Aiyra é uma artista potiguar que há quase duas décadas vem marcando presença na música brasileira e no exterior, conquistando admiradores com sua versatilidade como percussionista, cantora, compositora e produtora musical. Sua carreira é uma jornada eclética e versátil, construindo pontes entre os dois mundos que habita: o das músicas popular e erudita.
Nascida Maíra Soares, a artista transmutou-se em Aiyra. A nova alcunha veio carregada de significado. O nome indígena traduz “aquela que não tem dono” – um predicado que se encaixa perfeitamente à vida artística plural e sem amarras de Aiyra, desde sempre cantando a liberdade.
Sua trajetória musical começou em 2004, e a partir daí Aiyra passou por variadas bandas e projetos, como Flor de Macambira, Banda DuGiba, Choro na Lua, Catita Choro e Gafieira, Elegia e seus Afluentes, Rastafeeling, Igapó de Almas, entre outros. Além disso, integrou a prestigiosa Orquestra Sinfônica da UFRN e a Orquestra Sinfônica do Estado do Rio Grande do Norte.
A busca constante por conhecimento e aprimoramento levou Aiyra a obter diversas formações acadêmicas, incluindo Licenciatura em Música, Curso Técnico em Percussão Erudita e Especialização em Práticas Interpretativas dos séculos XX e XXI. Seu interesse pela perspectiva etnomusicológica a levou a mergulhar nos processos de Transmissão Musical no Coco de Zambê de Mestre Geraldo, um subgênero do coco existente apenas no estado do Rio Grande do Norte, o que lhe rendeu o título de Mestra em Educação Musical.
Essa busca por novos aprendizados também a levou além das fronteiras do Brasil. Em 2017, participou do encontro mundial Glomus (Global Music Network) em Natal e, no ano seguinte, foi convidada para um evento semelhante na cidade de Frosinone, Itália. Essa interação com outras culturas musicais enriqueceu ainda mais sua bagagem artística e influenciou sua musicalidade única.
Em 2019, Aiyra iniciou um novo capítulo em sua carreira ao lançar seu primeiro álbum de músicas autorais, intitulado “Quebra-Vento”, que foi bem recebido pelo público e crítica. A aprovação desse projeto pelo edital de Economia Criativa do SEBRAE/RN foi um importante impulso para a consolidação de seu trabalho como compositora e cantora solo. A partir daí, Aiyra passou a se apresentar em diversos eventos culturais, como o Festival DoSol e o Carnaval de Parnamirim.
Aiyra também enfrentou desafios ao longo de sua jornada artística, especialmente durante a pandemia de 2020. No entanto, ela não se deixou abater pelas adversidades e encontrou maneiras criativas de continuar levando sua música ao público. Realizou 11 lives, participou de festivais on-line e concedeu entrevistas sobre música, mantendo-se ativa e conectada com seus fãs.
No segundo álbum, “Leve”, lançado sob o selo DoSol com direção artística de Anderson Foca, Aiyra demonstra mais uma vez sua versatilidade e poder artístico. O disco abrange temas significativos, como a força e os desafios da mulher no Brasil, além de abordar questões sobre sexualidade feminina, autoestima e relacionamentos amorosos.
“Leve” conta com participações especiais que ampliam ainda mais o alcance das temáticas abordadas nas músicas. Artistas como Bixarte (de quem faz parte da banda atualmente), Fontes, Bixxatriz e Mari Santana unem suas vozes às de Aiyra, conferindo ao álbum uma diversidade de sotaques e perspectivas.
Aiyra é uma artista que, ao longo de sua carreira, soube absorver influências musicais diversas, tanto do Brasil quanto de outros países, e expressá-las em sua sonoridade única. Seu trabalho é um convite para embarcar em uma jornada musical repleta de positividade, ao mesmo tempo em que conscientemente enfrenta questões urgentes de seu tempo. Com uma trajetória rica e promissora, Aiyra se consolida como uma artista que descobre, a cada lançamento, o poder de sua voz – aquela que não tem dono, mas que é, ao mesmo tempo, de todos nós.
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