A chegada do Mounjaro ao Brasil representa mais do que um avanço no tratamento da obesidade — abre a porta para uma jornada de transformação integral, em que o acompanhamento do médico integrativo é essencial para mudanças sustentáveis e saudáveis.
O tratamento da obesidade no Brasil entra em uma nova fase com a aprovação do Mounjaro (tirzepatida), uma medicação que vem revolucionando o controle de peso e o manejo do diabetes tipo 2. A promessa de resultados expressivos — como a perda média de até 22% do peso corporal em estudos internacionais — tem chamado atenção de médicos e pacientes. Mas, como alerta o Dr. Cleugo Porto, médico integrativo, o medicamento não deve ser visto como uma solução isolada ou mágica.
“Na medicina integrativa, entendemos que o corpo, a mente e as emoções estão profundamente conectados. O uso de qualquer medicamento potente, como o Mounjaro, precisa ser acompanhado de uma mudança real no estilo de vida para que os resultados sejam não apenas eficazes, mas duradouros”, afirma o Dr. Cleugo.
A tirzepatida age estimulando dois hormônios intestinais importantes — o GIP e o GLP-1 — responsáveis pela regulação do apetite, do metabolismo da glicose e da insulina. Essa ação promove um maior controle da fome, melhora o metabolismo energético e contribui para um emagrecimento mais eficiente. No entanto, o médico ressalta que o uso das chamadas “canetas” deve ser visto como parte de uma abordagem integrada, que envolva alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e atenção à saúde emocional.
“Um dos grandes riscos do emagrecimento rápido é a perda de massa magra. Preservar a musculatura é essencial para manter o metabolismo ativo e a qualidade de vida. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para garantir que o emagrecimento aconteça de forma saudável, com estratégias nutricionais e exercícios adequados para cada paciente”, explica.
Muito além da balança: um olhar integral
A obesidade é uma condição multifatorial, que envolve aspectos emocionais, hormonais, comportamentais e sociais. Para o Dr. Cleugo, o tratamento eficaz precisa ir além da contagem de calorias ou da prescrição de medicamentos. “Trabalhar com a medicina integrativa significa ouvir a história do paciente, compreender seus desafios emocionais, seus padrões de comportamento e seu contexto de vida. Sem esse olhar ampliado, o risco de efeito sanfona ou de outros problemas de saúde a médio e longo prazo aumenta consideravelmente.”
O acompanhamento integrativo inclui não apenas o uso supervisionado do Mounjaro, mas também:
* Reeducação alimentar individualizada, com foco em qualidade nutricional e equilíbrio
* Planejamento de atividades físicas adequadas, priorizando a preservação e o ganho de massa muscular
* Manejo do estresse e das emoções, que muitas vezes estão na raiz da compulsão alimentar
* Regulação do sono, fundamental para o metabolismo e o equilíbrio hormonal
* Apoio psicológico, quando necessário, para trabalhar questões emocionais que dificultam o emagrecimento
Responsabilidade e consciência no uso da medicação
A chegada do Mounjaro representa um avanço significativo, mas também um desafio ético e médico. “A facilidade de acesso ao medicamento pode dar a falsa impressão de que basta aplicá-lo para resolver o problema da obesidade. Mas sem acompanhamento, o paciente pode enfrentar efeitos adversos ou não atingir os resultados esperados”, alerta o Dr. Cleugo.
Ele reforça que o medicamento deve ser prescrito dentro de um planejamento terapêutico individualizado, com monitoramento regular de parâmetros metabólicos, adaptação da dieta e ajuste das atividades físicas. “Não estamos apenas tratando um número na balança; estamos cuidando de um ser humano em toda a sua complexidade.”
Um convite à transformação
Para o Dr. Cleugo, o Mounjaro não deve ser encarado como um atalho, mas como um aliado dentro de uma jornada de autoconhecimento e mudança de hábitos. “Quando usado com consciência, sob orientação de um médico integrativo, ele pode acelerar o processo de transformação. Mas o verdadeiro objetivo vai além do emagrecimento: queremos restaurar a saúde, a vitalidade e a confiança do paciente em si mesmo.”
Se você está considerando o uso da tirzepatida, procure um profissional que possa oferecer um acompanhamento completo, que olhe para suas necessidades físicas, emocionais e comportamentais. O caminho para uma vida mais saudável não está apenas na medicação, mas na construção de novos hábitos, com apoio, informação e cuidado integral.