O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 77 anos, inicia seu terceiro mandato como presidente da República neste domingo (1º). Recebeu mais de 60 milhões de votos em 30 de outubro e voltou a ser reconhecido nas pesquisas de opinião, ampliando seu papel histórico nas últimas três décadas, marcando 21 anos de ditadura no país (1964-1985) e novamente democratizado.
Lula passou os últimos dois meses trabalhando para formar um governo de coalizão ampla e mais abrangente do que em seu mandato anterior. O melhor desempenho foi com Geraldo Alckmin (PSB), seu adversário político nas eleições de 2006, ainda filiado ao PSDB, rival histórico do PT, mas que se juntou a Lula para formar um amplo painel de centro-Frente – Esquerda, que inclui um segundo turno de centro-direita grupos políticos.
Antes mesmo da posse, o desafio dessa ampla frente já havia sido testado. A equipe governista eleita precisa fazer uma difícil apresentação na Assembleia Nacional para aprovar uma proposta de emenda constitucional (PEC) que garantiria recursos para uma grande promessa de campanha: manter o valor do Bolsa Família em 600 reais, mais R$ 150 por beneficiário do programa por criança menor de 6 anos. Após mais de 20 dias de tramitação, a PEC passou por dois turnos de votação na Câmara dos Deputados e no Bundesrat. O texto também libera recursos adicionais para reestruturação orçamentária de diversos órgãos.
Outro desafio das últimas semanas tem sido a formação do primeiro escalão do governo. Durante o segundo mandato presidencial de Lula, de 2007 a 2010, ele decidiu ampliar o número de ministérios para 37.
Entre as pastas recriadas e nova estrutura está o Ministério da Mulher, Igualdade Racial, Direitos Humanos e Povos Indígenas, este último uma novidade de campanha. O Ministério da Economia, que concentrou superpoderes sob Jair Bolsonaro, foi novamente dividido entre os ministérios da Fazenda, Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Planejamento, além de uma nova pasta de gestão de serviços públicos e inovação.
O Ministério da Cultura e o Ministério do Esporte também foram reconstruídos. Na área de infraestrutura, o governo reconstruiu os Ministérios das Cidades, Portos e Aeroportos, Transporte e Integração e Desenvolvimento Regional.
Fonte: Ag. Brasil