Rodolfo Oliveira (*)
Crescer se tornou mandatório para muitas empresas brasileiras, afinal, com a concorrência, estar em constante evolução é necessário para não sucumbir. O reflexo disso para os empresários foi buscar capital para financiar esse desenvolvimento. E pasmem: no Brasil ainda há muitos setores que vivem do crédito oferecido pelos bancos. O mercado de capitais ainda não é acessado por todos. No entanto, o dinheiro deixou de ser o único ativo importante para o crescimento, atualmente.
Você já ouviu falar do smart money? Se não, conhecê-lo é fundamental para que sua empresa continue tendo sucesso. Mais do que o investimento em si é importante que esse dinheiro venha com alguns ativos adicionais que podem agilizar o desenvolvimento do seu negócio, como: inteligência de mercado, networking, disponibilidade do investidor para oferecer consultoria aos sócios sempre que necessário para lidar com desafios do dia a dia, entre outros.
Há um entendimento de mercado que smart money é algo aplicável apenas a startups que buscam a escalabilidade. Porém, engana-se quem pensa assim. O dinheiro inteligente também é válido para mercados mais tradicionais, em que o proprietário – que trabalhou por 15, 20 anos para a sua empresa avançar – precisa de visão mais ampliada das possibilidades de negócios para fazer sua empresa crescer. Essas estratégias de crescimento podem incluir fusões e aquisições, por exemplo.
O middle market vem descobrindo as fusões e aquisições como caminhos sustentáveis para avançar no market share, mas desconhecem os meandros para efetivar negociações que de fato vão fazer seus negócios ganharem corpo de maneira efetiva e que gerem os resultados esperados. É importante saber que há série de riscos envolvidos nesses processos e ter a inteligência de experts pode ser essencial pra dar o passo correto rumo ao desenvolvimento do negócio.
Porém, um dos pontos que vem inviabilizando a adoção dessa estratégia é o fato de muitas empresas ainda engatinharem em governança corporativa, que simplificando: são as práticas, processos e regras pelas quais uma empresa é gerida, garantindo transparência e precisão em suas ações. Muitas não dão a devida atenção a esse aspecto e assim ficam longe de acessar linhas de crédito ofertadas pelo mercado de capitais, que atualmente tem disponível cerca de R$ 210 bilhões para investir.
Com tudo isso você está pronto para compreender que o dinheiro por si só não garante o sucesso de uma corporação. Ou o empresário entende que é preciso buscar o smart money para crescer ou vai ter dias turbulentos pressionado pela concorrência e pela falta de recursos mais baratos para viabilizar seu plano de expansão. Ainda assim, se o dinheiro estiver disponível à empresa – que pode ser a sua – sem a devida organização, a falta de uma gestão moderna e perspicaz pode levar essa instituição à quebra.
(*) Rodolfo Oliveira, CEO da XR Advisor