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Representatividade negra ganha espaço na literatura infantil

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A literatura infantil possui o poder de transformar as páginas em portais que permitem às crianças explorar mundos imaginários e absorver lições valiosas, construindo sonhos e inspirando realidades para as mentes jovens. Reconhecida como uma das maneiras essenciais de educar, formar e informar, a literatura é o espaço ideal para representar a diversidade do mundo, instigar o senso crítico, quebrar paradigmas e preconceitos necessários desde a infância até a idade adulta. Entretanto, por muito tempo, a representatividade negra esteve ausente nessas narrativas, ainda sub-representada na atualidade, privando crianças de experiências, identidade e conexão cultural.
Há 20 anos, o estudo das culturas afro-brasileiras foi inserido no currículo escolar com o objetivo de mudar esse cenário. Isso abriu espaço para produções literárias que apresentam personagens, ambientes e histórias mais próximas da realidade desses jovens leitores. Isabel Cintra, autora e escritora, decidiu contribuir para esse universo ao perceber a falta da representatividade negra nas literaturas que consumia quando criança. “Na nossa infância, meu irmão e eu sentíamos tanta falta dessa representatividade que ele sempre fazia ilustrações com personagens negros para os textos que eu escrevia nas aulas de redação. Incomodava o fato de que um gênero tão especial da literatura, como é o conto de fadas, não apresentar personagens negras”, detalha.
Para a gerente editorial da Aprende Brasil Educação, Cristina Kerscher, um dos grandes problemas da literatura infantil é que, muitas vezes, os personagens negros foram retratados de modo estereotipado, geralmente em posições servis, como a personagem Tia Anastácia, do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, por exemplo. “É importante que a literatura infantil reflita a diversidade étnica e cultural do mundo em que vivemos e, ao incluir personagens negros nos livros infantis, especialmente na posição de protagonistas, estamos favorecendo a identificação de um grande universo de leitores e o fortalecimento da autoestima deles”, aponta.
Isabel destaca que o maior incentivo para seguir escrevendo essas histórias é a transformação que suas obras causam nas crianças negras. “Uma mãe vestiu a filha de princesa e me enviou uma foto. Isso carrega um simbolismo muito grande, visto que eu, quando criança, sempre quis me vestir de princesa e nunca o fiz”, revela. Nessa linha, Cristina recomenda obras como “O menino marrom”, de Ziraldo; “Sinto o que sinto”, de Lázaro Ramos; “Nzinga, menina rainha”, de Isabel Cintra; “O pequeno príncipe preto”, de Rodrigo França; e “Ei, você!”, de Dapo Adeola, como leituras infantis que trazem histórias e personagens importantes para a representatividade negra.

“Representatividade Negra na Literatura Infantil” é o tema do episódio 67 do podcast PodAprender, produzido pela Aprende Brasil Educação. Todos os episódios do PodAprender estão disponíveis gratuitamente no site do Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br), nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts do Brasil.

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Sesc Niterói recebe oficina literária gratuita em homenagem ao mês da Consciência Negra

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Fotos de Rodrigo Menezes

No mês da Consciência Negra, o clássico da literatura infantil “Violeta, a Princesa Cor de Bombom”, escrita por Veralinda Menezes, ganha uma nova temporada de lançamento literário. Dessa vez será no dia 08/11, às 16h, no Sesc Niterói, no Centro da cidade.

A programação inclui contação de histórias com dramatização e música, rodas de conversa com crianças, palestra sobre a importância da diversidade nos contos de fadas e sessão de autógrafos com a autora. O projeto propõe uma reflexão sobre o protagonismo negro nos contos de fadas e a representação feminina como agente de poder no imaginário coletivo.

Contemplado pelo edital Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar – Apresentação Literária, o projeto “Dezesseis Anos de Violeta, Princesa Cor de Bombom” reafirma a importância de representatividade no universo lúdico e mágico das histórias infantis, trazendo à cena a primeira princesa negra da literatura brasileira. Mais do que um conto de fadas, a obra propõe um diálogo sobre empoderamento feminino, identidade e diversidade.

O livro foi lançado em 2008 e desde então se transformou em contação de histórias, CD com canções originais e apresentações em feiras literárias por todo o país. “Violeta nasceu para mostrar que meninas negras também podem ser princesas, heroínas, rainhas e guerreiras. O imaginário infantil é uma semente poderosa: quem se vê no conto, se reconhece no mundo real”, explicou Veralinda Menezes.

