O mountain bike (MTB) segue firme como uma das modalidades esportivas que mais crescem no Brasil. Para entender a evolução desse cenário, a Ticket Sports reaplicou, em 2025, sua pesquisa nacional sobre o perfil, motivações e hábitos dos ciclistas de trilha. Com 712 participantes, frente aos 500 da edição anterior, em 2021, o levantamento “MTB em alta” revela dados inéditos sobre o esporte, além de sinalizar oportunidades e desafios para o futuro da modalidade.
Os números confirmam o que já se percebia nas trilhas: o MTB é um esporte que cria raízes. Quase metade dos respondentes (44,8%) pedala há mais de 10 anos, o que demonstra forte retenção e fidelidade à prática. Já a entrada de novos praticantes segue tímida – apenas 5% começaram a pedalar no último ano. As barreiras de entrada são diversas: custo elevado, dificuldade técnica, acesso a trilhas e a ausência de comunicação mais inclusiva, principalmente com o público jovem e feminino.
“O mountain bike nos fascina pela força da sua comunidade. É mais do que esporte, é estilo de vida, é tribo, é rede de apoio”, resume Daniel Krutman, CEO da Ticket Sports. “Queríamos entender se esse espírito segue o mesmo e como os organizadores de eventos podem se conectar com esse público de forma mais estratégica e duradoura.”
O perfil do ciclista de MTB segue predominantemente masculino (86,3%), com uma queda na participação feminina em comparação com 2021, quando elas representavam 18,4%. Hoje, são apenas 13,7%. Outro destaque é a predominância de atletas maduros: 83,3% têm mais de 29 anos, com grande concentração entre 29 e 60 anos. “A modalidade exige investimento e tempo livre, fatores mais acessíveis a um público financeiramente estável”, analisa o estudo.
O Sudeste ainda concentra a maior parte dos praticantes (57,7%), mas perdeu 11% de representatividade desde 2021. Em contrapartida, o Nordeste cresceu 2%, demonstrando maior dinamismo regional e apontando para um potencial inexplorado fora dos grandes centros.
Apesar do alto número de provas pelo país, um dado surpreende: 31,5% dos ciclistas não participaram de nenhum evento de MTB no último ano, mesmo sendo atletas cadastrados na base da Ticket Sports. Isso indica uma possível desconexão ou falta de ações que mantenham esse público engajado. Outro ponto de atenção é a baixa fidelização: muitos eventos atraem pela experiência pontual, mas não conseguem reter participantes ao longo dos anos.
Em destaque na pesquisa está também que dois em cada três atletas já viajaram exclusivamente para participar de uma prova de MTB, um dado expressivo que destaca o vínculo entre a modalidade e o turismo de aventura.
“O mountain bike deixou de ser apenas um esporte individual. Quando um ciclista viaja para uma prova, ele movimenta muito mais do que o cronômetro: ele leva junto família, amigos, histórias e consumo local. A maioria (87,8%) leva familiares ou amigos, isso mostra que o MTB tem um papel estratégico para o turismo esportivo e para a economia das cidades que recebem os eventos. É uma engrenagem que gira em várias frentes”, comenta Gabriela Donatello, Head de Marketing da Ticket Sports.
Quando perguntados sobre a principal motivação para competir, 50,5% apontaram o “desafio pessoal”. Explorar novos lugares (14,7%) e o “estilo de vida” (12,9%) vêm logo atrás, reforçando o caráter experiencial do esporte.
A pesquisa mostra um praticante exigente e disposto a investir. Mais de 20% possuem bikes que ultrapassam os R$ 20 mil. Os gastos mensais com manutenção variam: 47% desembolsam entre R$ 100 e R$ 300 por mês, enquanto 6,3% gastam mais de R$ 500. Na hora de comprar equipamentos, as lojas online lideram (43,8%), mas quase 51% dos ciclistas também consomem diretamente em eventos, abrindo espaço para ativações de marca e oportunidades comerciais.
Redes sociais são, de longe, a principal fonte de informação para 84,6% dos ciclistas. YouTube e sites especializados também têm força, mas o papel das plataformas como TikTok e Instagram na difusão do MTB é inegável, tanto na formação de tribo quanto na promoção de eventos e marcas. No universo dos influenciadores, Henrique Avancini continua imbatível: é o mais lembrado por 169 respondentes.
”O estudo da Ticket Sports serve como um raio-X atualizado do MTB no Brasil. Mostra uma modalidade consolidada, com potencial de consumo elevado, forte senso de comunidade e crescente conexão com o turismo esportivo. Queremos que esse relatório inspire organizadores, patrocinadores e atletas a construírem juntos um cenário mais inclusivo, sustentável e apaixonante para o mountain bike no Brasil”, finaliza Krutman.
Link da pesquisa completa: https://materiais.ticketsports.com.br/mtb-no-mapa-um-estudo-sobre-mountain-bike