Kamala Harris, atual vice-presidente dos Estados Unidos, foi oficialmente confirmada como a candidata do Partido Democrata à presidência nesta terça-feira (20/08), durante o segundo dia da Convenção Nacional Democrata em Chicago, Illinois. A nomeação foi aprovada de forma unânime pelos delegados do partido.
Um dos momentos mais marcantes da convenção foi o apoio enfático do ex-presidente Barack Obama e de sua esposa, Michelle Obama, à candidatura de Kamala Harris. Em um gesto simbólico, o casal renovou o icônico slogan da campanha de Obama em 2008, adaptando-o para “sim, ela pode” em apoio a Harris.
Obama também destacou as diferenças entre a abordagem de Harris e a do ex-presidente Donald Trump. Ele sublinhou que Kamala, ao longo de sua carreira como procuradora-geral da Califórnia, sempre focou em servir o público e enfrentou desafios sem os privilégios que outros políticos podem ter tido. “Kamala Harris não está aqui para resolver os próprios problemas, mas para enfrentar os desafios de todos os americanos. Como presidente, ela não governará apenas para seus apoiadores, mas para todo o país”, afirmou Obama.
A questão da imigração continua sendo um tema central na disputa eleitoral, especialmente devido ao papel de Kamala Harris como vice-presidente. Críticas foram levantadas quanto à sua atuação na gestão da fronteira sul dos EUA, considerada um dos pontos mais críticos da política americana. O advogado de imigração Vinicius Bicalho, membro da American Immigration Lawyers Association (AILA), comentou que, embora Harris tenha uma conexão pessoal com a questão migratória por ser filha de imigrantes, sua atuação na vice-presidência foi considerada aquém das expectativas. “A questão que fica é se houve falta de competência ou se ela enfrentou limitações em sua função”, ponderou Dr. Vinicius. No entanto, ele também destacou: “Mas mesmo assim, Kamala é uma figura que inegavelmente representa os imigrantes e as minorias.”
Apesar das críticas, o especialista também ressalta que Harris lidera algumas das últimas pesquisas, mas enfrentará uma batalha acirrada, especialmente nos Estados-pêndulo, que serão decisivos nas eleições de 5 de novembro. As pesquisas mostram que sua vantagem é ligeiramente superior à de Hillary Clinton em 2016, uma eleição em que Trump saiu vitorioso.