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Síndrome do final de ano afeta muitas pessoas

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Com a aproximação dos últimos dias do ano, surge um fenômeno reconhecido como a “Síndrome do Final de Ano”. Há um aumento dos casos de ansiedade na população, problema que já atinge, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 9,3% das pessoas. Nesta época as pessoas costumam refletir sobre o ano, fazer um balanço sobre os fatos vividos, avaliar quais metas foram ou não alcançadas e se preparar para um novo ciclo. Todo esse ritual pode provocar uma alta carga de estresse emocional, que pode desencadear crises ansiosas ou depressivas.


É comum nessa época do ano, por causa do fechamento de um ciclo e começo do outro, as pessoas se sentirem mais aflitas. Alguns indivíduos tiveram perdas em vários sentidos durante o ano e isso acaba gerando tristeza que é diferente de depressão. A tristeza faz parte das emoções geradas pelas perdas e por aquilo que não se conseguiu realizar. Já a depressão a pessoa fica paralisada, sem buscar uma solução, sem fazer um movimento, com pensamentos negativos e sem agir e atuar naquilo que ser faz necessário.


Perda de emprego, falência do negócio, morte de um parente, doença em família e problemas financeiros, são alguns gatilhos que podem desencadear essa ansiedade, tristeza e até mesmo uma depressão. De acordo com a idade, com a fase de vida, vivemos esse momento de formas bem diferentes. Quando se é criança, adolescente, adulto jovem, quando está com os filhos pequenos ou na terceira idade. Cada fase vai gerar uma expectativa diferente.


O amparo familiar e dos amigos é importante para a maioria das pessoas, mas se existe essa falta, se é uma pessoa mais solitária, a ansiedade e a tristeza podem se acentuar no final do ano. As redes sociais acabam acarretando mais ansiedade já que quem está infeliz compara sua vida com a de outros e, muitas vezes, as pessoas tendem a mostrar só o que é bom, e quem está infeliz pode ficar ainda mais triste.


Se o indivíduo não está bem, ele deve buscar suporte nas pessoas que são importantes para ele e tentar olhar as conquistas que teve e não ficar preso no que não foi conseguido. Repensar as formas de alcançar os objetivos, além de fazer um balanço de perdas e ganhos. Quem tem planos para o futuro ajuda a combater esse sentimento de tristeza do final do ano.


Andreia Calçada é psicóloga clínica e jurídica. Perita do TJ/RJ em varas de família e assistente técnica judicial em varas de família e criminais em todo o Brasil. Mestre em sistemas de resolução de conflitos e autora do livro “Perdas irreparáveis – Alienação parental e falsas acusações de abuso sexual”.

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