Home Notícias Empreendedoras da Reciclagem qualifica mulheres no Paraná e busca alcançar mais estados do Brasil
Notícias

Empreendedoras da Reciclagem qualifica mulheres no Paraná e busca alcançar mais estados do Brasil

Envie
Empreendedoras da Reciclagem qualifica mulheres no Paraná e busca alcançar mais estados do Brasil
Imagem de arquivo
Envie

Quando Sandra Mara de Paula tinha 15 anos, começou a trabalhar com materiais recicláveis. Segundo dados do MNCR (Movimento Nacional dos Catadores e das Catadoras de Materiais Recicláveis) 1 milhão de pessoas no Brasil são catadores de materiais recicláveis; destes, 70% são mulheres, em sua maioria negras. As catadoras enfrentam desafios diários, como a falta de infraestrutura e reconhecimento. Procurando capacitá-las, a so+ma lançou o Empreendedoras da Reciclagem, programa de qualificação exclusivo e gratuito para mulheres que empreendem na reciclagem, com o objetivo de transformar a realidade dessas profissionais. O piloto do programa acontece em Campo Largo, no Paraná, mas o objetivo é ampliar para outras partes do Brasil.

Sandra ficou vários anos sem trabalhar com reciclagem, mas decidiu retomar o trabalho quando percebeu que precisava de mais tempo com os filhos pequenos: “Tenho dois filhos, quando meu filho mais novo tinha quatro meses, meu marido foi preso, e eu fiquei sozinha. Trabalhava como doméstica em Curitiba, mas voltei a trabalhar na associação de reciclagem em 2012, onde estou até hoje”, relembra Sandra, hoje com 41 anos. 

Ela ressalta a importância que o programa tem para ela e para o desenvolvimento do seu trabalho: “Aprendemos sobre leis que não sabíamos que existiam na área da reciclagem, como a logística reversa, e ganhamos mais confiança no nosso trabalho. Entendemos que nosso trabalho é muito importante para o meio ambiente. Foi espetacular e sempre indico o programa para outras mulheres”, afirma Sandra.

O grande diferencial do Empreendedoras da Reciclagem é que ele foi elaborado exclusivamente para mulheres que empreendem na reciclagem. Além de oferecer mentorias e oficinas gratuitas, o programa foi desenhado a partir de um processo de escuta ativa, no qual as participantes puderam compartilhar suas dificuldades, demandas e expectativas. Ouvindo essas mulheres e criando um programa alinhado com suas realidades e desafios, promovendo não apenas qualificação, mas também empoderamento.

“O programa foi pensado para proporcionar a essas mulheres o desenvolvimento profissional, reconhecimento e valorização, a partir de um processo de transformação de catadoras para empreendedoras. Nossa intenção é fazer com que o trabalho na reciclagem deixe de ser uma alternativa por falta de opções e se torne uma escolha profissional”, explica Claudia Pires, CEO da so+ma. Segundo ela, o desafio agora é conseguir patrocinadores para levar o programa para outras partes do Brasil.

Qualificações em Campo Largo

A primeira edição do programa teve início no dia 16 de outubro, no Município de Campo Largo, Paraná, com apoio da SIG Combibloc e do Governo do Estado do Paraná, através do Programa Paraná Competitivo, e da Aliança Empreendedora. Estão sendo oferecidas nove mentorias, com participação de 63 mulheres, todas atuantes em associações, cooperativas ou empresas de reciclagem.

Em pesquisa realizada pela so+ma 98% das participantes declararam gostar de trabalhar com reciclagem; para 53% das alunas, a renda vinda da reciclagem é essencial para o sustento da família; para 38%, essa renda é usada principalmente para pagar contas básicas. Sobre suas escolaridades, 29% de mulheres que não concluíram o ensino fundamental; e 12% possuem ensino médio ou curso técnico.

Os resultados das qualificações, que finalizam no dia 11 de dezembro, já começaram a acontecer, como frisa Liliane dos Santos, a Lili da Reciclagem, participante do programa: “O Empreendedoras da Reciclagem está somando e contribuindo muito para o nosso crescimento e eu só posso agradecer por esse projeto maravilhoso, que está nos ensinando muito. Esse trabalho não pode parar de acontecer”, ressalta ela que aos 35 anos aprendeu a usar suas redes sociais como forma de conscientização e mobilização.

Lili começou a trabalhar com reciclagem na pandemia como forma de se sustentar e hoje ajuda outras catadoras através da Associação Alifa, que ela fundou e preside: “Estava desempregada e sem muitas alternativas e encontrei uma solução financeira na reciclagem. Comecei a divulgar meu trabalho na rua e depois criei um projeto para condomínios, mas não tive muito sucesso, porque o material reciclável é muito desvalorizado. Mesmo assim tive muita resiliência e persistência e hoje somos uma associação de catadores e evoluímos muito, mas ainda existem muitos desafios”, aponta Lili.

Sobre a so+ma

Fundada por Claudia Pires, cientista comportamental com mais de 25 anos de experiência em marketing, negócios e ESG, a so+ma é uma startup de impacto socioambiental inovadora que atua no engajamento do cidadão para comportamentos sustentáveis. A empresa auxilia grandes organizações, escolas, fábricas, varejistas e até outros países a implementar a economia circular, gerando impactos sociais e ambientais positivos, juntamente com uma eficiente gestão de dados.

SERVIÇO Para saber mais sobre o Programa Empreendedoras da Reciclagem, acesse: instagram.com/empreendedorasdareciclagem

Envie
Artigo relacionado
Notícias

Estudo com IA identifica padrões relacionados a acidentes de trânsito

Um estudo realizado por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana...

Divulgação
Notícias

Closed Season: a temporada que une alta gastronomia e boa música no Rio Beach Club

O inverno carioca ganhou um novo ponto de encontro: o Closed Season,...

NotíciasRio de Janeiro

Coleta seletiva de resíduos tem debate promovido pela AMAGRAJA

A Comlurb informa, por meio de seu site, que atualmente coleta 5,7...

Notícias

Colisão envolvendo ônibus de universitários deixa cinco mortos em GO

Ao menos cinco pessoas, entre elas três estudantes universitários, morreram na colisão...