Cultura
“Paisagens Mineradas”: exposição de arte e resistência chega à Funarte, em Belo Horizonte
Exposição “Paisagens Mineradas” em São Paulo. Foto: Isabelle Aguiar
Realizada pelo Instituto Camila e Luiz Taliberti, com curadoria de Isadora Canela, mostra é aberta ao público no dia 5 de julho, com entrada gratuita. Itinerância já impactou mais de 30 mil pessoas.
Após passar por São Paulo (SP), Belém (PA) e Ouro Preto (MG), a exposição “Paisagens Mineradas: marcas no corpo-território” chega à capital mineira para propor mais uma reflexão sobre a mineração predatória. A mostra é uma realização do Instituto Camila e Luiz Taliberti, que motivados pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, trazem o olhar profundo de 12 artistas mulheres para as consequências da mineração nas paisagens do país e nas vidas dos seus habitantes. A exposição fica em cartaz de 5 de julho a 9 de agosto, na Funarte de Minas Gerais – Galpão 5, com entrada gratuita.
A itinerância, que já impactou mais de 30 mil pessoas, traz a BH as artistas Beá Meira, Coletivo ASA – Associação de Senhoras Artesãs de Ouro Preto, Isis Medeiros, Julia Pontés, Murapyjawa Assurini (representando o Coletivo Kujÿ Ete Marytykwa’awa), Keyla Sobral, Lis Haddad, Luana Vitra, Mari de Sá, Shirley Krenak, Silvia Noronha e a curadora, que também apresenta uma obra, Isadora Canela. Visando a acessibilidade do público, a mostra conta com equipe educativa e audioguia.
A coordenadora da exposição, Marina Kilikian, comenta que “trazer essa exposição para Belo Horizonte é um ato simbólico tanto quanto foi em Ouro Preto. Passamos da antiga capital de Minas, formada pela mineração, para a nova capital, que tem um ideal moderno, de ‘progresso’, mas ainda sofre com a mineração em seu molde mais arcaico, que vem tentando destruir a Serra do Curral”. “A mostra convida os moradores de BH a repensarem o futuro da cidade e do estado”, completa.

Foto: Isabelle Aguiar
Entre pinturas, gravuras, videoarte, instalações e fotografias, “Paisagens Mineradas” traz à luz a memória dos que perderam a vida e dialoga com um amanhã possível: as obras retratam devastação, mas também a capacidade de regeneração. O texto de apresentação da mostra diz que a mesma é “um convite à imaginação de um solo fértil. Nessa lama vermelho-sangue, semeamos a vida.”
A curadora destaca o papel crucial do feminino na exposição, composta 100% por artistas mulheres, sendo este elemento uma crítica ao apagamento e à exploração delas na história do país: “Em um sistema que normaliza a violência, o que se faz com a montanha, se faz com a mulher. Pensar no lugar que as mulheres ocupam na cultura e na arte, muitas vezes apagadas na história, é uma forma de subverter a lógica de um sistema opressor”, afirma Canela.
“Gostaria de destacar a importância de trazer a exposição “Paisagens Mineradas” para o Complexo Cultural Funarte MG, como um convite à reflexão sobre temas que afetam nossas vidas, nossas comunidades e o meio ambiente. A mostra nos incentiva a pensar sobre o impacto da mineração nas nossas paisagens e no futuro que desejamos construir. A presença da exposição na Funarte é essencial para ampliar o debate, sensibilizar o público e fortalecer a luta por justiça e sustentabilidade. Além disso, por ser composta por artistas mulheres, ela reforça a relevância do feminino na resistência e na arte.” Aline Vila Real, diretora de Fomento e Difusão Regional da Funarte.
Brumadinho não será esquecida
A tragédia de Brumadinho é mais do que uma cicatriz em Minas Gerais: é um marco de luto e luta por justiça. No dia 25 de janeiro de 2019, a barragem de Córrego do Feijão se rompeu, liberando um mar de lama tóxica que ceifou 272 vidas humanas, devastou hectares de Mata Atlântica e poluiu cursos d’água. Semelhante ao que já havia acontecido em Mariana, MG, em 2015, quando o rompimento de uma barragem tirou 19 vidas humanas, deixou o distrito de Bento Rodrigues soterrado em lama e matou o Rio Doce. Há um intervalo de quatro anos entre um desastre e outro, mas nada mudou e ele se repetiu.
