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Programas do governo federal e da CBF fortalecem o futebol feminino

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Programas do governo federal e da CBF fortalecem o futebol feminino

Aos 6 anos, Luiza Travassos tentou começar a treinar futebol na sua escola. Mas o pedido foi negado após a alegação de que este era um esporte muito bruto para uma menina. Esta resposta, que para muitas jovens é um ponto final, foi para a carioca apenas um obstáculo a ser superado.

O não inicial não desanimou Luiza, que seguiu em frente e começou a treinar em outro lugar. Alguns meses se passaram e, após uma mudança na coordenação, ela conseguiu finalmente entrar na escolinha. Hoje, aos 18 anos, a jovem entende o episódio como uma oportunidade de aprendizado: “Esta foi uma experiência frustrante, mas que me ajudou a entender, ainda pequena, os desafios que teria que encarar por escolher ser uma jogadora de futebol”.

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Luiza Travassos (direita) em treino da seleção brasileira feminina sub-20 – Victor Monteiro/CBF/Direitos Reservados

Luiza não desistiu e evoluiu como jogadora, sendo aprovada, aos 13 anos, em uma peneira da escolinha do PSG (França). Um ano depois passou a defender o Fluminense. Ao completar 15 anos, foi convocada pela primeira vez para a seleção feminina, na categoria sub-17. Atualmente, a jovem, que já foi chamada para a equipe brasileira sub-20, defende a faculdade norte-americana Marschall University.

A caminhada de Luiza não é regra quando se pensa no início da prática do futebol pelas meninas no Brasil. Por contar com apoio da família, a jovem tem colhido muitos frutos mesmo em meio a dificuldades. Porém, duas iniciativas, uma da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e outra do Ministério do Esporte, apontam para um futuro mais promissor quando se pensa no desenvolvimento da modalidade entre as mulheres no solo brasileiro.

Regulamentação do futebol misto

No dia 8 de março, data na qual é celebrado o Dia Internacional da Mulher, a CBF lançou a regulamentação do futebol misto em competições amadoras. Com isso se abre a possibilidade de mulheres participarem de equipes masculinas e que times exclusivamente femininos disputem competições com homens.

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Manuela (2ª abaixada da direita para esquerda) e a equipe da ADEF na Go Cup – Rubens Cerqueira/Go Cup/Direitos Reservados

Até então, eram raros os eventos que permitiam este tipo de disputa. Um exemplo é o Go Cup. Conhecido como o maior torneio de futebol infantil do mundo, a competição, que reuniu cerca de quatro mil meninas e meninos de 6 a 15 anos em Goiás em 2023, vem dando espaço para o futebol misto há algum tempo.

A possibilidade de entrar em campo, mesmo que defendendo uma equipe mista, nunca foi considerada um problema para Manuela Lopes, meio-campista da ADEF. A jovem de 13 anos, que começou a jogar aos seis, diz nunca ter enfrentado dificuldades na sua trajetória no futebol, mas afirma que já ficou sabendo de várias histórias desta natureza que a deixaram “muito chateada”.

“Quando soube da notícia [da nova regra da CBF] fiquei muito feliz, pois já soube de notícias de meninas querendo jogar com meninos e não podendo devido ao regulamento [de uma competição]. Isto porque o futebol feminino, há muitos anos, foi proibido. Mas agora estamos lutando e vamos conseguir um dia nos igualar com o futebol masculino”, declara Manuela.

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Alice Duarte representando o Fluminense na equipe sub-9 masculina – Lenardo Brasil/Fluminense F.C./Direitos Reservados

Além disso, surgem os primeiros frutos após a nova regulamentação da CBF. Um exemplo é a aprovação da primeira menina na base masculina do Fluminense. Alice Duarte, de oito anos, foi selecionada para a equipe sub-9 do clube. A decisão foi tomada porque não há uma equipe feminina para a faixa etária dela.

“Sempre foi um grande sonho nosso, pois nesta idade a força física é igual e as meninas conseguem treinar e jogar com os meninos. O Fluminense é um clube que vem rompendo paradigmas desde 2019 e agora estamos rompendo mais um. A Alice já chamava a atenção e todos sempre tiveram um olhar especial pelo potencial que já apresenta”, declarou a gerente do futebol feminino do Tricolor das Laranjeiras, Amanda Storck, em entrevista à assessoria de imprensa do clube.

Estratégia Nacional para o Futebol Feminino

Mas a ação que tem mais potencial para oferecer contribuições mais duradouras e profundas para o desenvolvimento da modalidade é a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino. O decreto 11.458/2023 foi publicado em um momento especial, no qual a seleção brasileira se prepara para disputar a Copa do Mundo de 2023, na Austrália e na Nova Zelândia, e quando o Brasil se apresenta como candidato a sediar o Mundial de 2027.

Brasília (DF), 30/03/2023 - A ministra do Esporte, Ana Moser, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante apresentação da Taça da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2023.
Estratégia Nacional para o Futebol Feminino foi assinada em ato no qual foi apresentada a Taça da Copa do Mundo – Marcelo Camargo/Agência Brasil

O programa do Governo Federal, apresentado no dia 30 de março em cerimônia no Palácio da Alvorada com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem entre seus objetivos aumentar o investimento na modalidade, descobrir novos talentos, combater a discriminação e abrir cada vez mais espaço para as mulheres ocuparem posições com poder de decisão.