A classificação etária é livre, a entrada é gratuita e o Sesc Niterói fica na R. Padre Anchieta, 56 no Centro de Niterói.

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Lançamento do livro “Mosaico Riostrense – Volume 2

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Assessoria de Imprensa
Assessoria de Imprensa

A nova edição da coletânea reúne 42 autores e traz um capítulo escrito pela assistente social Maria das Graças de Alcântara Rocha, em coautoria com Carolina Fernandes e Úrsula Braga, sobre relações de trabalho e serviço social na indústria do petróleo – o caso do Sindipetro-NF.

O lançamento será no dia 21/10, às 18h30, no auditório do IHS da UFF Rio das Ostras.
Mais um registro importante da história e das lutas sociais da nossa região.

Organização: Profa. Vânia Noeli Ferreira de Assunção
Pré-venda: R$ 80 | Pix: vanianoeli@uol.com.br

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Aprender jogando: Curso de empreendedorismo cultural chega à Mata Norte e ao Sertão de Pernambuco

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Projeto idealizado pela Liga Criativa utiliza a gamificação como metodologia de participação interativa com os alunos e é totalmente gratuito

Estão abertas até o dia 15 de outubro as inscrições para o curso “Empreender na Cultura: o Jogo!”, realizado pela Liga Criativa com incentivo do Funcultura Pernambuco. A formação será oferecida em dois polos: Serra Talhada, no Sertão, de 17 a 19 de outubro, no Museu do Cangaço, e Paudalho, na Mata Norte, de 24 a 26 de outubro, na Escola Municipal Genilda Martins.

O curso será dividido em dois módulos: o presencial, com 20 horas de carga horária, dedicado a desenvolvimento pessoal e à estruturação de negócios e carreiras artísticas; e o virtual, com 12 horas, voltado à captação de recursos e elaboração de projetos culturais. Ao todo, são 50 vagas disponíveis para interessados em aprofundar conhecimentos em empreendedorismo cultural.

As aulas serão conduzidas por Eliz Galvão, profissional com ampla experiência em formações presenciais, virtuais e híbridas, que já orientou mais de 80 turmas e 8 mil artistas em todo o Brasil. A proposta de gamificação estimula a participação ativa, colaborativa e interativa dos inscritos.

“Realizamos esse projeto em várias edições pelo estado e sempre percebemos que ele funciona como um apoio essencial para os fazedores de cultura que desejam empreender de forma independente. Todo o processo formativo é pensado para proporcionar uma experiência prática dentro do mercado cultural e contribuir para o sucesso dos participantes”, destaca Eliz Galvão.

A metodologia combina aulas teóricas, dinâmicas de grupo, exercícios práticos individuais e análise coletiva de casos. Durante o curso, os conteúdos serão adaptados ao perfil e ao nível de conhecimento dos participantes, incluindo rodas de diálogo com produtores e empreendedores culturais.

No Sertão, o projeto contará com a participação da artista Jéssica Caitano e de Modesto Lopes, do Centro Dramático do Pajeú. Na Mata Norte, participam o mestre forrozeiro Baixinho dos Oito Baixos e Jane Ribeiro, do Ponto de Cultura Poço Comprido/AFAV. A iniciativa busca promover a troca de experiências entre alunos e artistas atuantes no mercado, incentivando o compartilhamento de vivências e saberes.

As vagas terão prioridade para mulheres (cis ou trans), pessoas com mobilidade reduzida, baixa visão ou deficiência motora, pessoas pretas e pardas, além de indivíduos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Também será reservado percentual de participação para estudantes das instituições de ensino onde a formação será realizada, desde que tenham interesse na temática.

Sobre a trajetória do “Empreender na Cultura”

O curso “Empreender na Cultura: o Jogo!” foi criado a partir da experiência de Eliz Galvão e da Liga Criativa, estruturando conteúdos de gestão de negócios, administração e marketing em linguagem acessível à classe artística e alinhada às especificidades do setor cultural. O projeto já passou por cidades como Petrolina, Nazaré da Mata, Caruaru, Goiana, Arcoverde, Glória do Goitá, Belo Jardim, Recife e Limoeiro, formando 11 turmas de artistas e produtores culturais interessados em fortalecer suas trajetórias.

SERVIÇO:

Curso “Empreender na Cultura: o Jogo” – Sertão
Inscrição: Instagram @ligacriativa
Período de inscrição: Até o dia 15 de outubro
Local das aulas: Museu do Cangaço, em Serra Talhada e Escola Municipal Genilda Martins, em Paudalho
Informações: (81) 99813-0124 (WhatsApp)

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