“Não foi um acidente. O processo ainda está em curso e ninguém até o momento foi responsabilizado”, relembra Helena Taliberti, presidente do Instituto Camila e Luiz Taliberti. “Perdemos nossos sonhos e a segurança que sentíamos. Perdi meus filhos, Camila e Luiz Taliberti, minha nora, Fernanda Damian de Almeida, grávida de cinco meses do meu primeiro neto, Lorenzo. Perdemos tudo naquele dia 25: sonhos, planos, perspectivas”, enfatiza.
O Instituto Camila e Luiz Taliberti nasceu com o objetivo de ampliar o debate sobre os impactos da mineração e conectar territórios afetados por essa atividade. Em memória dos irmãos Camila e Luiz, que perderam a vida no rompimento da barragem de Brumadinho, o instituto promove ações culturais e de sustentabilidade que alertam a sociedade para os riscos da mineração predatória.
Sobre a iniciativa “Paisagens Mineradas”, Helena declara que, para ela, “é uma exposição sobre perda e renascimento. Uma forma de honrar cada vítima, para manter vivas as suas memórias, e uma forma de buscar justiça por meio da arte”. Ela reforça: “Precisamos mostrar para a sociedade o que aconteceu, para que tragédias como essa não se repitam, para que a vida seja priorizada, e para que a morte deles não tenha sido em vão”.
Serviço
Exposição “Paisagens Mineradas”
Funarte de Belo Horizonte – Galpão 5
Rua Januária, 68 – Centro, Belo Horizonte/MG
Entrada gratuita
Realização: Instituto Camila e Luiz Taliberti
Curadoria: Isadora Canela
Em cartaz de 5 de julho a 9 de agosto, de quarta e domingo, das 15h às 20h
Cultura
“A Cidade Que Conta Histórias”: um convite para jovens descobrirem São Paulo desde seus primeiros passos
A Editora Arte Ensaio apresenta São Paulo Desde o Início, um livro inédito que aproxima crianças e jovens da trajetória da maior metrópole do Brasil, revelando — de maneira leve e cativante — como São Paulo se formou, se transformou e se reinventou ao longo dos séculos.
Com textos claros, ilustrações coloridas e mapas que despertam a imaginação, a obra reconstrói a jornada de São Paulo desde antes de sua fundação, mostrando que a cidade é feita de encontros, culturas, memórias e histórias vivas.
O livro também conecta grandes acontecimentos nacionais, como o Grito da Independência, ao crescimento da capital paulista, demonstrando como esses momentos históricos se entrelaçam com o cotidiano urbano.
Para completar a experiência, São Paulo Desde o Início apresenta roteiros a pé e sugestões de passeios que incentivam o leitor a explorar a cidade com olhar atento, curioso e ativo — transformando ruas, praças e monumentos em salas de aula ao ar livre.
Mais do que um livro, é um convite para que o público jovem compreenda, sinta e vivencie São Paulo como um espaço de aprendizado, cultura e identidade.
Teatro
Escola de Carri Costa revela novos talentos na comédia “Cacos de Família”
Espetáculo reúne elenco da Escola de Teatro Carri Costa em temporada nos dias 29 e 30 de novembro, sábado e domingo
O Teatro da Praia recebe neste fim de semana, dias 29 e 30 de novembro, o espetáculo “Cacos de Família”, nova montagem da Escola de Teatro Carri Costa que apresenta ao público um elenco formado por profissionais e jovens atores em processo de formação: Bruno do Vale, Cátia Cavalcante Henrique Morais, Mateus Silva, Renato Macchiatto, Ruth Campos e Dyego Stefann. As sessões acontecem neste sábado e domingo, às 20h, reforçando a tradição do teatro de revelar novos talentos e fortalecer a produção local.
Dirigido por Carri Costa, “Cacos de Família” é resultado de meses de pesquisa, preparação de elenco, construção cênica e improvisos orientados dentro da Escola de Teatro. A peça trabalha o humor crítico, a agilidade narrativa e situações do cotidiano familiar com a irreverência característica do diretor, que há mais de 30 anos movimenta a cena teatral cearense.
