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Meio Ambiente

Mantas do Brasil destaca contribuição das comunidades pesqueiras da Baixada Santista na COP30

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Imagem: Documentário Arrasta Maré - André Souza
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Painel vai evidenciar como o conhecimento tradicional pode impulsionar a economia azul e as metas climáticas do país

O Projeto Mantas do Brasil, em parceria com a Petrobras e patrocínio da Autoridade Portuária de Santos (APS), empresa vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos do Governo Federal, foi convidado para participar da COP30, em Belém (PA), e marcará presença com um painel exclusivo sobre “Pesca artesanal e economia azul”, ao lado do Projeto Costamar, a convite do Instituto RedeMAR Brasil. O encontro acontece no dia 18 de novembro, das 11h às 12h30, no Prédio da Economia Criativa, na Zona Verde do evento.

O painel vai mostrar como os conhecimentos tradicionais das comunidades pesqueiras artesanais podem contribuir para políticas públicas de economia azul e ajudar o Brasil a cumprir suas metas climáticas.

O debate será mediado por William Freitas, presidente do Instituto RedeMAR Brasil, e contará com a participação de Thiago Costa, do Projeto Costamar; Paula Romano, coordenadora geral do Mantas do Brasil; Letícia Schabiuk, coordenadora executiva do Mantas do Brasil; Quêner Chaves dos Santos, do Ministério da Pesca; Líder Gongorra, liderança dos Povos do Mar; e Luena Maria, representante dos povos indígenas. Os painelistas discutirão caminhos para integrar o saber tradicional das comunidades à formulação de políticas públicas voltadas à economia azul e à conservação marinha.

“Nosso objetivo é mostrar que a conservação marinha e o desenvolvimento sustentável podem caminhar juntos. As comunidades costeiras acumulam saberes valiosos sobre o oceano e precisam ser ouvidas quando se fala em futuro climático”, afirma Paula Romano, coordenadora geral do Mantas do Brasil.

O projeto defende que unir a ciência ao conhecimento tradicional é o caminho para uma economia azul verdadeiramente sustentável. “Os pescadores têm uma compreensão profunda dos ciclos naturais, dos comportamentos das espécies e da dinâmica do mar. Quando esses saberes se unem à pesquisa científica, conseguimos construir políticas públicas mais eficazes e adaptadas à realidade de cada região”, explica Letícia Schabiuk, coordenadora executiva do projeto.

Durante o evento, o Mantas do Brasil vai compartilhar experiências práticas com pescadores da Baixada Santista, como o documentário Arrasta Maré, que retrata a tradição do arrasto de praia e a vivência das comunidades costeiras. A obra conta a emocionante história do Sr. Rocha, um dos últimos pescadores de arrasto de Santos. Uma jornada que mistura tradição e sobrevivência, revelando os desafios e a resistência de uma prática ancestral em meio às transformações do mundo moderno.

“Essas histórias mostram que a conservação não precisa ser excludente. Ao contrário, quando ela é feita com as pessoas, o resultado é muito mais duradouro e justo”, destaca Letícia.

A instituição também apresentará ações voltadas à redução de impactos da pesca e ao monitoramento participativo das raias-mantas, com registros de avistamentos feitos por pescadores parceiros. “Atualmente recebemos relatos diretos dos pescadores sobre encontros com mantas. Essa troca mostra que é possível conservar e pescar de forma responsável, sem prejuízo para ninguém”, reforça Paula.

O reconhecimento de que os oceanos são aliados essenciais no enfrentamento da crise climática está no centro da criação do Pacote Azul, plano global que busca acelerar soluções baseadas no potencial das águas para regular o clima e reduzir os impactos do aquecimento global. A iniciativa, lançada na COP30, está em sintonia com o debate proposto pelo Mantas do Brasil, ao destacar a importância dos ecossistemas marinhos e costeiros na absorção de carbono e na manutenção da vida no planeta.

A participação será uma oportunidade para ampliar parcerias e fortalecer o diálogo entre ciência, comunidades e gestão pública. “Queremos firmar novos compromissos e mostrar que inclusão e conservação precisam caminhar juntas. É sobre dar voz a quem vive no mar todos os dias e reconhecê-los como protagonistas da economia azul”, conclui Letícia.

COP30

A capital do Pará, Belém, sedia a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorre de 10 a 21 de novembro. A cada ano, um país recebe o encontro, que tem como missão buscar formas de implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, adotada em 1992 para estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

São esperadas cerca de 50 mil pessoas. Haverá a participação de 15 mil representantes de movimentos sociais que participarão da Cúpula dos Povos. Estão confirmadas 143 delegações dos 198 países signatários dos tratados internacionais sobre o clima. A programação será dividida entre a zona azul, voltada às negociações oficiais, e a zona verde, onde estarão sociedade civil, instituições públicas e privadas e lideranças globais. Espaço em que o Mantas do Brasil marcará presença.

