Em resposta a um atentado que chocou o país, o governo dos Estados Unidos anunciou uma ofensiva rigorosa contra imigrantes que permanecem ilegalmente no território norte-americano após o vencimento de seus vistos. A medida, anunciada sob orientação da Secretária de Segurança Interna Kristi Noem, envolve ação conjunta da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), do Departamento de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE) e dos Serviços de Cidadania e Imigração (USCIS).
A repressão ocorre após a prisão de Mohammed Sabry Solima, 45 anos, cidadão egípcio acusado de incendiar pelo menos oito pessoas em um ataque terrorista ocorrido em Boulder, no estado do Colorado. Segundo as autoridades, Solima havia excedido o prazo de seu visto e estava em situação irregular no país desde 2022. Ele agora enfrenta acusações federais de crime de ódio e diversas acusações criminais em nível estadual.
“NÃO há espaço nos Estados Unidos para simpatizantes de terroristas do resto do mundo. Qualquer um que pense que pode vir à América e defender violência antissemita e terrorismo — pense novamente. Você não é bem-vindo aqui. Nós vamos encontrá-lo, deportá-lo e processá-lo com o máximo rigor da lei”, declarou a secretária Kristi Noem.
A nova diretriz determina uma revisão imediata e aprofundada dos registros de imigração, além da aplicação de ações legais contra aqueles que permanecerem no país ilegalmente. A administração Biden foi criticada pela secretária por “falhar em aplicar a lei de forma eficaz”, o que, segundo ela, contribuiu para casos como o de Solima.
Para o advogado e professor Dr. Vinicius Bicalho, membro da American Immigration Lawyers Association (AILA), o caso levanta preocupações legítimas sobre segurança, mas também exige cautela para que a repressão não recaia de forma indiscriminada sobre imigrantes regulares. “É fundamental que as medidas de segurança nacional não resultem em perseguição ou discriminação generalizada contra comunidades de imigrantes. A lei deve ser aplicada com equilíbrio, respeitando os direitos individuais e garantindo a devida verificação legal de cada caso,” afirma Dr. Bicalho.
Especialistas lembram que os Estados Unidos continuam permitindo a entrada de imigrantes que seguem os processos legais, como profissionais qualificados, estudantes e empreendedores. No entanto, alertam que fiscalizações mais rígidas podem afetar também quem está tentando se regularizar. “É importante separar quem representa uma ameaça dos que entram legalmente no país. O sistema precisa garantir essa distinção”, afirma o Dr. Vinicius Bicalho.