“O futebol feminino em si traz um histórico de dificuldades, de preconceitos e visibilidade que impõe barreiras que persistem em afastar as mulheres da prática do esporte, seja por lazer ou em âmbito profissional”, e a expectativa, segundo a ministra do esporte, Ana Moser, é que a estratégia seja uma importante ferramenta para promover “a equidade de gênero, o combate ao racismo e a redução das desigualdades”, permitindo assim que cada vez mais meninas tenham a oportunidade de seguirem em frente no futebol feminino.

Fonte: Agência Brasil

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Encontro em São Paulo (SP) marca nova fase da atuação do Bayer 04 Leverkusen no Brasil

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Guilherme Carvalho | Agência On Board
Guilherme Carvalho | Agência On Board

Lendas brasileiras, representantes da mídia e integrantes do Bayer 04 Leverkusen e da Bayer AG estiveram reunidos no Clube de Bayer, na zona sul de São Paulo (SP), na terça-feira (26/11), para participar de um painel sobre a presença do clube no Brasil e acompanhar a vitória por 2 a 0 sobre o Manchester City pela Champions League.

Mais de 50 representantes de diversos veículos brasileiros estiveram presentes. O encontro também contou com um amistoso descontraído entre a mídia e convidados pouco antes da partida contra a equipe comandada pelo técnico Pep Guardiola.

O evento apresentou uma retrospectiva da temporada de ativações do Bayer 04 no Brasil e de como essas iniciativas se tornaram um ponto de partida para um engajamento contínuo e para a construção da marca nos próximos anos.

Após grandes ações realizadas em 2024/25 — como o Brazil Trophy Tour 2024, o lançamento da Bayer 04 Football Academy São Paulo e a inédita turnê de pré-temporada “Esquenta”, de dez dias, no Rio de Janeiro em julho — foram discutidos novos esforços estruturados de longo prazo em um dos mercados mais importantes do futebol mundial. A futura colaboração com o projeto social “Bola Pra Frente”, de Jorginho, em comunidades do Rio de Janeiro, já foi acordada.

O painel reuniu ícones do clube — Paulo Sérgio, Jorginho e França — além de Cristina Hegg (GM da Bayer Consumer Health Brasil), Robin Austermann (EVP Americas da Bundesliga International) e Holger Tromp (Diretor de Comunicação do Bayer 04), responsável pelo desenvolvimento global da marca Bayer 04.

Abrindo o painel, Robin Austermann, da Bundesliga, anunciou os parceiros brasileiros para o próximo ciclo de direitos de transmissão, a partir da temporada 2026–27: Globo (SporTV), CazeTV, Canal Goat e XSports.

“Trabalhar com múltiplos parceiros de transmissão em TV paga, TV aberta e plataformas digitais é a combinação ideal para a Bundesliga no Brasil”, afirmou Austermann. “Esse modelo gerou resultados expressivos em todos os indicadores, desde audiência até engajamento, apresentando o Football As It’s Meant To Be para milhões de brasileiros.”

A Bundesliga é a liga europeia mais assistida no Brasil e dobrou sua base de fãs no país, de 12 para 24 milhões nos últimos oito anos, proporcionando uma plataforma sólida para parceiros como a Bayer Brasil ativarem suas iniciativas.

Cristina Hegg destacou a colaboração contínua e bem-sucedida entre a Bayer e sua organização de futebol: “Tudo começou no ano passado com o Trophy Tour. Neste ano demos um passo muito maior com a pré-temporada e o período de treinamentos no Rio de Janeiro, quando pudemos trazer clientes, fortalecer relacionamentos e conectar o futebol ainda mais profundamente com o propósito da Bayer. O que estamos vivendo agora é a continuidade de um projeto que iniciamos e que queremos ampliar daqui para frente.”

Após o painel, a imprensa participou de uma videoconferência com o CEO do Bayer 04, Fernando Carro, que entrou ao vivo do Etihad Stadium antes da partida da fase de liga da Champions League entre Bayer 04 e Manchester City. Carro compartilhou insights sobre a estratégia internacional do clube e agradeceu aos parceiros no Brasil por um ano bem-sucedido e promissor.

“O futebol é um esporte global, e o Brasil é um país com uma paixão profunda pelo jogo”, afirmou Carro.

“Para nós, tanto no Bayer 04 Leverkusen quanto dentro da Bundesliga, é essencial estar presentes, mostrar nosso trabalho e fortalecer nossa marca mundialmente. E claro, o Brasil — com tantas conexões históricas conosco e um amor tão intenso pelo futebol — é extremamente importante para o nosso clube.”

O tetracampeão Paulo Sérgio — um dos jogadores brasileiros mais marcantes a vestir o preto e vermelho — destacou a importância da recém-lançada academia ao dar as boas-vindas aos convidados.