Realização

O painel é uma realização do Instituto RedeMAR Brasil, com participação do Projeto Costamar, parceria da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Edinburgh Napier University, ESECMJ, Parna do Cabo Orange/ICMBio e das colônias de pescadores Z-6 e Z-2.

O Projeto Mantas do Brasil, fundado há mais de 10 anos em Santos, atua na preservação das raias-manta, uma das maiores espécies de raia do mundo. Desenvolve ações de conscientização, pesquisa e educação ambiental, e é uma realização do Instituto Laje Viva, ONG criada por mergulhadores indignados com a pesca e caça ilegal no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. A iniciativa conta com parceria da Petrobras e patrocínio da Autoridade Portuária de Santos (APS), empresa vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos do Governo Federal.

SERVIÇO

Painel “Pesca artesanal e economia azul”

Local: Prédio da Economia Criativa – Zona Verde, COP30, Belém (PA) Data: 18 de novembro de 2025

Horário: das 11h às 12h30

Participantes: Instituto RedeMAR Brasil, Projeto Mantas do Brasil, Projeto Costamar, Ministério da Pesca, Povos do Mar e representantes indígenas.

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Painel na COP30 vai discutir a formalização do papel de catadores nos mercados globais de reciclagem de alumínio

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Um importante painel na COP30, promovido pelo International Aluminium Institute (IAI), o Aluminium Stewardship Initiative (ASI) e a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), vai destacar o papel fundamental dos catadores na reciclagem de alumínio e discutir estratégias para integrá-los aos sistemas formais de reciclagem. Programado para quinta-feira, 13, às 16h30, o painel “Pessoas que movem a economia circular: integrando catadores à reciclagem de alumínio” será apresentado na estrutura montada pela ABAL dentro da FreeZone Cultural Action, na Praça da Bandeira.

O IAI está liderando, na COP30, iniciativas colaborativas para promover o compartilhamento de conhecimento, a inovação tecnológica e a mobilização de recursos financeiros em todo o setor do alumínio. Nesse contexto, o painel abordará como milhões de trabalhadores informais sustentam o sucesso da reciclagem global, embora ainda sejam amplamente invisíveis nas discussões sobre políticas climáticas e financiamento.

Enquanto a indústria do alumínio emprega diretamente 1,6 milhão de pessoas em todo o mundo, entre 15 e 20 milhões de catadores atuam de maneira informal na coleta e triagem de alumínio pós-consumo – um trabalho que mantém altas taxas de reciclagem e reduz emissões. Apesar disso, esses profissionais frequentemente não têm acesso aos benefícios e proteções garantidos por estruturas formais de trabalho.

O painel de especialistas da indústria irá:
• Explorar formas práticas de integrar catadores aos mercados formais de reciclagem, alinhando-se a padrões internacionais de recuperação ética e inclusiva de materiais;
• Discutir programas-piloto inovadores em andamento, como a iniciativa CARE, na Colômbia – liderado pela ASI com apoio do ISEAL Innovations Fund, o projeto testa novos modelos que combinam capacitação, incentivos econômicos e transparência na cadeia de suprimentos, criando caminhos para que catadores ingressem em mercados formais;
• Examinar como otimizar estruturas de ação climática e padrões de origem responsável para reconhecer e apoiar as contribuições dos catadores, fortalecendo cadeias de valor mais justas e resilientes para materiais reciclados.

Marlen Bertram, diretora de Cenários e Projeções do International Aluminium Institute (IAI), afirma: “Cumprir as metas globais de reciclagem exige que todos os agentes da cadeia do alumínio trabalhem de forma integrada. Desde os produtores até os usuários finais — e, fundamentalmente, incluindo os catadores — precisamos construir sistemas que reconheçam e apoiem a contribuição de cada um. O alinhamento setorial em práticas responsáveis de reciclagem é essencial para alcançarmos nossos compromissos climáticos e garantir que ninguém fique para trás na transição para uma economia circular.”

Gabriel Carmona Aparicio, gerente de Pesquisa em Circularidade da Aluminium Stewardship Initiative (ASI), complementa: “Alcançar uma cadeia de valor verdadeiramente circular para o alumínio requer o reconhecimento de todos os atores que contribuem para a recuperação de materiais pós-consumo. Na ASI, estamos desenvolvendo abordagens práticas para apoiar a inclusão formal dos catadores nos sistemas de reciclagem. Esse trabalho fortalece a dimensão social da circularidade e alinha as práticas de reciclagem às expectativas internacionais de abastecimento responsável.”

