Festival vai até sábado (25) com uma programação diversa voltada para o fortalecimento da economia criativa preta
Nesta quinta-feira (23), trocas de experiências internacionais da cultura negra deram voz ao segundo dia do Festival Salvador Capital Afro. No painel sobre Afroturismo, foram enaltecidos temas voltados à valorização da cultura preta no mundo com as participações do diretor do Ministério do Turismo, Artes e Cultura de Gana, John Yaw Agbeko, da secretária executiva da OEA (EUA), Kim Osborne, da fundadora da Brafrika Viagens (Brasil/África do Sul), Bia Moremi, e da Coordenadora de Diversidade, Afroturismo e Povos Indígenas da EMBRATUR, Tânia Neres.
Na oportunidade, os representantes compartilharam experiências afrocentadas e que serviram de inspiração para o potencial de Salvador no segmento do afroturismo. Kim Osborne abriu o painel destacando sua experiência e o que tem visto no mercado negro viajando pelo mundo. “O afroturismo não deve ser promovido como um legado da escravidão. Não é recital de traumas ancestrais. É uma celebração da resiliência do povo, das nossas tradições e uma oportunidade de unir, mostrar a força e a vitalidade da cultura africana”, reforçou.
Tâmara Almeida, empreendedora e estudante de comunicação, participou da oficina sobre o papel dos criadores de conteúdo nas estratégias de marcas e declarou a importância de eventos como este, que vem com o propósito de potencializar o afroempreendedorismo e o fortalecimento dos talentos pretos. “O festival me mostrou a responsabilidade que tenho com o meu negócio, neste espaço que me fez sentir acolhida e importante, além de aprender com as potências que se encontram dentro desse movimento”, enaltece a empreendedora.
O Festival Salvador Capital Afro é um evento visto como uma base de transformação social, cujo foco é mobilizar negócios, capacitar pessoas e envolver, de forma atrativa, toda a cadeia de afroempreendedores. “Estamos projetando Salvador no âmbito do Afroturismo, em um trabalho feito a várias mãos. As novas parcerias ultrapassam mais de 100 milhões de reais de investimento no afroturismo em Salvador”, declara Maylla Pitta, diretora de Cultura da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador.
Até sábado (25), o Festival Salvador Capital Afro vai reunir diversas atividades voltadas para valorização e fomento da economia criativa preta de Salvador com a presença de personalidades nacionais e internacionais. Mentoria de audiovisual, painéis sobre circulação de trabalhos artísticos negros, o desenvolvimento de um cenário artístico cultural, processos criativos conectando a cultura preta global, gestão de carreiras e rodadas de negócios do afroturismo fazem parte da programação desta sexta-feira.
Showscases
Na sexta-feira, as apresentações musicais de talentos negros que atrairão o olhar do público, serão entregues para Vittor Adél, artista que acredita na integração das artes para fazer o belo, com uma performance destemida e cheia de beleza, close e que leva na sua voz o grito de um corpo negro e LGBTQIA+, além, também, da apresentação da cantora de pagode drag queen Nininha Problemática, artista que surgiu com a ideia de performar a personagem no intuito de representar as meninas das periferias da cidade. E para compor as apresentações musicais, o multiartista Vírus entra em cena para fechar a noite do festival. Os showcases são parte do Festival Salvador Capital Afro com objetivo de fomentar e divulgar carreira e revelar potenciais de artistas negros.
A programação completa do Festival Salvador Capital Afro pode ser conferida no site https://www.salvadordabahia.com/festivalcapitalafro e também pelas redes sociais @salvadorcapitalafro.