As recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul deixaram um rastro de destruição não apenas material, mas também representam um sério risco para a saúde pública. Além dos danos físicos causados pelo contato com água contaminada, as enchentes podem desencadear uma série de doenças psicossociais, como estresse pós-traumático, ansiedade e depressão.
O médico-veterinário e diretor da Faculdade Qualittas, Francis Flosi, aponta as 5 doenças mais comuns neste cenário e ressalta a importância de medidas preventivas e solidariedade para proteger a população afetada.
1. Doenças Psicossociais: As enchentes são eventos traumáticos que afetam profundamente a saúde mental das pessoas atingidas. A perda de bens materiais, de casa e até mesmo de entes queridos, aliada à incerteza do futuro e às condições precárias de abrigo temporário, pode desencadear estresse e depressão. Flosi destaca a necessidade de apoio psicológico para lidar com esses desafios emocionais.
2. Hepatite A: A contaminação da água por dejetos humanos ou animais durante as enchentes aumenta o risco de transmissão da hepatite A. O especialista alerta que é essencial cuidar da qualidade da água e dos alimentos consumidos para evitar essa contaminação.
3. Febre Tifóide: Causada pela Salmonella typhi, a febre tifóide pode se disseminar em áreas alagadas pelas enchentes, onde água potável se mistura com esgotos contaminados. A transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
4. Leptospirose: Transmitida pela urina de animais infectados, a leptospirose é uma doença bacteriana grave que pode surgir em áreas alagadas durante as enchentes. O contato com água contaminada pode levar à infecção, causando sintomas como febre e dores musculares.
5. Cólera: Causada pela Vibrio cholerae, a cólera é uma infecção intestinal aguda que pode se espalhar rapidamente em regiões afetadas por enchentes devido à falta de saneamento básico. A doença apresenta sintomas graves, como diarreia intensa e desidratação.
Para prevenir essas doenças, o especialista destaca a importância da vacinação contra hepatite e febre tifoide, do uso de equipamentos de proteção ao entrar em contato com água contaminada e da busca por abrigos seguros e limpos. Além disso, medidas de saneamento básico e educação em saúde são fundamentais para evitar a propagação dessas doenças durante e após as enchentes.
“A conscientização e a solidariedade de todos são essenciais para minimizar os impactos das enchentes não apenas do ponto de vista material, mas também na saúde das comunidades afetadas”, ressalta Flosi, reforçando a importância de unir esforços para proteger a população em situações de crise como essa.