Janaina Donas, presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), destaca: “O Brasil e a América do Sul abrigam redes vibrantes de reciclagem informal que há décadas sustentam a economia circular da região. Ao sediarmos a COP30 em Belém, temos uma oportunidade única de mostrar como podemos liderar a criação de sistemas de reciclagem inclusivos, que valorizem a dignidade e o conhecimento dos catadores, ao mesmo tempo em que fortalecem nossa resposta coletiva às mudanças climáticas. Integrá-los aos mercados formais não é apenas uma questão econômica — é uma questão de justiça social e eficácia ambiental.”

Participantes do painel:
• Janaina Donas, presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e mediadora do painel
• Gabriel Carmona Aparicio, gerente de Pesquisa em Circularidade da Aluminium Stewardship Initiative (ASI)
• Severino Francisco de Lima Junior, presidente da Aliança Internacional de Catadores de Materiais Recicláveis (IAWP, na sigla em inglês)
• Sandrine Duquerroy Delesalle, vice-presidente global de Sustentabilidade e Relações Externas da Crown Holdings

Serviço:
Painel “Pessoas que movem a economia circular – integrando catadores à reciclagem de alumínio”
Data: 13 de novembro, quinta-feira
Horário: das 16h30 às 17h30
Local: Domo da ABAL e do Centro Cultural do Alumínio (CCAL) na FreeZone Cultural Action – Praça da Bandeira – Rua João Diogo, 316, Campina – Belém (PA)

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Com o apoio da Z Zurich Foundation, a Zurich Seguros acaba de anunciar um novo projeto em colaboração com o Instituto Terra, fundado por Lélia Wanick Salgado e pelo fotógrafo Sebastião Salgado com o objetivo de recuperar parte do bioma da Mata Atlântica em Aimorés (MG).  
 
Agora, as instituições trabalharão juntas na frente de educação ambiental do Núcleo de Estudos em Restauração Ecossistêmica (NERE), para proporcionar a adolescentes e jovens de comunidades rurais vulneráveis do Vale do Rio Doce qualificação profissional, habilidades empresariais e suporte personalizado de transição para o emprego, especialmente em economia verde. 
 
Criado em 2005 com o objetivo de preparar profissionais capazes de atuar no setor ambiental, o NERE é um curso voltado para jovens de 18 a 22 anos, formados no ensino médio técnico em áreas ambientais, agrícolas ou florestais. Os alunos recebem bolsa, alimentação e transporte, em uma imersão de 11 meses que oferece formação integral em fundamentos científicos, habilidades técnicas e competências humanas em reflorestamento e gestão ambiental. 
 
Combinando restauração da natureza e empoderamento da comunidade, o projeto agora também ajudará os jovens a desenvolverem habilidades e criar meios de subsistência sustentáveis, graças ao novo apoio da Fundação. O programa aumentará o número de pessoas impactadas, preparará os jovens para os chamados empregos verdes (green jobs) e incluirá a requalificação dos professores do instituto, além da expansão do projeto com escolas públicas na região. 
 
Equidade de oportunidades e expansão do impacto  
 
Segundo estudo da Agenda Pública em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen, o Brasil pode criar 7 milhões de empregos verdes até 2030 e cerca de 15 milhões até 2050. Para Nathalia Abreu, gerente de Sustentabilidade da Zurich Seguros, este cenário cria não só uma oportunidade para capacitação e empregabilidade de adolescentes e jovens, mas também um contexto em que é necessário garantir e equidade de oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade.
 
“Hoje, nós sabemos que existe um gap educacional não só com base na classe social, mas também da área rural em relação à urbana, fruto de desigualdades históricas que vivemos no Brasil”, explica Abreu. “Os novos empregos verdes serão ocupados por pessoas capacitadas para tal. Se não interviermos ativamente, há grandes chances de eles aprofundarem a desigualdade de oportunidades que o baixo acesso à educação já tem gerado no campo e nas populações de menor poder aquisitivo”, avalia. 
 
Por isso, nesta nova fase, o financiamento do NERE pela Fundação foi pensado para ir além dos jovens atendidos diretamente pelo programa. Serão quatro frentes de desenvolvimento: 
Segundo Nathalia, o investimento deve impactar cerca de 10 mil pessoas em três anos, atendendo a 35 municípios localizados em Minas Gerais e Espírito Santo. “Acreditamos que essa expansão ajudará os jovens a identificar oportunidades de negócios viáveis em suas próprias comunidades, reduzirá a migração forçada para os grandes centros e contribuirá, a longo prazo, para a recuperação do ecossistema local”, defende.  
 
