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Papo Reto Pelo Clima entra no terceiro dia consolidando importância de favelas nas Mudanças Climáticas

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O desmatamento da Amazônia, conhecida como Pulmão do Mundo, tem sido o tema mais citado no Papo Reto Pelo Clima, conferência que acontece no Complexo do Alemão desde segunda-feira, 25, e irá até a sexta-feira, 29. Mesmo que em um primeiro momento possa não parecer ter uma correlação, o desmatamento amazônico tem sido diretamente responsável por mudanças climáticas que impactam nas vidas de pessoas em vulnerabilidade social, principalmente que vivem em territórios periféricos, como as favelas cariocas. Hoje o evento terá como tema “Dia da Amazônia” e uma sessão de networking entre o Instituto Papo Reto, Crias do Tijolinho e Palmares Lab, a partir das 17h, na sede do Instituto, no Complexo do Alemão.

 

“Racismo ambiental é a maior ameaça que a gente tem. Não existem fronteiras para as mudanças climáticas, a ação é a única resposta possível. O planeta Terra não vai acabar, o que vai acabar é a sociedade conforme nós conhecemos”, aponta Lennon Medeiros, co-fundador da Visão Coop. Para Zuri Moura: “A crise climática nas favelas é agravada pela ausência histórica de políticas públicas. Nossas favelas já estão sofrendo há décadas. 

 

Conferência busca mudanças

O Papo Reto Pelo Clima é uma oportunidade para que ativistas sociais de favelas cariocas possam se articular e fazer um intercâmbio e pensar juntos em soluções que possam transformar seus territórios, que enfrentam dores similares: “Nosso objetivo é conectar pessoas com informações acessíveis. Sabemos as dificuldades e violências que alguns passam, por isso trabalhamos para fazer uma grande semana de saberes, fazendo um grande movimento para que mais pessoas do Alemão conheçam pessoas e organizações que são importantes para nós”, ressalta Raull Santiago, diretor-executivo do Instituto Papo Reto.

 

“Essa é a primeira vez que desconstruímos a narrativa de que o Meio Ambiente precisa ser pensada pela Classe A, na Zona Sul. Estamos investindo em parques nas periferias. Vamos priorizar o Complexo do Alemão a Rocinha, temos uma reparação a fazer”, disse a secretária do Ambiente e Clima e vereadora Tainá de Paula.

 

“Não somos vulneráveis, somos vulnerabilizados. Quando ando de moto no Jardim Botânico de moto, eu sinto frio, quando ando na favela, eu não sinto, a diferença está na arborização de um bairro e não do outro”, aponta Maurício Dutra, da Redes da Maré, que debateu na terça de manhã. Segundo ele, a Redes fez um estudo e descobriu que entre favelas de dentro do Complexo da Maré há uma diferença de até 5ºC, dependendo se há arborização no local ou não. “O Complexo não precisa de guerra, o Complexo precisa de árvores. A favela é o último lugar pensado”, aponta Ricardo Devita, do Projeto Telhado Verde.

 

A COP e as favelas

“A diferença da Copa do Mundo e da COP é que na Copa do Mundo você reúne todos os países e só um país vai ganhar. Na Conferência do Clima ou todo mundo ganha ou todo mundo perde”, Marcele Oliveira explicou sucintamente sobre o que a é a COP e também abordou qual é a importância de organizações periféricas participarem dela: “A gente entende o que é racismo ambiental e o papel das mudanças climáticas dentro do nosso território. Pessoas que estão em periferias são sempre as primeiras a serem atingidas e umas das últimas a serem recuperadas”, aponta.

 

“O que me incomodava na COP era a falta de crianças faveladas falando de seus desejos”, apontou Kamila Camilo, do Projeto Crias do Tijolinho. Ela também criticou pesquisas que usam as favelas como tema de pesquisa, mas não retornam com os resultados, que poderiam ser utilizados para a solicitação de políticas públicas ou elaboração de projetos: “Não trazem o resultado de volta.” 

 

Semana contará com debates variados e lideranças 

A programação contará com debates sobre financiamento climático, resiliência territorial, comunicação acessível e articulações entre periferias e biomas. Estarão presentes coletivos e organizações como Crias do Tijolinho, Redes da Maré, Aldeia Maracanã, Perifa Connection, Voz das Comunidades e SOS Mata Atlântica, entre outros parceiros que atuam diretamente no enfrentamento dos desafios socioambientais nos territórios.

 

Com esse movimento, o Instituto Papo Reto fortalece a construção do Fórum de Ação Popular do Complexo do Alemão, conectando saberes locais com iniciativas nacionais e internacionais, e abrindo espaço para que as favelas estejam no centro do debate climático.

 

Cronograma

  • 25/08

10h às 11h30 Da Mata Atlântica à Amazônia

  • 26/08

10h às 11h30 – Clima Entre Complexos

15h às 16h30 – Periferias Articulando, Comunicando e Agindo no Front Climático

  • 27/08

17h às 20h – Dia da Amazônia e networking session

  • 28/08 

9h30 às 10h30  – COP30 e Brasil Pós COP

11h às 13h – Resiliência Climática de Territórios Periféricos

15h – Entre Biomas e Periferias

  • 29/09

10h às 12h – Financiamento Climático

 

Sobre o Instituto Papo Reto

O Papo Reto é uma organização nascida no Complexo do Alemão que articula Comunicação, Mobilização e Formação Política para transformar o modo como o poder público e a sociedade enxergam, se relacionam e respondem às favelas.

Sua contribuição está na produção de conhecimento e na construção de redes locais de ação que unem escuta, denúncia e proposição política a partir do território.

 

Serviço

Acompanhe a programação completa no Instagram do Instituto Papo Reto: instagram.com/paporetoinstituto.

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