Para Carri Costa, o espetáculo é também um espaço de afirmação artística para os estudantes. “Formar atores é também formar cidadãos criativos, gente que pensa, questiona e transforma. Ver esses alunos ocupando o palco com segurança e inventividade é a maior prova de que o teatro segue vivo, pulsante e necessário”, destaca o diretor.
“Cacos de Família” integra a programação contínua do Teatro da Praia, que mantém uma agenda dedicada a produções autorais, estreias de novos grupos e experimentações da escola. A montagem traz uma narrativa cômica e afetiva, repleta de situações identificáveis, conflitos, exageros e pequenas tragédias da vida cotidiana — sempre interpretadas com intensidade e frescor pelos alunos-atores, e com inspiração no famoso programa de discussões e brigas exibido há anos pelo SBT. Se preparem para rir sem parar nesse fim de semana no Teatro da Praia.
SERVIÇO – Espetáculo “Cacos de Família”
Data: 29 e 30 de novembro (sábado e domingo)
Horários: Sábado e Domingos às 20h
Local: Teatro da Praia – Avenida da Abolição, 2971, Meireles, Fortaleza
Ingresso: À venda antecipadamente e na bilheteria
Classificação: Livre
ELENCO
Bruno do Vale, Cátia Cavalcante Henrique Morais, Mateus Silva, Renato Macchiatto, Dyego Stefann e Ruth Campos.
DIREÇÃO
Carri Costa
Exposição
Gloria Conforto e Dirce Fett apresentam a exposição ‘Dois Olhares’, no Centro Cultural Correios RJ, com pinturas diferentes na concepção e harmônicas na contemplação
Gloria Conforto apresenta trabalhos da Série Silêncio, pinturas a óleo sobre tela com trabalhos em pequenos formatos, que forçam o espectador a mergulhar na contemplação, no mesmo silêncio interior que gerou a produção das obras, onde todas as paisagens retratadas são fictícias, mas derivam da emoção da artista que as imagina como objeto contemplativo.
Sobre Gloria Conforto
Arquiteta e pós-graduada pela UFRJ, com longa atuação na área de projetos e de meio ambiente, frequentou cursos livres com os artistas Amador Perez, Gianguido Bonfanti e com os aquarelistas Javier Zorrilla e Cesc Farre. Vem se dedicando às artes plásticas, pintura e aquarela, desde 2015 com várias exposições coletivas e individuais. De 2010 a 2015 desenvolveu pesquisas no Atelier do artista Orlando Mollica na EAV e, posteriormente, com o artista e professor Bernardo Magina. Aprimorou sua pesquisa com acompanhamento de processos artísticos com a curadora e artista Bianca Madruga e a galerista Sara Figueiredo, em 2022 e 2023.
Sua expressão artística que se iniciou desde cedo pelo desenho, passou a aprimorar a técnica de pastel oleoso sobre papel e da aquarela, criando um universo vibrante, buscando como linguagem, a luminosidade e fluidez, na descoberta do onírico e mágico que existe por trás de cada cena. Possui mais de 50 obras adquiridas por colecionadores privados no Brasil e no exterior.
Sobre Dirce Fett
iconográficas, bem como uma linguagem mais abstrata onde as cores fortes direcionam a expressão do seu trabalho.
O trabalho de Dirce Fett, tanto em grandes como nos pequenos formatos, explora o paradoxo entre padrão e gesto pictórico, além da relação entre figura e fundo. As figuras emergem ou se dissolvem no fundo, que é tratado como manchas, enquanto as figuras são camadas espessas de tinta em harmonia contrastante. Dirce vem participando de diversas exposições individuais e em coletivas no Brasil e no exterior.
Dias e horários: terça a sábado, das 12h às 19h
Evento gratuito
Censura Livre.
Como chegar: metrô (descer na estação Uruguaiana, saída em direção à Rua da Alfândega); ônibus (saltar em pontos próximos da Rua Primeiro de Março, da Praça XV ou Candelária); barcas (Terminal Praça XV); VLT (saltar na Av. Rio Branco/Uruguaiana ou Praça XV); trem (saltar na estação Central e pegar VLT até a AV. Rio Branco/Uruguaiana).
Acessibilidade: adaptado para pessoas cadeirantes
A exposição tem como público-alvo empresários, profissionais liberais, colecionadores, professores, estudantes e público em geral.
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