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Infância como Tecnologia Social: os cuidados que regeneram territórios

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A Engenheira Camila Santos provoca uma reflexão urgente sobre como cuidamos de crianças, como enxergamos a infância e alerta para seu poder político de regenerar territórios e reinventar a vida coletiva

Agosto é celebrado o Mês da Primeira Infância, período dedicado a discutir crianças, cuidado e parentalidade. Camila Santos, engenheira especialista em projetos de impacto social, propõe uma solução radical para repensarmos o mundo: e se a infância não fosse só o futuro, mas uma tecnologia social do presente?
Com base em sua trajetória em projetos de impacto, Camila defende que a criança não é uma promessa futura, mas uma cidadã do agora. “As crianças ensinam o que é inovação na prática e em tempo real. Elas criam redes de afeto, constroem segurança coletiva, imaginam mundos possíveis. Tudo isso com uma potência que, na cultura eurocêntrica, subestimamos”, afirma. E ainda completa: “Eu costumo dizer: quer saber como será o amanhã? Olhe para as crianças de hoje.”
Ela argumenta que, em muitas culturas – como entre povos originários – o adultocentrismo é desafiado. Crianças e adolescentes são reconhecidos como parte pensante da comunidade, e o cuidado dessas pessoas, longe de ser algo subjetivo ou secundário, é força estruturante da mobilidade social. Essa abordagem precisa ser considerada, especialmente em territórios marcados pela precariedade e pela violência.
“Em comunidades vulneráveis, cuidar é uma forma de resistência e uma plataforma de inovação real. Projetos que colocam a infância no centro não apenas protegem, mas acionam o cuidado como tecnologia essencial e ativam novos olhares para velhos problemas”, completa.
Camila propõe que políticas públicas e soluções urbanas sejam pensadas a partir da lógica das crianças e de quem cuida delas, em sua maioria mulheres negras. Ou seja, com espaços adaptados para crianças e uma escuta ativa dos territórios como potência de transformação.

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