Mesmo com campanhas anuais de grande destaque e comoção na mídia, o câncer de mama permanece como um perigo constante para mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo. Recentemente pesquisadores da Universidade de Moji das Cruzes, concluíram que cerca de 48 pessoas morrem diariamente por conta do tumor mamário. A doença causa ainda mais preocupação no Brasil, onde 29% dos casos de tumores malignos representam incidência de câncer de mama em mulheres, segundo a pesquisa.
Mestre e Doutor em medicina pela URFJ, o ginecologista Bartolomeu da Câmara França, da Clínica Niterói explicou sobre o assunto. Segundo ele, especialista no trato de patologias que atingem as mamas, o fator genético é o mais preocupante e decisivo para determinar a existência do câncer. “O histórico familiar não deve ser apenas das mulheres, visto que a doença, apesar de raramente, também pode atingir homens, que segundo um levantamento do INCA, representam 1% deste total. Apesar de ser traiçoeira a mama não é silenciosa como a próstata. Ela faz um ‘estardalhaço’ desde cedo e dá sinais visíveis da doença. O que pedimos é para que as mulheres não fiquem com essa ideia de auto exame à procura dos sinais. Quando um sinal já existe, significa que algo deixou de ser visto muito antes. Um diagnóstico precoce não inibe, mas faz toda a diferença no tratamento e cura”, enfatizou.
O alerta permanece o mesmo e para todos os meses do ano, ao contrário de lembrar da saúde ginecológica apenas nas campanhas do Outubro Rosa: o exame da mamografia aos 40 anos é de suma importância para a prevenção das consequências mais graves do câncer e as visitas regulares ao ginecologista devem ser feitas ao menos duas vezes ao ano. “Uma mulher não pode se paupar e achar que isto é prevenção. O palpar (quando necessário) deve ser feito por mãos experimentadas de um médico ou enfermeiro bem capacitado e que com o critério de uma detalhada anamnese, exame físico, exame complementar e biópsia poderão determinar a existência de um câncer e o tratamento indicado para cada caso”, finalizou o especialista, que também é professor e pesquisador da UFF.