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Fibromialgia reconhecida como deficiência: um marco histórico para a saúde no Brasil Por Dr. Carlos Gropen, médico fisiatra especialista em dor

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Hoje, o Brasil dá um passo histórico ao sancionar a lei que reconhece a fibromialgia como deficiência. Trata-se de um avanço não apenas jurídico, mas simbólico — um gesto de reparação à dor invisível que milhões de brasileiros carregam há décadas no corpo e na alma.

Segundo o Ministério da Saúde, a fibromialgia afeta entre 3% e 5% da população, predominando em mulheres entre 30 e 55 anos. Ainda assim, o diagnóstico é frequentemente tardio: muitos pacientes levam anos até serem ouvidos, acolhidos e finalmente nomeados em sua dor.

Como médico da dor, testemunho diariamente o sofrimento de pessoas que enfrentam não só o cansaço físico da fibromialgia, mas também o desgaste moral de serem desacreditadas — no trabalho, em casa, nos consultórios. A dor é real, mas invisível. O sofrimento é legítimo, mas muitas vezes tratado com desdém.

A nova legislação vai além do acesso a benefícios previdenciários ou da prioridade em atendimentos. Ela representa o reconhecimento formal de uma vivência humana complexa. Ela diz, com a autoridade da lei: nós vemos você, nós acreditamos em você, e você tem direito à dignidade.

É importante, no entanto, lembrar que a fibromialgia não é uma experiência homogênea. Há pacientes que, com acompanhamento adequado, conseguem manter boa funcionalidade e qualidade de vida, com dor controlada. Outros, porém, convivem com sintomas intensos, fadiga debilitante, distúrbios do sono e impacto significativo na vida cotidiana. Nesses casos, o reconhecimento legal pode representar um instrumento de proteção social e inclusão — desde que utilizado com critério, sensibilidade e embasamento técnico.

Para que essa conquista não se perca em formalismos, é fundamental investir na formação de peritos, na capacitação de equipes multiprofissionais, e no fortalecimento de políticas públicas que garantam acesso real a tratamento e acolhimento.

Sem esse compromisso prático e contínuo, corremos o risco de transformar um avanço histórico em uma promessa vazia.

Hoje celebramos. Amanhã, seguimos em frente — com ciência, escuta e humanidade.

 

Dr. Carlos Gropen / Clínica IBDOR

@drcarlosgropen

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