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IA pode ser usada para diagnosticar demência precoce; entenda

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IA pode ser usada para diagnosticar demência precoce; entenda
(créditos: iStock/Akarapong Chairean)
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É possível que a tecnologia seja capaz de identificar padrões clínicos sutis, que muitas vezes escapam à percepção dos médicos

A inteligência artificial (IA) tem se consolidado como uma ferramenta promissora na saúde, especialmente no diagnóstico precoce de doenças neurológicas, como a demência. Inclusive, a expectativa é que o uso dessa tecnologia permita a identificação automatizada de doenças em variados estágios, possibilitando a recomendação de tratamentos mais personalizados.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, cerca de 55 milhões de pessoas no mundo sofriam de algum tipo de demência, sendo a doença de Alzheimer a mais comum. Nesse sentido, projeções indicam que o número de indivíduos afetados pode alcançar 139 milhões até 2050. 

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 2,4 milhões de pessoas vivem com essa doença, mas uma grande parte desses casos, entre 75% e 95%, sequer foi diagnosticada. 

Embora essa condição ainda não tenha cura, a falta de diagnósticos precisos é preocupante. Afinal, existem tratamentos capazes de retardar a progressão da doença e mitigar seus efeitos debilitantes, caso haja detecção antecipada.

Nesse cenário, a IA é atraente, já que a tecnologia pode identificar padrões clínicos que, muitas vezes, passam despercebidos pelos médicos, especialmente no caso do Alzheimer. 

Um exame importante nesse contexto é o eletroencefalograma (EEG), um procedimento usado para monitorar a atividade elétrica do cérebro. Tradicionalmente empregado para diagnosticar epilepsia, o EEG gera registros de ondas que se assemelham às de rádio e que podem ser interpretadas pelos médicos. 

Entretanto, essa análise pode demorar, além de não estar isenta de erros. Isso porque fatores como ruídos gerados pelo equipamento ou por movimentos do paciente podem interferir na leitura. 

Diante disso, o uso de técnicas computacionais para automatizar a interpretação é considerado promissor, devido ao poder de processamento das máquinas modernas. 

Nesse sentido, pesquisadores da Mayo Clinic demonstraram como a tecnologia pode acelerar e aprimorar esse processo por meio de EEGs. Utilizando algoritmos avançados, a IA é capaz de identificar irregularidades tão discretas que passariam despercebidas em uma análise humana. 

Isso é especialmente importante para o diagnóstico precoce da demência, pois permite que os neurologistas encontrem sinais iniciais da doença em dados que antes não eram examinados com tanto detalhe. 

Além disso, o EEG é menos invasivo e mais barato do que outros exames neurológicos, tornando-o uma ferramenta poderosa na detecção de problemas cognitivos, como o Alzheimer e a demência por corpos de Lewy.

Para isso, os pesquisadores reuniram dados de mais de 11 mil pacientes, que se submeteram ao exame ao longo de uma década. A partir desses dados, eles aplicaram o aprendizado de máquinas para simplificar os padrões complexos das ondas cerebrais em seis características-chave. 

Isso permitiu que o modelo treinado descartasse automaticamente informações irrelevantes, focando apenas nos padrões que indicavam possíveis problemas.

Embora o EEG não substitua outros exames, como tomografias por emissão de pósitrons (PET) e ressonâncias magnéticas, seu uso aliado à IA pode tornar-se uma ferramenta mais acessível para a detecção precoce da demência. 

No entanto, a implementação na medicina ainda enfrenta desafios, pois precisa passar por processos de validação clínica e mais pesquisas. Além disso, os profissionais de saúde precisam ser capacitados para interpretar os dados e incorporá-los ao contexto clínico de cada paciente.

Nesse cenário, a faculdade de medicina tem um papel importante ao incorporar a IA na formação de seus alunos, preparando-os para utilizar essa tecnologia de maneira eficiente. Assim, potencializa o diagnóstico e tratamento de doenças como a demência, além de incentivar novas pesquisas na área.

O futuro da medicina, impulsionado pela tecnologia e apoiado por instituições de ensino e pesquisa, promete ser mais inovador, oferecendo novas esperanças para milhões de pessoas ao redor do mundo.

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