AVEC Editora lança O Recanto Chinês, um romance policial sobre ambição, falsos passados e os mistérios de Porto Alegre

AVEC Editora lança O Recanto Chinês, um romance policial sobre ambição, falsos passados e os mistérios de Porto Alegre

Redação Gazeta24h
Atualizado: 17/12 15:33
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Divulgação

O cenário é Porto Alegre, mais precisamente no Recanto Chinês, no parque da Redenção, ponto de partida para uma trama em que memória, identidade e ambição se entrelaçam. Assim começa O Recanto Chinês, novo romance policial de Julio Ricardo da Rosa, que chega ao público explorando um crime impossível: o assassinato de um homem que, aos olhos do Estado, jamais existiu.

A trama acompanha o advogado criminalista Alberto Branco. A rotina do personagem é interrompida quando um antigo colega de universidade, Luis Paulo Maciel, reaparece após décadas desaparecido. Desgrenhado e à beira do colapso, ele pede ajuda para “refazer a vida” e promete voltar no dia seguinte. A promessa, porém, nunca se cumpre. Antes do amanhecer, Alberto recebe uma ligação da polícia: um corpo foi encontrado no Recanto Chinês, baleado. No bolso, um cartão de visitas do advogado. O morto é Luis Paulo, um homem sem documentos, sem registros e, ao que tudo indica, sem passado. É o início de uma investigação que envolve livros, vaidade, mentiras e traições capazes de aprisionar alguém dentro da própria ficção que criou.

Para Julio Ricardo da Rosa, a escolha da ambientação foi natural:

“Porto Alegre é repleta de lugares propícios para a ambientação de mistérios. A ideia do local veio junto com a ideia da história”, afirma o autor.

A estrutura clássica do romance policial também aparece na formação do grupo que auxilia Alberto na investigação: Gersão, o hacker solitário; Zambrano, o faz-tudo; e Margô, a enigmática namorada do advogado. Julio vê nesses coadjuvantes uma tradição do gênero:

“Histórias de detetives necessitam desses personagens para dar suporte à figura central. Pense em Maigret e seus assistentes, em Mario Conde e seus amigos, ou nos mais famosos de todos, Holmes e Watson.”

O autor destaca ainda como o romance policial contemporâneo se alimenta de outros gêneros, especialmente do romance histórico.

“O romance policial moderno se apropria de outros gêneros. O Recanto Chinês segue essa tendência ao revisitar a Porto Alegre dos anos 80, os cinemas de rua e o mundo analógico. Naquela realidade, a situação descrita seria possível. Hoje, não mais. É por isso que o crime ocorre no presente.”

A escrita de Julio também é marcada por forte apelo imagético, uma influência direta do cinema:

“O cinema é uma arte da imagem; a literatura, da palavra. Meu esforço é para que o escritor passe despercebido e o leitor mergulhe na narrativa. Quando eu escrevo ‘chovia’, quero que o leitor sinta os pés umedecidos.”

O livro, segundo ele, já estava escrito há algum tempo, passando por diversas revisões. Autor disciplinado, Julio escreve diariamente e mantém projetos sempre em andamento. Ainda assim, a motivação permanece simples e essencial:

“Todo escritor ambiciona ser lido. Eu não sou diferente. Nunca esqueço o dia em que vi, numa livraria, uma moça comprando um dos meus livros. Foi uma sensação muito boa.”

O Recanto Chinês chega ao público como um romance policial sem serial killers, mas com conflitos tão perigosos quanto:

“É uma história sobre ambição e orgulho e até onde eles podem levar um homem. Dinheiro, desejo e fama são inebriantes. Podem revelar o pior de cada um de nós”, resume o autor.

Sobre o autor

Júlio Ricardo da Rosa nasceu e vive em Porto Alegre. Nos anos 1980, escreveu sobre cinema para os jornais Zero Hora, Jornal do Comércio e Correio do Povo. Durante doze anos, foi curador da Seleção de Filmes Bourbon. É autor do blog viagensimoveis.wordpress.com e viajante eventual. Seus quatro livros mais recentes são O Viajante Imóvel, O Segredo de Yankclev Schmid, O Covil do Diabo, A Cicatriz Invisível e O Inverno do Vampiro.

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