Durante o Mês da Dignidade Menstrual, Suellen Carey usou o Instagram para questionar a exclusão de pessoas trans e não binárias em materiais e discursos sobre menstruação.
A influenciadora brasileira Suellen Carey, que vive em Londres e tem uma base expressiva de seguidores nas redes sociais, publicou um vídeo no Instagram em que aborda a forma como a menstruação continua sendo tratada como um marcador exclusivo de feminilidade. A postagem foi feita durante o Mês da Dignidade Menstrual e propõe uma reflexão sobre as limitações da linguagem em campanhas e materiais educativos voltados ao tema.
“Nem toda mulher menstrua, e nem toda pessoa que menstrua é mulher”, afirma logo no início do vídeo. Como mulher trans, Suellen relata que já teve sua identidade questionada pela ausência de um ciclo menstrual, e defende que a associação entre menstruação e o conceito de mulheridade precisa ser revista.
Ela também menciona os desafios enfrentados por homens trans e pessoas não binárias que menstruam, ressaltando que o desconforto, a disforia de gênero e a falta de visibilidade ainda dificultam o acesso a informações, produtos e cuidados adequados. Segundo Suellen, muitas campanhas ainda utilizam exclusivamente o corpo cisgênero como referência, o que contribui para a invisibilização de outras vivências.
No vídeo, a influenciadora cita exemplos de marcas que têm adotado expressões como “pessoas que menstruam” e lançado produtos adaptados a diferentes corpos, o que para ela representa um avanço no debate. Ela destaca que o objetivo não é substituir nenhuma identidade, mas ampliar o espaço de diálogo.
“Não quero tomar o lugar de ninguém. Só quero que a minha existência também caiba nessa conversa”, finaliza.
