometem mudar o futuro do RH em 2025. Uma delas é a adoção de IA nos próprios processos de recrutamento e seleção.
De acordo com a plataforma de RH, SER, a tecnologia facilita a triagem de currículos, a condução de entrevistas iniciais e a identificação de candidatos com alto potencial. Os algoritmos podem ser programados para se concentrar unicamente nas habilidades e experiências dos candidatos, diminuindo a influência de preconceitos e promovendo uma seleção mais equitativa e diversificada.
O relatório de Tendências da Empregabilidade 2025, desenvolvido pela Gupy, também aponta que o próximo ano promete consolidar o modelo híbrido como a principal tendência em alguns segmentos do mercado de trabalho.
A empresa destaca que esse modelo proporciona um equilíbrio entre a flexibilidade que os colaboradores valorizam e a necessidade de interação presencial, que as empresas consideram essencial para fortalecer a cultura e fomentar a inovação, sendo vantajoso para ambas as partes.