Para Jeieli Capettini, Gerente de Educação do Instituto Terra, o NERE representa uma oportunidade de qualificação profissional e de ascensão pessoal, com impacto direto para os estudantes, suas famílias e todo o território. Ela explica que a ampliação da parceria da Zurich para o NERE é um novo passo que permite ao Instituto expandir o alcance do projeto. 
 
“Lá atrás, a Zurich acreditou no nosso sonho de restaurar o vale do Rio Doce e, juntos, temos mostrado que a regeneração é possível. Agora, vamos oferecer a mais jovens em situação de vulnerabilidade o acesso a uma educação ambiental de excelência, contribuir com a formação de professores e conectar territórios. Formamos multiplicadores desse legado, preparados para atuar na restauração de ecossistemas e na reconstrução da esperança em um futuro melhor. Para nós, é profundamente gratificante e enriquecedor poder contar com a Zurich nesse processo”, pontua Capettini. 
 
Já Gary Shaughnessy, presidente do Conselho da Z Zurich Foundation, reflete que o acesso à experiência e ao aprendizado pode ajudar a aumentar a independência e a realizar o potencial de cada pessoa apoiada pelo projeto. “Conectar resiliência climática, equidade social e desenvolvimento econômico é bom para todos — especialmente para o nosso planeta”, completa o executivo. 
 
Floresta Zurich 
 
A nova iniciativa complementa o trabalho ecológico realizado pelo Instituto através do Zurich Forest Project (Floresta Zurich) desde 2020, no qual a Zurich se comprometeu a apoiar o Instituto no plantio de cerca de 1 milhão de mudas nativas da Mata Atlântica até 2028. Toda a gestão do plantio das mudas, em diferentes estágios, é fundamental para o retorno da fauna e flora nativa da região, enriquecendo a biodiversidade e proporcionando a recuperação do bioma como um todo. 
 
Além do investimento no NERE via Fundação, a Zurich já havia ampliado seu engajamento na floresta com um investimento que permitiu ao Instituto Terra quase triplicar sua área até o final de 2024. Com a compra das fazendas adjacentes a Fazenda Bulcão – Cantinho do Céu, Maria Bonita, Vai e Vem e Constância –, a área para restauração pôde ser expandida de aproximadamente 700 hectares para quase 2.400 hectares – mais de 2 mil campos de futebol. 
 
“A Zurich já atuava há mais de cinco anos com recursos diretos voltados à floresta, com o objetivo de recuperar o bioma da Mata Atlântica na Bacia do Rio Doce. Ou seja, o objetivo primário era o reflorestamento, em linha com os desafios climáticos que vivemos”, explica Edson Franco, CEO da Zurich no Brasil. “Agora, com a Fundação, vamos entrar também na frente de educação ambiental, que conversa diretamente com a nossa premissa de promover maior empoderamento econômico em nossas comunidades. Vamos potencializar o profundo conhecimento local do Instituto Terra para entregar benefícios ambientais e socioeconômicos juntos”. 

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Estudo inédito mostra que para 83,5% dos brasileiros, atividades e bens culturais os ajudam a entender melhor as mudanças climáticas

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João Paulo Ferreira
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Levantamento inédito lançado na COP 30 aponta a relação das atividades e bens culturais com a percepção da sociedade sobre mudanças climáticas

 

A cultura ganhou protagonismo na agenda climática brasileira. De acordo com o estudo “Cultura e Clima: Percepções e Práticas no Brasil”, realizado pelo C de Cultura e pela Outra Onda Conteúdo, com parceria técnica da PUC-RS, 83,5% dos brasileiros afirmam que atividades e bens culturais os ajudam a entender melhor as mudanças climáticas. O levantamento revela que, para a maioria da população, a cultura não apenas comunica a crise, mas também inspira ação e transforma comportamentos.

 

A pesquisa ouviu 2.074 pessoas de todas as regiões do país, com amostragem representativa por gênero, raça e região, margem de erro de 3% e intervalo de confiança de 95%. O objetivo foi investigar como a população brasileira percebe a relação entre cultura e clima e de que forma essas práticas podem influenciar o engajamento ambiental.

 

O resultado mostra um quadro de consciência crescente: 82% dos entrevistados se dizem preocupados com as mudanças climáticas e 80% veem o fenômeno como um grande risco para a sociedade. No entanto, o senso de ameaça é mais forte no plano coletivo — 66% enxergam risco para sua comunidade — do que individual, onde o índice cai para 59%.

