A consolidação da Flórida como um dos principais polos de investimento industrial de empresas brasileiras nos Estados Unidos tem impulsionado projetos que exigem mais do que capital: demandam engenharia aplicada, capacidade de execução técnica e liderança industrial em ambientes altamente competitivos. Nesse cenário, a trajetória de Felipe Neri dos Santos Vieira destaca-se por sua atuação direta na implantação, nacionalização e escalabilidade de operações industriais estratégicas, com resultados mensuráveis que impactam produtividade, custo, confiabilidade e competitividade no mercado norte-americano.
Engenheiro industrial com experiência em projetos multinacionais, Felipe assumiu papel central na estruturação de operações produtivas nos Estados Unidos, inicialmente na MZA America Group. Sua atuação percorreu todo o ciclo industrial — da análise de viabilidade técnica e econômica à execução fabril — incluindo engenharia de processos, definição de layout industrial, seleção tecnológica, negociação internacional de equipamentos e comissionamento produtivo. Decisões técnicas conduzidas sob sua liderança resultaram em reduções diretas de CAPEX (Despesas de capital) superiores a dezenas de milhares de dólares, obtidas por meio de renegociação técnica de máquinas de injeção, periféricos e soluções industriais, mantendo níveis elevados de desempenho e confiabilidade. “A boa engenharia começa antes da máquina ligar. Ela começa quando cada dólar investido já nasce com retorno técnico definido”, afirma Felipe.
Paralelamente à implantação fabril, Felipe liderou tecnicamente um projeto de impacto estrutural para o mercado norte-americano: a nacionalização da produção de clips e cunhas para sistemas de nivelamento cerâmico. Até então, esse segmento era quase totalmente dependente de produtos importados, sujeitos a lead times prolongados, custos logísticos elevados e variações de qualidade. A contribuição original do engenheiro consistiu em demonstrar, por meio de engenharia industrial aplicada, que a produção local era tecnicamente viável, economicamente sustentável e estrategicamente superior.
O projeto iniciou-se com análises comparativas entre produtos importados e produção nacional, estudos de desempenho mecânico, seleção de polímeros adequados e definição de parâmetros críticos de injeção plástica. A engenharia do processo foi estruturada para priorizar estabilidade dimensional, repetibilidade e resistência mecânica, pilares essenciais para operação em escala. Durante a fase de try-outs e validações industriais, ajustes técnicos permitiram uma redução estimada de scrap superior a 30% em comparação com benchmarks iniciais de mercado e um aumento gradual do EE (Eficiência Global dos Equipamentos) para patamares acima de 80%, nível compatível com operações industriais maduras. “Industrializar não é copiar um produto; é transformar um conceito em um processo estável, previsível e escalável”, resume Felipe.
Com a consolidação do processo e início da produção nacional, o projeto passou a apresentar ganhos tangíveis. O lead time de fornecimento foi reduzido de semanas para poucos dias, enquanto a capacidade produtiva pôde ser ampliada progressivamente sem comprometer qualidade, viabilizando um ganho de capacidade superior a 25% no ramp-up inicial. Esses fatores foram determinantes para a rápida aceitação do produto no mercado norte-americano, abrindo espaço para crescimento sustentado de vendas.
Em uma etapa seguinte, Felipe passou a atuar na U4W, assumindo responsabilidade técnica direta no suporte ao fornecedor parceiro responsável pela manufatura dos clips. Nesse papel, sua atuação concentrou-se na governança industrial e na otimização contínua do processo produtivo, assegurando que os padrões técnicos definidos na fase de desenvolvimento fossem rigorosamente mantidos em escala. Ajustes finos de parâmetros de injeção, padronização operacional e análise sistemática de dados produtivos contribuíram para reduções adicionais de variabilidade, aumento de confiabilidade e manutenção do OEE em níveis elevados mesmo com volumes crescentes. “Escalar um processo não é aumentar volume; é garantir que cada ciclo entregue exatamente o mesmo resultado técnico”, destaca.
Os efeitos do projeto tornaram-se rapidamente visíveis. A operação atingiu produção ativa com vendas crescentes, estabelecendo uma alternativa nacional competitiva em um mercado anteriormente dominado por importações. Além da redução de custos logísticos e do aumento da previsibilidade de fornecimento, a iniciativa fortaleceu a cadeia produtiva local e criou uma base técnica sólida para expansão nacional. Trata-se de um exemplo claro de impacto econômico direto gerado por engenharia industrial aplicada em território norte-americano.
A trajetória de Felipe Neri dos Santos Vieira nesse contexto evidencia atributos centrais associados a profissionais de habilidade extraordinária: liderança técnica independente, contribuição original em engenharia industrial, impacto mensurável sobre sistemas produtivos e relevância nacional. Sua atuação demonstra que decisões técnicas orientadas por dados podem redefinir a competitividade de um segmento inteiro. “Quando a engenharia assume papel estratégico, ela deixa de otimizar processos isolados e passa a transformar mercados”, afirma Felipe, sintetizando o alcance de sua contribuição.