“Estamos muito satisfeitos em receber tantas pessoas no Clube de Bayer em um dia de vitória na Champions League e discutir diversos temas, incluindo a importância de fazer com que as crianças tenham contato com o Bayer 04 Leverkusen desde cedo por meio da academia, além da presença crescente da Bundesliga no Brasil.”

O também campeão da Copa do Mundo de 1994 Jorginho ressaltou o alinhamento entre o clube e seu projeto social de longa data no Rio de Janeiro. “Tive a honra de levar alunos do meu projeto social, Bola Pra Frente — que há anos trabalha para transformar a vida de crianças e jovens por meio do esporte — para a Alemanha. Quando vejo o Bayer 04 expandindo sua presença no Brasil e investindo em desenvolvimento, sinto que estamos caminhando na mesma direção: usar o futebol como ferramenta de educação, inclusão e oportunidade.”

Jornalistas, parceiros e representantes da Bayer no Brasil participaram das discussões, reforçando o posicionamento do Bayer 04 Leverkusen como um dos clubes internacionais mais comprometidos com ações estruturadas e de longo prazo no país.

“Todo o programa e a ampla colaboração entre nosso clube, a Bundesliga, os parceiros de mídia e os convidados só foram possíveis graças às pessoas que estiveram aqui no palco”, acrescentou Holger Tromp. “Ficamos satisfeitos por ter a oportunidade de reunir diferentes grupos de interesse e discutir conjuntamente o crescimento sustentável que estamos observando para o futebol da Bundesliga e para a marca Bayer 04 no Brasil.”

Com parcerias sólidas, um projeto de academia em expansão e apoiadores engajados, a presença do Bayer 04 no Brasil continua a se fortalecer — e a celebração de fim de ano em São Paulo (SP) estabeleceu um tom inspirador para o que vem pela frente.

Bayer 04 Football Academy em São Paulo

A Bayer 04 Football Academy São Paulo atende cerca de 300 alunos e segue o modelo de formação utilizado na Alemanha. Todos os treinadores passam por capacitações regulares para atender às diretrizes técnicas do clube. O projeto é liderado por Paulo Sérgio, ídolo do Leverkusen entre 1993 e 1997 e campeão mundial com a seleção brasileira em 1994.

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Seleção feminina inicia preparação para amistosos na Europa

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© Lívia Villas Boas/CBF/Direitos Reservados

A seleção feminina realizou, na tarde desta segunda-feira (24) no La Quinta Marbella Football Center, na Espanha, o seu primeiro treino de preparação para os amistosos contra Noruega e Portugal.

 

 

 

 

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Nesta atividade inicial, o time comandado pelo técnico Arthur Elias não contou com o grupo completo, pois as últimas jogadoras convocadas se apresentarão até o final desta segunda.

O primeiro compromisso do Brasil na Europa será contra a Noruega, a partir das 15h (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (28) no Estádio Municipal de La Linea, na Espanha. Quatro dias depois, 2 de dezembro, a equipe canarinho mede forças com Portugal, a partir das 16h45 (horário de Brasília) no Estádio Municipal de Aveiro, em Portugal.

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CBF anuncia Calendário do Futebol Feminino para o ano de 2026

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© Rafael Ribeiro/CBF/Direitos Reservados

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nesta segunda-feira (24) o Calendário do Futebol Feminino para o ano de 2026. Um dos destaques é o aumento do número de equipes da Série A1 do Campeonato Brasileiro (passando de 16 para 18 participantes), que será disputado entre 15 de fevereiro e 4 de outubro.

Outra competição que terá aumento de confrontos (indo de 64 para 72 jogos) é a Copa do Brasil, que passará a contar com jogos de ida e volta entre as quartas de final e a decisão da competição. O torneio, que envolverá 66 clubes das 27 unidades federativas do país, será disputado entre 22 de abril e 15 de novembro.

Com a ampliação da Copa do Brasil há uma mudança na Supercopa Feminina, que agora segue o modelo existente no futebol masculino, envolvendo apenas o vencedor da Série A1 do Brasileiro e o campeão da Copa do Brasil. O título será definido em partida única, programada para o dia 8 de fevereiro.

Outro anúncio importante foi o apoio inédito às atletas mães e lactantes, que terão a oportunidade de levar filhos em viagens com custos pagos pela CBF, além de investimentos no futebol feminino de base.

Segundo a entidade máxima do futebol brasileiro, a reformulação do calendário do futebol feminino é um tema estratégico para fomento e consolidação da modalidade às vésperas da Copa do Mundo que o Brasil sediará em 2027.

“Assim como fizemos no futebol masculino, passamos os últimos meses analisando e estudando oportunidades de melhorar o calendário e o fomento do futebol feminino. Ouvimos especialistas, federações, clubes e jogadoras. E chegamos a um modelo que atende a demandas importantes, colocando o futebol feminino brasileiro onde merece estar. Vamos mexer em toda a estrutura das nossas competições, aumentando o número de clubes e de jogos”, declarou o presidente da CBF, Samir Xaud.

Segundo a CBF, ao todo, as mudanças promovidas representam um investimento de R$ 685 milhões nas competições femininas, com aumento de 41% de datas neste calendário, 84% no número de partidas e 69% de vagas no calendário nacional.

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