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“Movimentação do Grupo Casino não deve afetar o Pão de Açúcar”, diz especialista

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“Movimentação do Grupo Casino não deve afetar o Pão de Açúcar”, diz especialista
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Para Douglas Duek, a movimentação do Grupo Francês Casino faz parte de uma movimentação global e que o Grupo GPA deve avançar na reestruturação iniciada em 2022.

São Paulo – Nesta segunda, a notícia de uma possível venda do Pão de Açúcar movimentou o mercado varejista brasileiro. O Grupo Casino, um dos mais consolidados em atuação no Brasil, deverá vender os ativos da companhia seguindo planejamento estratégico de três anos de venda dos ativos do grupo.

Em análise do cenário, o especialista em reestruturação de empresas e CEO da Quist Investimentos, Douglas Duek, diz que tal movimentação não afeta o grupo GPA, que vem se reestruturando desde 2022. “Movimentação do Grupo Casino não deve afetar o Pão de Açúcar que é um ativo do Grupo Casino e o dono decidiu vender. Isso não muda nada! Neste sentido, os concorrentes diretos não podem comprar, mas a compra pode ser efetuada por fundos e outros grupos, como o próprio Casino, ou seja, qualquer grupo de varejo é potencial comprador desses ativos”, diz.

Segundo Duek é provável que o Grupo esteja precisando de dinheiro para outras coisas e esteja seguindo um planejamento estratégico analisado com antecedência. “Se o Grupo decidir fazer a venda dessas ações do Pão de Açúcar pode ser porque o ativo não faz tanto sentido na estratégia global. O Pão de Açúcar é apenas um pedaço do business do grupo. Geralmente os grupos fazem essa movimentação para fazer caixa. O próximo passo é achar comprador que faça sentido, que vai entender essa estratégia e que possa fazer um bom aporte”, destaca o especialista.

O economista lembra o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu voltar atrás sobre o pagamento da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido), mudando a decisão sobre o recolhimento desse tributo (9% dos lucros). ”Isso afeta todos do varejo, tendo em vista que o varejo no geral, como o Pão de Açúcar, tem uma margem muito espremida, então precisam de fatores como setor em bom momento e situação de mercado boa para ter lucro. Sendo assim, é provável uma piora significativa na situação de avaliação do ativo e o Pão de Açúcar deve valer menos se tirar essa margem”, diz.

O economista destaca também que a alta dos juros e da inflação já são inimigas suficientemente fortes para os varejistas, que nos últimos anos vêm sofrendo bastante. “Isso porque alguns varejos só são viáveis quando temos juros baixos e inflação controlada, então se ele é o tomador de recursos, quando sobem os juros, ele fica maior que a margem e realmente fica complicado seguir”, afirma.

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