A Plataforma recebeu 446 inscrições, de 19 estados brasileiros, Distrito Federal e países da América Latina. Os curadores Marise Maués, Cecilia Kuska e Marcelo Evelin selecionaram 10 artistas e grupos que terão a chance de se apresentar para programadores nacionais e internacionais, durante a mostra internacional, entre os dias 1º e 10 de março de 2024
A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo anuncia os 10 artistas e grupos pré-selecionados para se apresentarem para programadores nacionais e internacionais durante sua nona edição, que acontece entre 1º e 10 de março de 2024, dentro de um dos eixos do evento, a MITbr – Plataforma Brasil.
Este ano, com curadoria de Marise Maués, Cecilia Kuska e Marcelo Evelin, foram escolhidos os seguintes trabalhos: Ané das Pedras, da Coletiva Flecha Lançada Arte (CE), Eu não sou só eu em mim – Estado de Natureza – Procedimento 01, Grupo Cena 11 Cia. de Dança (SC), Gente de Lá, de Wellington Gadelha (CE); O que Mancha, de Beatriz Sano e Eduardo Fukushima (SP), Meu Corpo está aqui, de Fábrica de Eventos (RJ); Preta Rainha, de Cia. Dita (CE); Dança Monstro, de Companhia dos Pés (AL); Lança Cabocla, Plataforma Lança Cabocla (CE); 7 Samurais, de Laura Samy (RJ) e Eunucos, de Irmãs Brasil (RJ).
A MITbr – Plataforma Brasil foi criada em 2018 como um dos eixos da MITsp, um programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras. Desde então, a cada edição, diferentes curadores independentes selecionam projetos com um recorte do teatro, dança e performance, em um esforço para abarcar diferentes regiões do Brasil e temas urgentes de nosso tempo.
Em 2024, a MITsp fará sua nona edição trazendo ao público um panorama das inovações na investigação da linguagem cênica do mundo. Os idealizadores da MITsp, Antonio Araújo (Teatro da Vertigem) e Guilherme Marques (Ecum – Encontro Mundial das Artes Cênicas), diretor artístico e diretor geral de produção, respectivamente, reafirmam nesse evento uma das políticas da Mostra de fomentar e promover grupos e artistas nacionais. O ator e gestor cultural Rafael Steinhauser compõe a equipe de direção da Mostra, como diretor institucional.
Para os diretores, esse esforço de internacionalização reforça a política da MITsp de desenvolvimento e sustentabilidade das linguagens artísticas brasileiras.
Resultados da MITbr
A MITsp, por meio da MITbr – Plataforma Brasil, fez parcerias com os festivais de Edimburgo; o Proximamente da KVS, em Bruxelas; o Lift, em Londres e o Festival de Santarcangelo, na cidade italiana de mesmo nome, entre outros para levar artistas brasileiros para outros públicos.
Desde 2018, as ações de internacionalização trouxeram resultados importantes, com artistas e grupos brasileiros que se inseriram no trânsito de colaborações e apresentações. Entre algumas parcerias, Caranguejo Overdrive, da Aquela Cia de Teatro; Isto é um Negro?, do grupo E Quem É Gosta?, violento., solo encenado por Preto Amparo, com concepção de Preto Amparo, Alexandre de Sena, Grazi Medrado e Pablo Bernardo; Vaga Carne, de Grace Passô; De Carne e Concreto, da Anti Status Quo Companhia de Dança, estiveram em festivais como o Festival Edimburgo, na Escócia, de Mladi Levi, na Eslovênia; no Proximamente e no FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, no Porto, Portugal.
Outro espetáculo, Lobo, de Carolina Bianchi, foi convidado a se apresentar no Skirball, em Nova York, em 2020. A atriz e diretora Janaína Leite, que se apresentou na edição de 2020, dará um workshop no Festival Proximamente, na Bélgica. O Grupo Mexa levou Cancioneiro Terminal para o Festival Traansform, em Leeds, na Inglaterra.
Em dança, a bailarina e coreógrafa Marta Soares, com Vestígios, esgotou os ingressos de sua performance em 2019 no Festival Proximamente. Boca de Ferro, das coreógrafas Marcela Levi e Lucia Russo, foi assistido aqui e em outros festivais por programadores internacionais e, em 2021, a dupla estreou grrRoUNd no Festival de Artes Kunsten, na Bélgica.
Outros dois trabalhos, Altamira 2042, de Gabriela Carneiro da Cunha, com turnês por festivais de países como França, Portugal, Suíça e Uruguai, e Manifesto Antropofágico, de Renata Carvalho, com sessões no FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, estrearam na MITsp de 2019 e a partir dessas apresentações, vistas por diversos programadores, iniciaram suas carreiras internacionais.
Sobre os curadores
Marise Maués – É natural de Abaetetuba, no Estado do Pará. Vive e trabalha em Belém/Pa. Graduada em Geografia pela UFPA e Artes Visuais pela UNAMA. É mestra em Artes visuais pela UFPA, na linha poéticas e processos de atuação em Artes. Desenvolve projetos artísticos tendo como linguagem a performance e a fotografia, com ênfase na criação de narrativas visuais em consonância com arte contemporânea. Sua pesquisa pensa sobre as relações sociais e políticas na Amazônia paraense, ancestralidade, meio ambiente, memória, patrimônio e questões de gênero. Possui participação em Salões de Arte em Belém, Goiânia, São Paulo, Montevidéu/Uruguai e Marburg/Alemanha. Artista premiada no VI Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Participou da Mostra Digital de Artes Cênicas – Plataforma Brasil 2021 – MIT+. Participou da programação da Plataforma Voices from the South do Edinburgh Fringe Festival, Escócia – versão 2023.
Cecília Kuska – É sócia fundadora e atual cocuradora do festival PROXIMAMENTO, em Bruxelas, juntamente com o KVS Theatre e cocuradora do Something Great Berlin. Foi assistente artística do Festival Internacional de Buenos Aires, cocuradora do Festival Multidisciplinar CASA de Londres, curadora de teatro da Mid Arts Foundation (EUA), curadora convidada do Festival Internacional Santiago a Mil, conselheira artística de uma rede entre teatros do Sul da Europa e da América do Sul para valorizar novas formas de dramaturgia contemporânea e explorar novos modelos de produção e distribuição sustentáveis, cocuradora da EULAT4CULTURE BELGIUM – cultura cooperativa e criatividade para enfrentar os desafios globais (EUNIC), diretor de programação cultural do Ministério de Gestão Cultural de Buenos Aires. Ministrou aulas, workshops e administrou passeios e projetos em nível global. Também dirige seu próprio ateliê para realizar projetos artísticos de cooperação internacional e ativismo coletivo.
Marcelo Evelin – Bailarino, coreógrafo e pesquisador. Vive entre Teresina e Amsterdam e trabalha no Brasil, Japão e em vários países da Europa como artista independente à frente da Plataforma Demolition Incorporada, baseada no CAMPO, um espaço de residência e resistência das artes performáticas em Teresina, no Piauí. Seus espetáculos “Ai Ai Ai”, “Barricada”, “A Invenção da Maldade” e “Uirapuru” circulam atualmente por teatros e festivais do mundo. Ensina na Escola Superior de Artes de Amsterdam desde 1999 e vem criando projetos junto a Universidades e cursos de mestrado, entre eles ISAC (Bruxelas), Museu Reina Sofia (Madri), EXERCE (Montpellier) e CND (Paris). Em 2019 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí.