Economia
Imposto de Renda: erros comuns na declaração podem levar contribuintes à malha fina
O período de declaração do Imposto de Renda se encerra no fim deste mês e muitos contribuintes possuem dúvidas sobre como preencher corretamente o formulário. É comum cometer alguns erros na hora de declarar, o que pode levar a problemas com o Fisco. O contador e presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA), André Luis Barbosa, lista os erros mais comuns na declaração do IR.
O erro na digitação de valores, segundo dados da Receita Federal, ocorre com a inserção de valores equivocados e, de acordo com André Luis Barbosa, é uma das principais causas de o contribuinte cair na malha fina. Por isso, é importante verificar com atenção todos os dados inseridos antes de enviar a declaração.
A omissão de rendimentos é muito comum, como não declarar salários, aluguéis, aposentadorias e pensões. Tentar suprimir rendimentos leva muitos contribuintes a serem pegados pelo Leão. Outro ponto que gera muitas dúvidas é a inclusão de dependentes na declaração. Nos casos em que alguém possua algum dependente, torna-se necessário informar todos os dados, incluindo nome, CPF e data de nascimento.
O presidente do CRCBA explica que muitos contribuintes têm dúvidas sobre como declarar as despesas médicas, o que pode levar a erros. É importante lembrar que apenas as despesas comprovadas podem ser deduzidas do imposto de renda.
A declaração de investimentos, como ações, fundos e imóveis, também pode dar dor de cabeça e até levar a erros bem comuns. Por isso, o contador destaca que é importante informar todos os investimentos do contribuinte, assim como os seus respectivos valores.
Por fim, talvez o erro mais comum seja o atraso na entrega da declaração. O prazo para a entrega da declaração em 2023 é até o dia 31 de maio. Quem não entregar a declaração no prazo pode ter que pagar multa e juros.
“É essencial prestar muita atenção na hora de preencher a declaração do Imposto de Renda, e quem preferir pode contratar um contador. O importante mesmo é evitar erros de digitação, não omitir rendimentos e informar corretamente as despesas médicas, os dependentes e os investimentos. Ao seguir essas dicas, o contribuinte evitará problemas com o Leão e garantirá mais tranquilidade financeira”, finaliza André Luis Barbosa.
Economia
Arrecadação federal chega a R$ 261,9 milhões em outubro e bate recorde
A arrecadação total de tributos federais somou R$ 261,9 milhões em outubro, o maior valor já registrado para o mês. O resultado representa expansão real (acima da inflação do período) de 0,92% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já no acumulado dos dez primeiros meses do ano, as receitas federais chegam a R$ 2,4 trilhões, representando acréscimo real de 3,2% na comparação com igual período de 2024.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (24) pela Receita Federal, em Brasília.
“Importante observar que se trata do melhor desempenho arrecadatório, tanto para outubro quanto para o período acumulado”, frisou a instituição.
Os valores se referem a tributos federais, como Imposto de Renda de pessoas físicas e empresas, receita previdenciária, Imposto sobre Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), PIS/Cofins, entre outros. Arrecadação com royalties e depósitos judiciais, que não são apurados pela Receita Federal, também entram na conta.
Destaques
Ao detalhar a evolução dos tributos, a Receita Federal destacou o IOF, que somou R$ 8,1 milhões em outubro de 2025, alta de 38,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
“Esse desempenho pode ser justificado pelas operações relativas à saída de moeda estrangeira e pelas operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas, ambas decorrentes de recentes alterações na legislação”, cita a Receita.
Em junho deste ano, o governo aumentou a cobrança em algumas operações de crédito, por meio do Decreto 12.499/2025. A medida foi derrubada posteriormente.
Outro destaque apontado pela Receita foi o IRRF-Capital (cobrança de imposto em cima de lucro com aplicações financeiras). A arrecadação chegou a quase R$ 11,6 milhões, representando acréscimo real de 28,01% ante outubro de 2024.
A Receita explica que o desempenho está relacionado ao lucro que investidores tiveram em aplicações de renda fixa e Juros sobre Capital Próprio (JCP) ─ forma de uma empresa dividir parte do lucro com os acionistas.
Desaceleração
Apesar do recorde nos dez primeiros meses do ano, que representou salto de 3,2% na comparação com o mesmo período de 2024, o desempenho mostra desaceleração, ou seja, o crescimento da arrecadação tem perdido força.
Em julho de 2025, a evolução chegou a ser de 4,41%, mas a diferença positiva foi se reduzindo mês a mês.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, reconhece que esse comportamento arrecadatório é um reflexo da desaceleração econômica no país.
“A gente continua crescendo, porém a taxas decrescentes, a taxas menores.”
Ele acrescenta que o resultado não é surpresa, pois acompanha projeções do próprio Ministério da Fazenda e de agentes do mercado financeiro.
“Já se previa uma certa contração na atividade econômica”, afirma Malaquias, que chama atenção para a resiliência de alguns fatores, como o setor de serviços e a massa salarial dos trabalhadores.
Freio dos juros
A perda de fôlego citada é um efeito direto da política monetária (controle da taxa de juros) exercida pelo Banco Central (BC). A taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006 (15,25%).
O BC mantém o juro alto como forma de esfriar a economia e puxar para baixo a inflação, que está há 13 meses acima da meta do governo, de 3% ao ano com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, podendo ir até 4,5%.
Em outubro, a inflação oficial acumulava 4,68% em 12 meses, porém em trajetória de desaceleração.
“A arrecadação tributária é um dos termômetros da atividade econômica. Quando a arrecadação vai bem, a gente costuma dizer que a atividade econômica, responsável pela maior parte do resultado da arrecadação, também está indo bem”, conclui Malaquias.
Arrecadação com bets explode
A arrecadação das atividades de exploração de jogos de azar e apostas subiu quase 10.000% em outubro de 2025 na comparação com o mesmo mês de 2024.
A explicação está na regulamentação da atividade das casas de apostas virtuais, as chamadas bets, que passou a valer apenas em 2025.
A comparação ficou extremamente alta pois essas plataformas pagavam bem menos impostos. Em outubro de 2024, a arrecadação proveniente dessas atividades foi de R$ 11 milhões, valor que saltou para R$ 1 bilhão em outubro de 2025.
No acumulado dos dez primeiros meses de 2025 ante o mesmo período de 2024, a evolução foi de mais de 16.000%, indo de R$ 49 milhões para R$ 8 bilhões.
Economia
Setor de e-commerce deve movimentar mais de R$ 230 bilhões em 2025, segundo ABComm
Previsão reflete forte avanço das lojas virtuais e mudança nos hábitos de consumo digitais
O setor de comércio eletrônico no Brasil deve movimentar cerca de R$ 234,9 bilhões neste ano, segundo estimativas da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). O número representa um avanço de 15% em relação ao ano anterior e reflete o ritmo acelerado de crescimento das lojas virtuais no país, impulsionado por novos hábitos de consumo, tecnologia e integração de canais.
De acordo com a entidade, o país deve ultrapassar a marca de 94 milhões de compradores digitais, com um ticket médio estimado em R$ 539. O relatório da ABComm destaca que o ambiente digital deixou de ser apenas um canal alternativo e passou a ser uma das principais fontes de receita do varejo nacional.
Crescimento das lojas virtuais
Entre os principais fatores que explicam o crescimento do e-commerce estão a popularização das vendas via redes sociais, o fortalecimento dos marketplaces e o uso de automação em marketing e logística. A experiência de compra mais fluida, com meios de pagamento integrados e prazos de entrega reduzidos, também tem fortalecido a confiança dos consumidores nas lojas virtuais.
Outro ponto de destaque é a diversificação do público. Se antes o comércio eletrônico era concentrado em grandes capitais, hoje regiões menores e negócios locais têm se beneficiado das plataformas digitais para vender em todo o país.
Avanço tecnológico e comportamento do consumidor
Com o aumento da conectividade e o uso de inteligência artificial, as empresas estão ampliando a personalização da jornada do consumidor. Essa tendência, segundo analistas, deve continuar em 2025.
Segundo Tiago Winter, diretor de sucesso do cliente da Nuvemshop, plataforma que atende milhares de empreendedores digitais, o varejo online caminha para uma nova fase.
“Sabemos que gerenciar a loja virtual e escalar o negócio, enquanto se oferece um atendimento próximo e personalizado, é um grande desafio. Pensando nisso, unimos inteligência artificial a um atendimento humanizado para ajudar o lojista a vender mais e se relacionar melhor com o cliente”, afirmou.
Desafios e perspectivas
Mesmo com o cenário otimista, o setor ainda enfrenta desafios. Questões logísticas, principalmente fora dos grandes centros, continuam elevando custos e prazos de entrega. Além disso, a concorrência crescente pressiona margens e exige das empresas uma diferenciação clara em atendimento, branding e experiência de compra, focando na construção de relacionamento direto com o consumidor.
Especialistas também apontam a importância da segurança digital e da educação financeira dos empreendedores como pontos críticos para o amadurecimento do mercado. Ainda assim, a tendência é de expansão contínua, especialmente com a entrada de novas tecnologias e a consolidação do comércio conversacional via aplicativos de mensagem.
Já existem soluções, por exemplo, que permitem que toda a compra seja realizada diretamente via WhatsApp, inclusive a etapa de pagamento. Essa facilidade promete impulsionar as vendas pela internet.
O e-commerce brasileiro, portanto, finaliza 2025 com uma projeção histórica. Com o faturamento acima dos R$ 230 bilhões e um consumidor cada vez mais digital, as lojas virtuais consolidam-se como o novo eixo de crescimento do varejo nacional, um movimento que redefine a maneira como os brasileiros compram, vendem e se relacionam com as marcas.
Economia
5 estratégias para montar uma lista de compras inteligente e evitar exageros na Black Friday
Economista explica como o planejamento prévio ajuda a economizar de verdade e evitar arrependimentos
A Black Friday permanece como uma das datas mais aguardadas pelo consumidor brasileiro, e em 2025, a expectativa é de ainda mais movimentação no varejo. Uma pesquisa recente do Google indica que 40% dos brasileiros pretendem gastar mais este ano em relação a 2024, enquanto 35% já estão em busca ativa de ofertas. Além disso, 38% planejam adquirir uma quantidade maior de itens, distribuídos, em média, por seis categorias diferentes de produtos. O quadro reforça que, mesmo diante do apelo do evento, a organização financeira é fundamental para evitar exageros.
Nesse cenário, especialistas alertam que o entusiasmo das promoções pode ser perigoso para quem não se prepara. De acordo com o economista Ricardo de Almeida, diretor financeiro do Cartão de TODOS, a lista de compras é um mecanismo simples que ajuda a garantir escolhas inteligentes, compras conscientes e proteção do orçamento, principalmente em um período marcado por forte estímulo ao consumo.
Lista de compras protege o bolso em meio a tantas ofertas
O volume de promoções e comunicações publicitárias nesta época faz com que o consumidor fique mais vulnerável ao impulso. Almeida enfatiza que partir para as compras sem estrutura aumenta significativamente o risco de perda de controle financeiro.
“A Black Friday é uma avalanche de ofertas, mas sem lista, o risco é ser levado pela correnteza do impulso”, alerta. Para o economista, a falta de organização pode transformar a promessa de economia em um problema real, pois “a chance de transformar economia em endividamento é enorme”.
O profissional recomenda que o consumidor estabeleça prioridades de forma clara. “Antes de sair clicando e comprando, defina o que é essencial, organize por nível de urgência e pesquise os preços”, destaca. Segundo ele, “a lista é o freio emocional que protege o bolso”.
Para definir quais produtos entram na lista de compras, o economista explica que ela deve refletir as verdadeiras necessidades do consumidor, e não apenas seus desejos momentâneos. Almeida orienta que o processo de seleção seja guiado pela reflexão sobre prioridades. “Comece pelos itens de necessidade imediata, depois avalie os de média e baixa prioridade”, recomenda.
Ele orienta que o consumidor questione sua própria motivação: “eu preciso disso agora? Vai me trazer algum benefício concreto ou estou sendo seduzido pelo preço?” Para ele, esse filtro é essencial para evitar arrependimentos e faz parte de um passo a passo cuidadoso para quem quer fazer da Black Friday um momento de economia real: “classifique, ajuste com o seu orçamento e só então vá às compras”.
5 estratégias práticas para montar uma lista de compras inteligente
Organizar uma lista eficiente é o primeiro passo para evitar gastos desnecessários e conduzir as compras com foco. A seguir, veja cinco estratégias práticas para estruturar uma lista realmente útil para a Black Friday:
1) Classifique os itens por categorias (eletrônicos, casa, mercado, beleza, vestuário). Isso facilita a visualização do que é necessidade e evita inserir produtos aleatórios.
2) Crie três níveis de prioridade: urgente, necessária e opcional. Só inclua itens na última categoria se o orçamento permitir.
3) Pesquise modelos e versões antes da promoção, para não tomar decisões por impulso com base apenas no preço.
4) Inclua o preço médio atual de cada item, para facilitar a comparação com valores anunciados durante a Black Friday.
5) Revise e enxugue a lista antes do evento, retirando produtos que não fazem mais sentido, não se encaixam no orçamento ou entraram por empolgação.
Pagamento: parcelar ou pagar à vista?
Com a ampliação das opções de pagamento no varejo — Pix, carteiras digitais, crédito, débito e parcelamentos — cresce também a necessidade de analisar qual modelo faz mais sentido para o bolso. Almeida explica que o consumidor deve avaliar sempre os possíveis benefícios antes de decidir.
“Verifique se há desconto para pagamento à vista, via Pix ou boleto. Se o valor for o mesmo, avalie o impacto no seu orçamento e se o parcelamento sem juros pode te beneficiar”, orienta. Segundo ele, o problema não está no parcelamento, mas na falta de controle. “Tudo depende de disciplina e controle, o problema não é parcelar, é esquecer que a fatura chega”.
Além da lista bem estruturada, Almeida indica práticas essenciais para evitar que o entusiasmo das promoções comprometa o orçamento:
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Defina um limite de gastos antes de começar a buscar promoções, e não ultrapasse, mesmo que a oferta pareça imperdível.
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Compre em lojas confiáveis, utilizando métodos de pagamento seguros e verificando a reputação dos sites.
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Evite uso desenfreado do cartão de crédito; se faltar disciplina, prefira pagamentos à vista.
Para o economista, o verdadeiro benefício da Black Friday não está no valor apresentado nas vitrines, mas nas escolhas do consumidor, pois isso dita se a data será de economia ou endividamento. “O consumidor que planeja, compara e respeita o próprio orçamento transforma a promoção em oportunidade, não em armadilha”, afirma.
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