Hospitais universitários que tratam de cães, gatos, cavalos e até animais silvestres em todo o estado do Rio de Janeiro vão receber um reforço de peso. A FAPERJ lançou hoje um edital inédito que destina R$ 6 milhões à recuperação e modernização da infraestrutura de hospitais veterinários universitários fluminenses. Voltado a instituições de ensino superior públicas e privadas sem fins lucrativos que mantenham hospitais-escola vinculados a cursos de graduação em Medicina Veterinária, o programa vai financiar obras de infraestrutura e aquisição de equipamentos de grande porte.
A iniciativa busca fortalecer unidades que, muitas vezes, são a única alternativa de atendimento veterinário gratuito ou a baixo custo para a população de baixa renda em diversas regiões do estado.
“Esses hospitais exercem um papel estratégico que une ensino, pesquisa e impacto social. São locais onde se forma mão de obra qualificada, se desenvolvem projetos científicos e, ao mesmo tempo, se oferece um serviço essencial para o cuidado com os animais — domésticos ou não. O edital reconhece e apoia essa missão”, afirma Caroline Alves, presidente da FAPERJ.

Segundo o edital, já disponível no site da Fundação, poderão ser apoiadas intervenções físicas, reformas e modernizações de áreas como centros cirúrgicos, laboratórios de análises clínicas e microbiologia, salas de diagnóstico por imagem, ambulatórios e alas de internação. A chamada também prevê a aquisição de equipamentos como autoclaves, aparelhos de raio-X, ultrassons, mesas cirúrgicas, centrífugas e câmaras de conservação de medicamentos.
Cada proposta poderá receber até R$ 1,5 milhão, com execução prevista para até dois anos. Os projetos deverão ser coordenados por docentes ou pesquisadores das universidades e terão de apresentar um plano técnico detalhado que comprove a relevância da melhoria proposta para a formação acadêmica, a assistência aos animais e a viabilidade da execução.
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, destacou o papel da iniciativa no fortalecimento da infraestrutura universitária voltada para a formação técnica e o atendimento à população. “Ao apoiar a modernização dos hospitais veterinários, estamos contribuindo para a qualificação dos cursos de Medicina Veterinária e para a oferta de serviços que atendem milhares de animais em todo o estado, muitos deles levados por famílias de baixa renda”, afirmou.
Segundo ele, o investimento reflete uma diretriz da política estadual de ciência e tecnologia voltada à aplicação prática do conhecimento. “A pesquisa científica precisa gerar impacto concreto na vida das pessoas. Projetos como esse articulam ensino, assistência e inovação, ampliando o alcance social das universidades e fortalecendo a ciência no território fluminense.”
O Rio de Janeiro abriga atualmente hospitais veterinários vinculados a universidades como a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). Em muitos desses locais, são realizados atendimentos gratuitos ou a preços populares, além de ações de extensão com comunidades e protetores independentes.
De acordo com a reitora da Uenf, Rosana Rodrigues, o novo investimento da FAPERJ será decisivo para fortalecer ainda mais essa estrutura. “Este edital está sendo muito aguardado por toda a comunidade da Uenf. É um importantíssimo apoio para os hospitais veterinários universitários do estado do Rio de Janeiro e representa uma oportunidade concreta de avanço em diversas frentes acadêmicas, estruturais e sociais. O apoio da FAPERJ será fundamental para permitir a modernização da infraestrutura, a aquisição de equipamentos de ponta e a reestruturação física e tecnológica dos hospitais”, destaca Rosana.
Ela acrescenta que a iniciativa também reforça o papel das universidades públicas como centros estratégicos de transformação social. “Trata-se de um reconhecimento da importância dos hospitais veterinários universitários como centros de formação acadêmica, pesquisa científica e prestação de serviços essenciais à sociedade, especialmente considerando o conceito de Saúde Única”, conclui a reitora.