 

Em relação à cultura, mais da metade da população (54,6%) já busca informações sobre o clima em fontes culturais, como livros, filmes, museus e exposições. Para 62,6%, alguma obra cultural os inspirou a mudar hábitos ligados à sustentabilidade. O dado reforça o papel central da cultura como tradutora da ciência e mobilizadora de mudanças cotidianas.

 

“A cultura é uma ponte entre o saber científico e o popular. Ela emociona, traduz e mobiliza. Colocar a cultura no centro da ação climática é fundamental para que a transformação seja possível”, afirma Mariana Resegue, diretora executiva do C de Cultura. “Os resultados contribuem para futuras ações de governos nacionais, subnacionais, gestores culturais, além da indústria de entretenimento e fazedores de cultura nos mais diversos territórios”, afirma Eduardo Carvalho, diretor-fundador da Outra Onda Conteúdo.

 

Os dados também indicam que 77,5% dos entrevistados valorizam os saberes de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais, reconhecendo seu papel na adaptação às mudanças do clima e na conservação ambiental. 

 

Barreiras – Já sobre os obstáculos que limitam a força mobilizadora da cultura para a preservação do meio ambiente, a pesquisa mostra que a linguagem usada para abordar as questões sobre clima ainda é percebida como elitizada, e a polarização política cria desconfiança sobre as mensagens ambientais. Parte do público demanda uma comunicação mais neutra e baseada em informações confiáveis. Segundo os autores, o desafio é unir sensibilidade e clareza, evitando tanto o tecnicismo quanto o viés ideológico.

 

Além disso, 52,4% dos brasileiros afirmam sentir-se impotentes diante da crise climática, e 25,6% dizem não saber que ações podem adotar para contribuir. Essa sensação de paralisia reforça a necessidade de usar a cultura como instrumento de engajamento prático — um meio de transformar a preocupação em ação coletiva.

 

O Clima nas urnas – A pauta climática começa a influenciar o comportamento político dos brasileiros. Quase 90% dos entrevistados consideram importante eleger políticos comprometidos com sustentabilidade e justiça social, e 43,1% disseram ter levado em conta propostas climáticas ao escolher o voto nas últimas eleições.

 

O recorte de gênero mostra um diferencial expressivo: 94,2% das mulheres consideram a pauta climática essencial, contra 84,4% dos homens. A diferença reforça o papel das mulheres como público mais engajado e sensível às questões ambientais.

 

A percepção de desigualdade também é marcante. 53,8% dos entrevistados afirmam que as populações de baixa renda são as mais afetadas pelas mudanças do clima, seguidas por 34,3% das comunidades tradicionais. Apenas 9,2% reconhecem o impacto desproporcional sobre mulheres e meninas, evidenciando a necessidade de integrar a perspectiva de gênero e justiça social nas políticas climáticas.

 

Responsáveis e ausentes — A pesquisa também revela uma dissociação entre quem é visto como responsável pela crise climática e quem realmente atua para enfrentá-la. Empresas e indústrias são apontadas por 72,5% dos brasileiros como principais responsáveis, seguidas pelos governos (45%). No entanto, quando perguntados sobre quem mais contribui para resolver o problema, os entrevistados destacaram a comunidade científica (34,9%) e as ONGs (33,7%). Apenas 10,4% acreditam que os cidadãos estejam fazendo sua parte.

 

Essa percepção mostra que o público espera ações mais consistentes do setor privado e dos governos, e vê na ciência e na sociedade civil os agentes que de fato estão agindo. Para os realizadores do estudo, a conclusão é clara: falta coerência entre responsabilidade e prática, o que reforça a urgência de políticas públicas e empresariais que alinhem discurso e ação.

 

A partir da análise dos dados, o relatório propõe três grandes eixos de ação:

  • Traduzir a ciência em emoção, incorporando a pauta climática em produtos culturais populares — de novelas a canções e séries;
  • Ampliar o acesso cultural, com políticas de circulação, gratuidades e acessibilidade física e digital, sobretudo em regiões periféricas;
  • Reconstruir pontes de confiança, valorizando lideranças comunitárias, artistas locais e instituições culturais que possam dialogar com públicos distintos e reduzir a polarização. 

 

SERVIÇO:

O relatório completo e o sumário executivo estarão disponíveis na página da pesquisa  https://culturaeclima.com.br/ 

 

Sobre a organização C de Cultura: www.cdecultura.com.br



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