Um sistema construtivo inovador, eficiente, moderno e de alto nível tecnológico, denominado Steel Frame (ou Light Steel Framing – LSF), está sendo utilizado pela Fundação Municipal para a Educação Comunitária (Fumec) nas obras de salas de aula para Qualificação Profissional e Educação de Jovens e Adultos no município de Campinas.
O projeto-piloto, em fase final de conclusão, é a nova unidade Fumec-Ceprocamp Campo Belo, com 712 metros quadrados, localizada no Jardim Campo Belo, região sul da cidade, que abrigará um laboratório de informática e três salas de aula com capacidade para 120 alunos por turno. Além disso, a unidade contará com infraestrutura de administração, cozinha industrial e refeitório.
Para entender o Steel Frame, também chamado de construção a seco, deve-se deixar de lado todos os conceitos ou pré-conceitos que envolvem uma obra convencional: tijolos, cimento, areia e entulhos, principalmente. “O Steel Frame é um sistema construtivo formado por peças de aço galvanizado que, juntas, resultam no principal elemento estrutural da obra”, explica Orlando Klein, responsável pela Engenharia da Fumec. Ao aço galvanizado, somam-se se chapas de OSB – Oriented Strand Board, drywall, placa cimentícia e material para isolamento térmico e acústico.
Além da leveza e da durabilidade, Klein aponta como principais vantagens desse sistema construtivo o menor desperdício de material, mais rapidez e sustentabilidade, já que grande parte da matéria-prima é fruto de reciclagem, além da pouca ou quase nenhuma utilização de água. “É um dos motivos de o canteiro de obras ser extremamente limpo”, acrescenta Klein. O Centro de Educação de Jovens e Adultos da Fumec/Ceprocamp foi construído em dois pavimentos. No piso superior, estão uma sala de aula, uma sala de reuniões, uma sala de professores, copa, uma sala/laboratório de informática e banheiros. No pavimento térreo, há duas salas de aula, refeitório, cozinha, depósito, recepção e banheiros. Ambos os pavimentos atendem às normas de acessibilidade. O valor da obra é de R$ 6,6 milhões.
Para a administração municipal, a construção Steel Frame reduz o gasto com a obra, além de diminuir o tempo de entrega do equipamento. “Por sermos órgão público, estarmos tratando de educação, em especial de construção de salas de aula, e este ser um sistema industrializado e altamente racionalizado, a vantagem em relação à construção convencional, para nós, é bastante significativa, já que a economia de tempo pode ser de até 40% se comparada com a de alvenaria”, analisa o diretor executivo da Fumec, Ary Pissinatto.
Um pouco de história
O conceito de construção seca, o Steel Frame surgiu nos EUA, em 1830, devido à alta demanda de casas, com o crescimento da população. O primeiro método utilizado foi Wood Frame, em que se utilizavam painéis de madeira reflorestados para as bases das paredes. O Steel Frame propriamente dito surgiu após a Segunda Guerra Mundial, especialmente na Alemanha, nos EUA e no Japão, países que precisavam se reconstruir, após os bombardeios, mas não tinham quantidade abundante de madeira, matéria-prima com que as casas eram construídas anteriormente. O aço foi a solução encontrada no pós-guerra, pois construções de madeira tinham sido uma das causas de alastrar o fogo nas guerras.
No Brasil, o Steel Frame ainda é bastante recente no mercado. Passou a ser usado em construções em meados dos anos 90, com os primeiros projetos voltados para edificações de alto padrão. A primeira casa no país com essa técnica foi construída em 1998. Os primeiros projetos visavam inovar, mas hoje esse sistema construtivo tem se popularizado, com a especialização de escritórios de arquitetura e construtoras brasileiras.
