As três premissas de qualquer Geoparque Mundial da Unesco são conservação, educação e turismo. Para mostrar essas e outras inúmeras possibilidades de desenvolvimento na região do Seridó Geoparque Mundial da Unesco (RN), a Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), com auxílio de parceiros, produziu documentário que aborda as formações geológicas, a história do local e a vivência da comunidade residente.
Ao todo, foram feitos seis episódios que, além do Seridó (RN), retratam as regiões dos Projeto Geoparque Corumbataí (SP) e Geoparque Aspirante Chapada dos Guimarães (MT). As filmagens serão transmitidas pela TV Cultura, no Programa Periscópio, às 19h até 22 de junho.
Segundo o presidente da Febrageo, Caiubi Kuhn, além de divulgar as histórias geológicas, o foco também é mostrar as oportunidades que existem para o desenvolvimento de turismo e educação. “É uma forma de documentar o trabalho que vem sendo feito, além de fortalecer a ciência e contribuir para o desenvolvimento da população que ali vive”, explica.
A Unesco define os Geoparques Mundiais como áreas geográficas únicas e unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Sua abordagem ascendente que combina a conservação com desenvolvimento sustentável e que, ao mesmo tempo, envolve as comunidades locais, está se tornando cada vez mais popular.
Tais características compõem o Seridó Geoparque Mundial da Unesco. Para Fábio Reis, diretor financeiro da Febrageo, “a realização de documentários possibilita que Federação, entidades de Geologia e parceiros atinjam a divulgação da geodiversidade em um público enorme e para todo o país”, elucida.
As filmagens não trazem apenas a essência dos geoparques, mas também abordam o impacto que eles causam na ciência, educação, turismo e cultura da sociedade, principalmente por fazerem parte do dia a dia das comunidades ali residentes. Marcos Antônio Leite do Nascimento, Coordenador Científico do Seridó Geoparque Mundial da UNESCO, ressalta os ganhos com o turismo, por meio de cursos técnicos oferecido pelo Geoparque, com o auxílio de parceiros. “Isso faz com que os condutores tenham capacidade de interpretar paisagens e levar o conhecimento de locais que são geodiversos para a população visitante”, aponta.
O território do Geoparque Seridó tem uma longa tradição mineira. Nele se localiza “a Mina Brejuí, que até os anos 70 foi a maior jazida de tungstênio do Mundo, e agora é reconhecida como um geossítio de caráter internacional; a entrada na Rede Global de Geoparques da UNESCO vai permitir um novo olhar sobre o território com foco no Desenvolvimento Sustentável”, ressalta Orildo Lima e Silva, presidente da Associação Profissional de Geólogos do RN.
Janaína Medeiros, Diretora Executiva do Geoparque, acrescenta que a conservação da geodiversidade é tão importante quanto o da biodiversidade. Afirma ainda que esta riqueza deve ser de conhecimento geral e, por isso, os documentários cumprem o seu papel. “É uma forma de mostrar a cultura do território e o valor que ele tem. Deve ser explorado ao mesmo tempo em que é protegido. Para cuidarmos e nos desenvolvermos com ele, precisamos conhecer”, afirma.
