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Hologramas com H questiona a masculinidade frágil entre amigos e estreia em Taboão da Serra no dia 15 de julho

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Hologramas com H questiona a masculinidade frágil entre amigos e estreia em Taboão da Serra no dia 15 de julho
Hologramas com H - Foto de Lailton de Souza
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Espetáculo adulto da Cia. Tempos-juncos explora a linguagem da palhaçaria para discutir, de forma leve, a dificuldade dos homens em se expressar de forma não-violenta

A questão da masculinidade frágil, resultado das pressões impostas aos homens pela sociedade patriarcal, é tema do espetáculo de palhaços Hologramas com H, da Cia. Tempos-juncos.

A peça faz apresentação no dia 15 de julho, sábado, às 20h em Taboão da Serra (no Espaço Clariô).

O projeto foi contemplado pelo edital ProAC 47/2022, realizado pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo de São Paulo. Ainda estão previstas apresentações em Campinas (no dia 17 de junho), em Osasco (no dia 01 de julho) e em Taboão da Serra (no dia 15 de julho), sempre aos sábados às 20h.
Hologramas com H questiona a dificuldade dos homens em se expressar de forma não-violenta. Segundo a ONU Mulheres, em 2016, 67% dos homens queriam falar sobre seus medos e dúvidas com seus melhores amigos, mas não o faziam; e 45,5% gostariam de se expressar de um jeito menos agressivo, mas não sabiam como.

“Para nós essa questão é, ao mesmo tempo, individual e social. Ao falar sobre esse tema, queremos levantar uma reflexão para que os homens se aceitem em suas diferentes masculinidades, sofrendo menos e causando menos danos a eles próprios, às mulheres e à população como um todo. Quando os dois palhaços expõem suas humanidades e existem em meio às situações diversas, propomos ao público que repense suas condutas”, revela o diretor Carlos Gardênio, que está em cena ao lado do ator Fernando Hideki.

Na trama, dois palhaços extravasam seus sentimentos através da bebida e de comportamentos nocivos (frieza, violência, disputa de ego etc.), a ponto de não conseguirem se abraçar amigavelmente. Gardênio abre seu bar todos os dias num cenário já conhecido: homens e bebedeiras. Até que um dia, seu amigo Bromélio aparece com uma decepção amorosa.

Gardênio tenta consolar esse problema tão recorrente com sua fórmula mágica: bebida, jogos e diversão. Eis que surge um holograma com H, uma figura do homem ideal, e coloca a “masculinidade” deles em jogo.

“O ‘holograma’ é uma metáfora/paródia, do homem ideal. Escolhemos para a sua montagem o corpo do Davi, do Michelangelo, junto a partes de figuras públicas de nossa sociedade. São homens poderosos, aparentemente viris, dominadores e com grande patrimônio material. Ao mesmo tempo, as palavras proferidas por ele brincam com frases de efeito no estilo autoajuda motivacional. É uma figura ridícula, que se impõe como uma entidade. Este holograma é a ideia que a nossa cultura convencionou chamar de ‘homem com h’ ou ‘homem ideal’, ou ainda ‘um bom partido’”, explica o diretor.
Por meio de números de comédia física e música ao vivo, essas figuras clownescas vão escancarando suas “falhas” e a constante busca fracassada por atingir esse padrão tóxico de masculinidade.

“Nós acreditamos que por meio da palhaçaria pode-se falar sobre tudo, com ludicidade e leveza, por pior que seja o assunto. Sabemos que, devido à indústria da cultura de massa, a imagem do palhaço é construída, muitas vezes, de uma forma infantilizada e vazia de significado; porém, o palhaço é uma forma sincera, inocente e transgressora de existir no mundo, revelando o que há de mais genuíno nos seres humanos. Escolhemos a palhaçaria porque é uma forma de abordar um assunto tão nevrálgico de maneira que não cause traumas e afastamento por parte do público”, comenta Gardênio.

Para montar o espetáculo, o grupo pesquisou a linguagem do teatro popular que se utiliza da máscara do palhaço. “Fizemos uma pesquisa no universo masculino dos bares, da noite, e descobrimos que o homem vive um abandono solitário. Pesquisamos cantores classificados como bregas, por exemplo Sidney Magal e Reginaldo Rossi, além da estética de filmes brasileiros da década de 70”, acrescenta.

Outras referências importantes são o trabalho dos palhaços Tomate e Klaus (Animo Festas) e nos grandes ícones da palhaçaria do cinema (como Chaplin, Buster Keaton, Oliver Hardy, Stan Laurel e Mr. Bean) e dos palcos (Avner – o excêntrico, Gardi Huter, Ésio Magalhães, Oleg Popov, Mikhail Chuidin e Iuri Nikulin, Leonid Enguibarov etc.).

A Cia. Tempos-juncos, premiada no XVII FECT – Festival Curtas de Teatro e no 1° Festival de Teatro de Barueri, tem a sua trajetória marcada por apresentações no 19° Festival de Inverno de Paranapiacaba, na rede SESC e SENAC, em CEUs, em espaços culturais como o Centro de Memória do Circo, e em outros festivais e mostras como Satyrianas, Mocrea (Doutores da Alegria), Mostra Solos Breves (Escola Nacional de Teatro), Festival Fique em Casa com Arte, Festival Up!, entre outros.

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