Em entrevista para o programa, Alex Gil comenta sobre sua carreira que une paixão, técnica e resiliência
O cantor, compositor e produtor musical Alex Gil foi o convidado especial do podcast Business Rock, em uma entrevista que transcendeu o formato tradicional e mergulhou profundamente em sua trajetória artística, pessoal e profissional. Com mais de dois milhões de discos vendidos e uma carreira que começou ainda na infância, Alex compartilhou histórias inéditas, reflexões emocionantes e conselhos valiosos para quem sonha em viver da música.
Dos calouros à consagração com o Polegar
Alex iniciou sua carreira aos seis anos, participando de programas de calouros como Raul Gil e Bolinha. “As orquestras de televisão me ensinaram a respeitar o palco e a música. Foi ali que aprendi a afinar não só a voz, mas também o coração”, relembrou. A influência do pai, que trabalhou com o cantor Ovelha, foi decisiva: “Eu cantava as músicas do Ovelha ainda criança. Ele foi meu primeiro ídolo”.
O ponto de virada veio quando Gugu Liberato descobriu que Alex tocava vários instrumentos e o convidou para integrar um novo projeto musical. Assim nasceu o grupo Polegar, inicialmente chamado Garotos da Cidade. Gugu investiu pessoalmente na formação dos integrantes, pagando professores de música por dois anos. “Ele acreditava em nós mais do que nós mesmos. Foi um mentor e um visionário”, disse Alex.
Sucesso meteórico e desafios nos bastidores
O grupo Polegar tornou-se um fenômeno nacional, com hits como “Dá Pra Mim” e “Ela Não Liga”. A rotina era intensa: shows em vários estados, gravações, entrevistas e pouco tempo para cuidar da saúde. “A fama exige disciplina. Cuidar da voz e dos instrumentos era essencial, mesmo quando o corpo pedia descanso”, contou.
Durante a gravação do primeiro disco, Alex enfrentou problemas de saúde e alterações vocais. “Gravei doente, mas o videoclipe me deu forças para continuar. A arte tem esse poder de cura.” Ele também compartilhou a dor da perda da avó e da mãe, homenageada na música “Noites Traiçoeiras”, gravada em um momento de profunda emoção.
O crescimento da indústria musical e o papel dos artistas independentes
Segundo o relatório da Chartmetric de 2024, cerca de 818 mil novos artistas foram classificados como “não descobertos”, enquanto 61,5 mil entraram na fase de desenvolvimento e 2.800 alcançaram o nível “mainstream”. No Brasil, o mercado musical cresceu 21,7% em 2024, com faturamento superior a R$3 bilhões, impulsionado principalmente pelo streaming. Além disso, 95,5% dos músicos atuam de forma independente, redefinindo o conceito de sucesso na indústria.
Alex comentou esse cenário com entusiasmo: “Nunca foi tão fácil lançar uma música, mas também nunca foi tão difícil se destacar. O segredo está em ser verdadeiro e estudar sempre. A música exige entrega e evolução constante”.
Transição para a produção musical e novos projetos
Após deixar o Polegar em 1993, Alex montou um estúdio com o irmão Sérgio e passou a produzir para artistas como Eliana, Gugu, Travessos e Pepê e Neném. Também compôs jingles para emissoras como SBT e Record. “Produzir é como pintar com sons. Cada artista traz uma cor diferente, e meu papel é harmonizar tudo”.
Um dos momentos marcantes foi a gravação da versão em português da música “Anjo”, de Jon Secada, com autorização do próprio cantor. “Traduzimos juntos, eu e meu irmão, e gravamos com o aval do Secada. Foi uma honra e uma responsabilidade enorme”.
Versatilidade e paixão pela música
Alex se define como um artista versátil, capaz de transitar por gêneros como pop, rock, sertanejo e gospel. “Cada estilo tem sua alma. Eu estudo, me adapto e respeito a essência de cada um”. No programa, apresentou a canção “Lábios de Mel”, inspirada em “Puro Êxtase” do Barão Vermelho, com uma pegada dançante e moderna.
Homenagens e encerramento inspirador
O episódio do Business Rock foi marcado por um momento especial de homenagem. Sandrão, com auxílio de inteligência artificial, criou uma poesia emocionante, intitulada “Sinfonia Roubada”, dedicada a Alex, celebrando sua trajetória e impacto na música brasileira. Ao final, Alex deixou um conselho ao seu eu mais jovem: “Preserve-se, estude, siga seus sonhos com alegria, porque a música tem o poder de transformar vidas”. Ele também agradeceu aos amigos Ricky Colavitto e sua esposa Daniela, pelo apoio constante.
Sobre o podcast Business Rock
O Business Rock é um podcast apresentado por Sandro Ari Pinto, o Sandrão, que conecta o universo vibrante do rock com os desafios e conquistas do mundo dos negócios. A proposta do programa é mostrar como a energia, a ousadia e a criatividade das grandes bandas se refletem nas trajetórias de empreendedores, líderes e personalidades que, com atitude e inovação, também “sobem ao palco” do mercado.
Além disso, o podcast abre espaço para bandas autorais e grandes nomes do rock nacional, relembrando suas histórias e celebrando sua contribuição à música brasileira. Com episódios semanais, o Business Rock traz entrevistas inspiradoras com quem encara o empreendedorismo com a mesma intensidade de um show ao vivo.