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Museu das Culturas Indígenas realiza oficina de Huka-Huka, dos povos do Parque Indígena do Xingu, no Parque da Água Branca (SP)

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(O esporte é parte do cotidiano das comunidades que habitam o Parque do Xingu. Foto: divulgçaão)

Vivência conduzida por mestre de saberes Kawakani Mehinako valoriza tradição ancestral dos povos do Xingu; os ingressos estão disponíveis no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

Com o intuito de difundir saberes de indígenas e valorizar práticas culturais ancestrais, o Museu das Culturas Indígenas (MCI), em parceria com o Parque da Água Branca, realizará a oficina de Huka-Huka, uma vivência prática e imersiva sobre a luta tradicional dos povos do Parque Indígena do Xingu, em 12 de abril (sábado), às 10h. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

A oficina oferecerá ao público a oportunidade de conhecer a prática ancestral, suas simbologias, técnicas e representatividade. Além das demonstrações práticas, os participantes terão contato com os elementos rituais que compõem o universo da Huka-Huka, como os adornos e pinturas corporais, “colorimos o corpo para proteger quem vai lutar. É um momento muito especial”, destaca Kawani Mehinako, mestre de saberes do Museu das Culturas Indígenas.

A luta Huka-Huka (“Kapim”, na língua materna Aruak) arte marcial indígena genuinamente brasileira, integra o cotidiano e os rituais das comunidades xinguanas, com destaque para o uso no encerramento do Kuarup, ritual fúnebre que celebra a memória de importantes membros das aldeias, um ano após o falecimento. Com enfeites de linha, plumas, miçangas e o corpo pintado com jenipapo e urucum, os guerreiros são convocados pelo “dono da luta”, figura central que anuncia o início dos combates.

Mais do que uma disputa física, a Huka-Huka é um ritual de preparação corporal e espiritual. Antes do embate, os lutadores passam por banhos de ervas, jejum, ingestão de chás purificadores e são submetidos a restrições como a proibição do sono, “tudo para purificar o corpo e a mente antes da luta,” afirma Kawakani. Segundo ela, a prática envolve respeito, cuidado e troca de energia: “para os homens, a luta tem um peso espiritual muito importante. É uma forma de renovação corporal e troca de energia com outras pessoas.”

Com os corpos preparados e o espírito fortalecido, os guerreiros se enfrentam em uma roda, em que o combate se inicia com o olhar e evolui para o confronto físico, onde o objetivo é derrubar o oponente — o toque nas costas ou na parte inferior do joelho define o fim da luta, sem a necessidade de árbitros: os próprios participantes reconhecem o desfecho com honra e respeito mútuo.

Apesar de tradicionalmente masculina, a prática também envolve mulheres e crianças, a fim de reforçar a transmissão intergeracional da cultura xinguana. “Para as mulheres, às vezes, é pura diversão. Os movimentos provocam risos, o que mostra ser mais leve para gente. Já para os homens, tem um valor forte e simbólico. Mas todo mundo pode participar — a partir dos 13 anos até uns 50.”, afirma Kawakani.

SERVIÇO

Oficina de Huka-Huka – Luta Mehinako

Data e horário: 12/04/2025, das 10h às 12h

Retira de ingressos gratuitos no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

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