Alterações estruturais e funcionais nos pés podem comprometer a mobilidade dos idosos; especialistas recomendam cuidados preventivos para garantir conforto e qualidade de vida
Com o avanço da idade, os pés sofrem diversas alterações estruturais e funcionais, o que pode comprometer a mobilidade e a qualidade de vida dos idosos. Diversos estudos científicos destacam a prevalência de problemas nos pés entre idosos, incluindo joanetes, fascite plantar e ressecamento da pele.
Um levantamento realizado pela Secretaria da Justiça, Família e Trabalho do Paraná, em 2021, indicou que doenças musculoesqueléticas, como joanetes e fascite plantar, são frequentes entre idosos, dificultando a locomoção e aumentando o risco de quedas.
O estudo, presente no Manual de Prevenção de Acidentes para Pessoas Idosas, ressalta que o desgaste natural das articulações e o uso prolongado de calçados inadequados contribuem para esses problemas.
A literatura médica destaca que um dos problemas mais comuns em idosos é o hálux valgo, popularmente conhecido como joanete. Essa deformidade óssea provoca o desvio lateral do dedão do pé, causando dor e dificuldade ao caminhar. Outro problema frequente são as deformidades nos dedos menores, como os dedos em garra e em martelo, que dificultam o encaixe nos sapatos e podem provocar lesões.
Além disso, há o desenvolvimento de calosidades, devido ao atrito constante, o que compromete a saúde da pele e aumenta o risco de infecções. O ressecamento e as rachaduras na pele dos pés também se tornam mais frequentes com o envelhecimento, uma vez que as glândulas sebáceas e sudoríparas reduzem sua produção natural.
Cuidados para manter a saúde dos pés na terceira idade
A prevenção desses problemas começa com a escolha adequada dos calçados. Especialistas recomendam o uso de sapatos confortáveis, com solados que absorvam impactos e ofereçam suporte à curvatura natural do pé. Além disso, manter a pele hidratada com cremes específicos pode evitar o ressecamento e reduzir a incidência de fissuras.
Outro cuidado essencial é o corte correto das unhas, que deve ser feito de forma reta, para evitar encravamentos e infecções. Consultas regulares a um podólogo também são recomendadas, pois ajudam na detecção precoce de alterações que podem comprometer a mobilidade e o bem-estar.
Entre os distúrbios que afetam os pés dos idosos, a fascite plantar é uma das principais causas de dor no calcanhar. Essa inflamação ocorre na fáscia plantar, estrutura que conecta o calcanhar aos dedos, provocando desconforto ao caminhar.
Um levantamento publicado na revista GG Aging, intitulado Síndrome do pé doloroso na população idosa, revisou pesquisas sobre o tema entre 1987 e 2012, destacando a fascite plantar como uma das principais fontes de dor nos pés de idosos e ressaltando a importância da avaliação geriátrica para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
A prevenção da fascite plantar pode ser feita com a adoção de práticas como alongamento diário da fáscia e da panturrilha, fortalecimento dos músculos do pé e controle do peso corporal. Além disso, palmilhas ortopédicas podem ser úteis para distribuir melhor a pressão nos pés, reduzindo a sobrecarga na região inflamada.
Importância de acompanhamento profissional
Os problemas nos pés podem impactar diretamente a independência e a qualidade de vida dos idosos, tornando essencial a adoção de medidas preventivas. A avaliação regular com um especialista pode auxiliar na identificação precoce de condições que comprometam a saúde podal, garantindo um envelhecimento mais ativo e confortável.
Cuidar dos pés na terceira idade não é apenas uma questão estética, mas uma necessidade para garantir bem-estar e autonomia. O investimento em hábitos saudáveis e o acompanhamento profissional são as melhores estratégias para manter a mobilidade e evitar complicações futuras.