O Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, recebeu a 7ª edição do Seminário de Navegação Marítima da WSB Advisors. Conduzido por Alexandre Vilela, CEO da empresa, e Joana Rodrigues, Líder de Inteligência de Mercado, o evento reuniu mais de 100 convidados da indústria de óleo, gás e energia, oferecendo um formato inovador e interativo.
“Tenho muito orgulho de testemunhar que, no Seminário deste ano, a presença feminina, desde a escolha dos melhores profissionais, da abertura aos painéis e nos convidados da plenária, veio de forma natural, demonstrando que a indústria está evoluindo. O que vemos agora é a prova de que a excelência não tem gênero. A diversidade, sem dúvida, fortalece e enriquece nosso setor”, comenou Alexandre Vilela.
Abertura com Foco na Relação Brasil-Noruega
A abertura do evento contou com a participação de importantes nomes da indústria e diplomacia, com foco na crescente colaboração entre Brasil e Noruega. A Cônsul Mai Tonheim, representando o Real Consulado Geral da Noruega no Rio de Janeiro, foi a primeira a falar, destacando o novo ciclo de investimentos das empresas norueguesas no Brasil, especialmente no campo da transição energética, e os estímulos que o governo norueguês tem oferecido para atividades relacionadas a esse setor.
Em seguida, Larissa Sigiliano, Presidente da Câmara de Comércio Noruega-Brasil (NBCC), ressaltou o aumento significativo das operações das empresas associadas à NBCC nos setores de óleo, gás e energia, e sua expectativa de um crescimento contínuo nas atividades comerciais. Camila Mendes Vianna Cardoso, sócia do escritório Kincaid | Mendes Vianna Advogados e ex-presidente da NBCC, complementou a discussão lembrando a trajetória de anos de suporte jurídico às empresas norueguesas que iniciaram seus negócios no Brasil, destacando a parceria contínua entre os dois países.
Finalizando a abertura, Sérgio Bacci, Presidente da Transpetro, representando a Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, abordou o novo ciclo de contratações de embarcações da Petrobras, informando que já foram encomendadas 26 embarcações, sendo 22 de apoio marítimo offshore e 4 navios de cabotagem. Ele expressou sua expectativa de que as próximas encomendas fortaleçam ainda mais a indústria naval brasileira, especialmente os estaleiros nacionais, que desempenharão um papel essencial nesse novo ciclo de contratações.
Debates Aprofundados em Todos os Painéis
O primeiro painel, moderado por Alexandre Vilela e Joana Rodrigues, foi centrado na transição energética e contou com a participação de Roberta Cox, do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), Anídio Correa, da WSB Advisors, Daniel Lamassa, da Mingyang, e o Deputado Federal Eduardo Pazuello, Presidente da Frente Parlamentar do Óleo, Gás e Energia (FREPPEGEN). O debate foi pautado pela necessidade de um marco regulatório mais robusto para a energia eólica offshore no Brasil, e os desafios enfrentados para acelerar os processos de licenciamento ambiental, um tema amplamente discutido pelo painel.
No segundo painel, a discussão girou em torno da indústria naval e sua necessidade de revitalização. Alexandre e Joana moderaram as discussões entre João Pacheco, Diretor do SINAVAL e Presidente da ABEEMAR, Rachid Félix, da Valor+, Augusto Vedan, da ANTAQ, e Wagner Victer, Advisor da Petrobras. A tônica do painel foi a importância da proteção da indústria naval brasileira e a expectativa de que as novas encomendas da Petrobras sirvam como catalisador para um crescimento mais sustentável e contínuo do setor.
O terceiro painel abordou a questão do desmantelamento de embarcações, um problema que afeta diretamente o estado do Rio de Janeiro e o Brasil como um todo. Alexandre e Joana conduziram o debate, que contou com a participação de Jucélia (Tia Ju), Deputada Estadual e Presidente da CPI das embarcações na ALERJ, do perito judicial Maurício Almeida, do professor Dr. Augusto Moutella, da ELERJ, e do Almirante Ilqies Barbosa Junior, do Cluster Tecnológico Naval. Os painelistas foram unânimes em afirmar que o Brasil precisará enfrentar um desafio industrial inédito nos próximos anos, dada a crescente demanda por desmantelamento de embarcações enquanto novas embarcações são construídas.
Maurício Almeida destacou a relevância de sua participação no painel, ressaltando a importância do tema debatido
“Foi essencial participar deste painel, pois trata-se de um assunto relativamente novo, que ainda gera muitas dúvidas. Tivemos a oportunidade de abordar o tema de forma abrangente. Acredito que é fundamental estabelecermos um marco regulatório que organize e consolide as informações já disponíveis no Brasil.”
No quarto painel, o foco foi o capital humano no setor naval, tema de fundamental importância para garantir a sustentabilidade da indústria. Thiago Valejo, da FIRJAN, César Castro, da Elcano, José Carlos Elias, da Altera Infrastructure, e João Queiroz, da Intcom, compartilharam suas visões sobre os desafios de formação de mão de obra qualificada, um ponto crítico para a continuidade das operações da indústria naval no Brasil. A ausência de uma cadeia robusta de treinamentos e a dependência excessiva da formação militar foram alguns dos tópicos abordados com profundidade.
Thiago Valejo enfatizou a importância do debate para a qualificação das informações e sua disseminação: “Quanto mais discutimos, mais conseguimos aprimorar e tornar as informações acessíveis para quem delas precisa. Participar do seminário e representar a FIRJAN foi uma experiência extremamente enriquecedora. Trouxe ao painel algumas provocações, como: quais habilidades o profissional do futuro precisará desenvolver para atuar no mercado? De que forma a tecnologia influenciará essa transformação? São questionamentos que considero essenciais para o futuro do setor.”
Análise de Dados e Premiações Encerram o Evento
O quinto e último painel, também moderado por Alexandre e Joana, trouxe uma análise detalhada sobre as previsões de demanda e taxas de mercado para o setor naval no Brasil. Genésio Ramos, Daniel Buckley, Raphael Montes e Joana Rodrigues, todos da WSB, compartilharam uma perspectiva abrangente sobre a necessidade iminente de mais de 50 embarcações para substituir navios de bandeira estrangeira e as tendências de preços de afretamento. A habilidade preditiva da WSB foi um dos grandes destaques, demonstrando que a empresa antecipou movimentos importantes do mercado meses antes de sua concretização.
Encerrando o seminário, foi realizada a premiação do WSB Choice Awards, que reconhece as empresas e profissionais que mais se destacaram no setor de óleo, gás e energia, com ênfase especial no setor de navegação.