Nesta terça-feira, a Petrobras anunciou sua nova política de preços dos combustíveis, abandonando a paridade de importação (PPI) como base principal para os reajustes dos combustíveis. O novo modelo diminui a transparência no processo de formação e divulgação da base de preços, dificultando para o mercado o acompanhamento das disparidades frente ao mercado internacional.
Com essa mudança, muitos setores serão afetados. Segundo o economista Wagner Moraes, para a Petrobrás facilitará a recomposição das margens e alinhamento interno da rentabilidade sobre os preços praticados, tanto que as ações da companhia subiram 2,8% no pregão de ontem. “Já para a economia, a expectativa é de redução de preços dos combustíveis, ao menos no curto prazo, diminuindo as pressões inflacionárias. Os reajustes também deverão ser mais espaçados, diminuindo a volatilidade de preços, o que é bom para a economia no macro”, pontua.
Para Wagner, é muito cedo para avaliar os impactos positivos ou negativos, em função da falta de clareza, ainda, sobre as bases e metodologias para apuração da nova forma de correção de preços. “A longo prazo, a mudança de preços poderá gerar impactos significativos em vários setores da economia e da sociedade, caso não sejam bem administradas e balizadas. No viés de mercado, a alteração pode afetar a competitividade da empresa e sua participação no mercado global de petróleo”, destaca.
Moraes destaca que na macroeconomia, a mudança pode influenciar a inflação, o câmbio, o balanço de pagamentos e o crescimento econômico. “Nas relações internacionais, a mudança pode gerar reações de outros países produtores e consumidores de petróleo, bem como de organismos multilaterais. Para o consumidor final, a mudança da Petrobras pode implicar em aumento dos custos de transporte, energia e outros bens e serviços relacionados ao petróleo, caso as regras não sejam bem definidas”, finaliza.